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Ao iniciar seu primeiro contato com os bancos escolares, a criança, invariavelmente, apresenta um grau de ansiedade e expectativas motivadoras. Muito além do contato com outras crianças, da formação de novas amizades, o desejo de dominar as letras e se tornar capaz de exibir novos conhecimentos para a família, se faz presente!
Apresentam-se cheias de ideias sobre como será poder ler e escrever, desvendando os mistérios dos adultos que dominam o mundo. Porém, logo recebem o primeiro choque: Ler e escrever pode ser diferente de apenas falar.
Em nosso país, de dimensões continentais, a quantidade de variações de fala dificulta a alfabetização, pois padroniza-se o escrever distanciando a leitura do falante. Em cada região, em cada comunidade, em cada grupo social, variações da fala no Português Brasileiro (PB) aparecem distanciando o falar do ler e escrever (a alfabetização).
O grande desafio dos professores (nossos heróis) é conseguir identificar as variações presentes, respeitá-las, e alfabetizar da maneira mais homogênea possível um grupo de alunos heterogêneos.
As dificuldades, resultantes na maioria das vezes da quantidade de variações presentes em sala de aula, ultrapassam os processos tradicionais de ensino, gritando por metodologias inclusivas, pois o progresso da alfabetização dependerá, de forma concomitante com a habilidade do educador, dos conhecimentos já interiorizados pelo instruendo em seus primeiros passos de busca pelo conhecimento.
Manter a motivação inicial, proporcionada pelo desejo libertador do conhecimento e pela curiosidade inerente a qualquer infante, é tarefa despejada nos ombros do mestre, quando deveria ser uma política educacional oficial, organizada para contemplar uma alfabetização que aceite e respeite as variações linguísticas presentes em nossa nação.
Saulo Semann