
No final, todos trilhamos o mesmo caminho:
Uns se vão cedo, outros dançam com o tempo,
Mas ninguém escapa dos passos silenciosos
Deste comandante imparcial, severo, atento.
O tempo nos guia com rédeas curtas,
Observando cada escolha, cada sono, cada dor.
E ai daqueles que, descuidados,
Tropeçam na poeira do desamor.
Há quem viva adornado em ouro e vaidade,
Ergue muralhas de falsa diferença,
Mas na essência, somos semente e raiz,
Iguais diante da última sentença.
De que vale, então, desprezar o próximo
Se partilhamos a mesma travessia?
É melhor ofertar o pão, o afeto,
Deixar florescer a alegria.
Todos erramos, tropeçamos, nos perdemos,
Mas digno é quem busca a redenção.
A vida cobra, às vezes com perdas,
Em bens, em risos, em coração.
Viver alerta, sem sufocar a espontaneidade:
Virtude pura do ser humano,
É amar a si, ao outro,
Braço dado, passo irmão.
Nenhum de nós é uma ilha isolada,
Precisamos do calor da companhia,
Nascemos para a dança em sociedade,
Para semear a paz, colher harmonia.
Que sejamos, então, cúmplices da vida,
Guardando no peito a compaixão,