A arquiteta Cristiane Schiavoni faz uma afirmação: a cama certa não se baseia em escolher o melhor colchão e as dimensões que envolvem largura e comprimento. É preciso observar a altura que interferirá nos movimentos tão rápidos que as crianças fazem para deitar, levantar e pular
Passado o período do berço, as crianças começam o seu processo de adaptação para dormir na sua própria caminha. Para tanto, mamães e papais vão em busca do melhor modelo que além das medidas, evidencia as preferências que acompanham o décor do quartinho. |
Todavia, a arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente de seu escritório homônimo, faz uma alerta: é preciso analisar não apenas as variáveis largura e comprimento, mas também a altura da cama. |
Para crianças pequenas, a dimensão acima do padrão indicado para elas representa não só um desafio no acesso, mas também um risco potencial de acidentes. Como solução, ela considera que, incluindo o colchão, 40 cm é a referência máxima para garantir a integridade física dos pequenos e ainda acrescenta a importância de considerar a inclusão de proteções laterais. “Esse cuidado é interessante até, aproximadamente os 5 anos, e eu ainda gosto de incluir um tapete, almofadas ou outros itens que ajudem a minimizar os impactos de uma possível queda”, orienta. Acima dos 8 anos, ela indica que já é possível considerar a utilização de uma cama de solteiro com a altura tradicional. |
![]() Nesse quartinho a arquiteta Cristiane Schiavoni idealizou uma cama com marcenaria planejada e ainda considerou um ‘degrau’ que facilita o acesso e ainda é uma gaveta | Foto: Carlos Piratininga |
Decoração montessoriana |
![]() A arquiteta Cristiane Schiavoni destaca que o estilo montessoriano incentiva aautonomia das crianças em seu dormitório | Foto: Carlos Piratininga |
Assim como hoje é possível definir a escola de acordo com a metodologia de ensino, a decoração também apresenta estilos para a realização dos dormitórios, tal qual o montessoriano. “De forma geral, a proposta é entregar para a criança uma organização composta por móveis e objetos alinhados com sua altura“, detalha Cristiane. Assim, a caminha, indicada para pequenos a partir dos dois anos, fica praticamente alinhada ao chão, eliminando quaisquer possibilidades de queda. Mas ela coloca um porém na questão: “Considerando que a mamãe precisará abaixar com frequência para pegar ou interagir com a criança, problemas na coluna ou um pós-parto depois de uma cesária, por exemplo, fazem do móvel um desconforto“. |
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![]() Nesse quartinho lúdico e sem gênero para irmãos, as duas camas de madeira selecionadas pela arquiteta Cristiane Schiavoni contam com a proteção lateral na altura do corpinho | Foto: Carlos Piratininga |
![]() Para uma adolescente, nesse outro dormitório a arquiteta Cristiane Schiavoni igualmente respeitou a referência sobre a altura da cama e, ao executá-la em marcenaria, embutiu um gavetão e um nicho que a ajuda na organização dos itens pessoais | Foto: Carlos Piratininga |
Sobre a arquiteta Cristiane Schiavoni
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), Cristiane Schiavoni atua na área de arquitetura, decoração e reforma desde 1996 e hoje, o escritório que leva seu nome, tem mais de 20 anos de história, reunindo centenas de projetos dentro e fora do Estado de São Paulo. Em suas criações residenciais e comerciais, publicadas em importantes veículos brasileiros, elementos-surpresa e toques de cor se misturam aos recursos que garantem o conforto e o aconchego dos moradores.
Acabamentos aplicados de maneira incomum e materiais versáteis também são presenças constantes nos trabalhos de Cristiane Schiavoni. O resultado se reflete na concepção de ambientes modernos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente.
Autor:
Henrique Araújo