20.3 C
São Paulo
sábado, 28 de junho de 2025

Filho de vereador Régis Brito e filho da secretária de educação de São Benedito é acusado de ameaçar criança autista com bomba

Um episódio revoltante vem causando indignação na cidade de São Benedito, na Serra da Ibiapaba, Ceará. Kelly Aguiar, moradora do município, viveu momentos de terror na noite de ontem, quando seus três filhos, um deles diagnosticado com autismo e TDAH, foram alvo de uma bomba caseira, segundo mãe das crianças jogada pelo o filho do vereador Régis Brito, primo da senadora Augusta Brito e também é filho da secretária de educação de São Benedito.

De acordo com o relato de Kelly, o jovem, que aparenta ter entre 17 e 18 anos, já é conhecido na região por ser altamente mal-educado. Ela conta que, após perceber que ela havia chamado a polícia, ele começou a zombar, dizendo: “Cadê essa polícia que não chega?”, e dava gargalhadas, em tom de deboche.

“Ele se acha blindado por ser filho de um vereador. Jogou a bomba justamente quando meus filhos estavam brincando na quadra, e ria, como se estivesse acima da lei”, denuncia a mãe, ainda muito abalada.

Kelly também relata que, depois, na presença de duas meninas, ouviu quando ele afirmou que havia soltado a bomba porque “não gostava da mãe das crianças, pois segundo ele, eu não gosto de sua mae”. Ela ainda acrescenta: “A mãe dele é nada menos que a secretária de Educação. E, por ela ser secretária, muitas vezes precisamos ir atrás das cuidadoras para as crianças autistas, pois muitas mães são ignoradas. Eu costumo ajudar nessas cobranças. Pode ter certeza que ele fez isso de propósito, para que a bomba pegasse nos meus filhos”, afirma.

O mais grave, segundo Kelly, foi o impacto sobre seu filho autista. A criança ficou em estado de pânico, teve pesadelos e precisou ser medicada para conseguir dormir após o episódio. “O que ele fez não foi brincadeira, foi crueldade. Quem conhece uma criança no espectro sabe o quanto isso é grave. Sem contar que tudo indica que o mesmo indivíduo pode estar envolvido na bomba que soltaram no dia anterior na escola Cevep. Meu filho já não conseguiu mais ir para a escola, ficou em pânico, e toda a escola também entrou em pânico”, enfatiza.

Diante da situação, Kelly precisou acionar a Polícia Militar. No entanto, a polícia não apareceu e ela teve que se deslocar até a base para buscar ajuda. Como a demora foi de aproximadamente uma hora, quando conseguiu trazer os policiais até o local, o jovem já havia fugido. Na tentativa de resolver a situação de forma civilizada, Kelly foi até a casa do vereador Régis Brito, acompanhada dos policiais, mas ninguém abriu a porta. A mãe acredita que eles foram avisados da chegada da viatura.

Kelly também levanta a suspeita de que o ataque possa ter sido uma forma de represália. Isso porque, no mesmo dia, ela havia feito uma live denunciando a falta de medicamentos na farmácia pública. Ela fez críticas públicas à gestão municipal, da qual o vereador Régis é aliado, denunciando problemas e descasos da prefeitura. “Depois que falei a verdade, isso começou. Parece que querem me calar”, afirma.

O caso levanta um alerta não apenas pela violência, mas pela tentativa explícita de se esconder atrás de cargos políticos para intimidar cidadãos comuns. Moradores da cidade cobram posicionamento tanto do vereador quanto da senadora Augusta Brito, que até o momento não se manifestaram publicamente sobre o ocorrido.

A comunidade local exige justiça e que as autoridades competentes tratem o caso com a seriedade que ele merece, para que o abuso de poder não continue passando impune.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio