Representantes de seis instituições ligadas ao Velho Chico discutirão políticas interconectadas para impulsionar as cadeias econômicas sustentáveis, regenerando o São Francisco e os ambientes naturais, além de gerar emprego e reduzir desigualdades.
A influência humana está aquecendo o clima do Planeta a um ritmo sem precedentes nos últimos dois mil anos. De acordo com informações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as variações no clima têm impactado negativamente a Bacia do São Francisco e já causaram um aumento de pelo menos 2ºC na temperatura da região, alterando o curso natural da Bacia, afetando a cadeia produtiva e toda a biodiversidade do Semiárido brasileiro.
O Rio São Francisco tem papel importante no abastecimento de água para irrigação, consumo humano, geração de energia, turismo e pesca, mas as projeções para os reservatórios da Bacia Hidrográfica do São Francisco não são animadoras.
“Estamos com um desafio urgente de regenerar os ecossistemas e precisamos de muita inovação e formas colaborativas para acelerar a reversão do cenário. Nesse contexto, o Hidrosinergia está criando Laboratórios de Inovação e Aceleração de Soluções Sustentáveis para o Semiárido. O tempo se esgotou, precisamos agir aqui e agora”, alerta Sérgio Xavier, coordenador do Projeto HidroSinergia e articulador político do Centro Brasil no Clima (CBC).
As oficinas de reinvenção para a Bacia do São Francisco terão como tema central a crise hidroenergética, a flexibilização da regra de operação dos reservatórios no Rio São Francisco e os impactos para a bacia e seus múltiplos usuários. A primeira oficina traz o olhar para o Baixo São Francisco e vai discutir a flexibilização da operação dos reservatórios e seus impactos sobre os usos múltiplos. Além deste, acontecerão outros quatro encontros para tratar do Baixo São Francisco, do Alto, Médio e Sub-médio São Francisco.
Estão confirmadas a participação do presidente da CBHSF, José Maciel, da especialista em meio ambiente e recursos hídricos da SEMA/BA, da superintendente de Meio Ambiente da SEMARH/AL, Larissa Cayres, Fabiana Couto, do gerente de projetos da Agência na BHSF pela Agência Peixe Vivo, Thiago Campos e do professor na UFAL e coordenador dos programas de expedições científicas e de biomonitoramento no Baixo SF, Emerson Soares, além dos especialistas do Centro Brasil no Clima, Guilherme Lima, Carmynie Xavier e Juliana Lima.
“Atualmente estamos involuindo quanto aos cuidados ambientais, conservação e preservação do rio. Contudo, existe uma maior conscientização ambiental das comunidades e povos ribeirinhos e maior interesse da mídia e de algumas instituições em promover um programa de revitalização que de fato seja realizado. Por isso, precisamos pensar metodologias de governabilidade”, complementou Carmynie Xavier.
HIDROSINERGIA
O HIDROSINERGIA é um projeto realizado pelo Centro Brasil no Clima em parceria com o Instituto Clima e Sociedade para mapear limites e pensar soluções integrando três eixos fundamentais:
1. Regeneração Ambiental – sobretudo florestal para capturar os excessos de carbono que provocam o aquecimento global; elencando metodologias para estabilização de armazenamento hídrico; compreendendo a fruição físico-natural disponível diante do proveito social
2. Inclusão social – políticas inovadoras para a redução acelerada das desigualdades, tornando mais equitativo o consumo (de energia, alimentos, terras e recursos naturais); estudos já indicam que a “desigualdade ambiental” ou “injustiça climática” vai gerar centenas de milhões de refugiados climáticos em poucos anos. E certamente teremos novas pandemias muito severas.
3. Gestão Democrática dos Limites – criando um novo modelo econômico que regenere simultaneamente a resiliência social e ambiental e planeje o crescimento rápido do PIB sustentável e inclusivo e o decrescimento urgente do PIB degradador e excludente (de forma harmônica, sem causar colapsos, nem desemprego).
SERVIÇO:
O QUE: São Oficinas com foco na Bacia do São Francisco que terão como prerrogativa a “Crise hidroenergética, flexibilização da regra de operação dos reservatórios no Rio São Francisco e os impactos para a Bacia e seus múltiplos usuários”, compreendendo um dos eixos de análise e articulação propostos pelo “Laboratório Colaborativo de Inovação e Soluções Sustentáveis para o Semiárido”. No encontro do dia 6/12/2021 o tema será a ” Flexibilização da operação dos reservatórios e seus impactos sobre os usos múltiplos”.
QUANDO: As oficinas ocorrerão no âmbito do projeto entre os meses de dezembro de 2021 e março de 2022.
ONDE: As oficinas serão virtuais ocorrendo em plataforma Zoom, sob o formato de roda de conversas com especialistas, entidades públicas e privadas sensíveis às questões da Bacia do São Francisco.
Link das incrições: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScf1TkeQxksmH05A8kAoUTQF3X4nmLW3KXwSMKkNc8LgCk55A/viewform
Autor:
Rachel Motta
Excelente seminário, e um tema importante a ser discutido.