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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Preservação dos vínculos familiares, como assim?

Comumente ouvimos e também já dissemos a expressão :

_ Por que família, parentes, era melhor não tê-los.

Primeiro todos nós nascemos porque alguém tomou esta atitude e se não optou pelo aborto significa que nos queria, independente da forma que ocorreu a concepção.

Apenas esta atitude já deve ser o norte para nossas vidas.

Se após a decisão de levar a gravidez adiante resolveu abandonar, jogar no lixo, optar pela adoção ou após o nascimento rejeitou, transferiu para outros a criação ou não conseguiu fazer com que ele se sentisse amado, o tempo ditará as consequências para ambos, quem gerou e foi gerado.

Todos temos parâmetros que usamos para julgamentos, em todos os sentidos, convicções que não queremos mudar e dessa forma vamos formando o nosso histórico de vida nos machucando e aos outros, principalmente àqueles que dizemos amar.

Mágoas, situações mal resolvidas, distanciamentos, ódios, competições para ser mais amado que o outro, todo este turbilhão de sentimentos vão interferindo no histórico de vida. Perguntas sem ou com respostas que supomos que sejam. Este ser atormentado por conflitos reais ou imaginários tem dois caminhos a seguir. Procura o responsável por tanta dor e lhe dá o direito de defesa e decide como agirá ou permanece durante toda uma existência sofrendo, transferindo para aqueles com quem convive todo esse sofrimento de uma forma que muitos podem achar que ele é uma pessoa ruim, insensível, no entanto apenas está transferindo sentimentos mal resolvidos em forma de grosserias, rejeições, violências em todos os sentidos.

_ Por que não procura um tratamento? Ninguém suporta mais conviver com ele. Mal amado, mal resolvido. Por que não some de vez.

Procurar tratamento sim. Dentro de si, buscando respostas, uma autocrítica sincera. Mostramos ao outro como deve nos tratar, tolerantes demais ou de menos, explosivos, debochados,…  O outro está sempre nos observando assim como fazemos com ele e ambos fornecem as ferramentas, mesmo involuntariamente, de como devem ser as reações diante dos conflitos reais ou imaginários.   Se sempre vamos usar os nossos parâmetros para julgamentos, devemos aceitar também sermos julgados, gostando ou não.

Todos preferem o bonzinho, quem aceita tudo sem responder com grosserias, que sempre tem um sorriso no rosto, mas será que agindo assim está feliz, não está empurrando situações para depois ou nunca resolvê-las?

Antes de tentar entender o outro, devemos nos entender, escutar os sinais que a vida vai nos dando. Pessoas que se aproximam e nos deixam mal, medos, conflitos reais ou imaginários, tristezas que não passam, pavor só de pensar em alguém ou algo.

Por que esses sentimentos? Provoquei , mesmo involuntariamente, deixei passar oportunidades de resolver conflitos reais ou imaginários, estou sendo verdadeiro nos meus relacionamentos em todos os âmbitos ou agindo por conveniência?

Perguntas simples como se eu estivesse no lugar desta pessoa eu faria diferente? Talvez até fizesse pior, ou as vezes nem tentaria.  Sempre haverá um motivo para se agir dessa ou daquela maneira.

Para refletir:

Como está agindo com seu filho, enxergando no todo, tentando sempre resolver os seus problemas, não lhe deixando crescer? Criando os seus filhos. Visitando o seu filho em um ambiente prisional e fazendo todas as suas vontades, inclusive se sujeitando a contravenções porque sente pena dele estar ali? Levando os seus netos ou filhos para visitar familiares no ambiente prisional e dizendo que ali ele está trabalhando, ao invés de lidar com a realidade explicando que quem infringe as leis precisa ficar ali para aprender?

Será que quem está julgando seus pais também não cometeu aborto, não está rejeitando seu filho ou fazendo diferenças de tratamentos entre eles? Preferindo reclamar para todo mundo, principalmente nas redes sociais do seu filho, companheiro, familiares, amigos do que tentar conversar e entender o que está acontecendo?

Orgulho, egoísmo, falta de empatia, é difícil admitir que se está errado, que precisa rever os seus conceitos, que precisa pedir desculpas, perdão, que se deve fazer todo o possível para resolver com o responsável pela nossa dor enquanto estamos juntos, porque quando o perdemos para a morte ou por outra circunstância, sofremos mais pelo que não fizemos, não buscamos resolver do que pelas tentativas frustradas.

Preservação dos vínculos familiares, como assim?

Vínculos são chamados que a vida usa para nos mostrar que estamos sendo radicais demais, julgando demais sem nos julgar, sempre podemos fazer algo para mudar, afastar até ter condições de resolver, buscar dentro de si, será que fiz algo para que chegasse a esse ponto, o que eu posso fazer ? Quero fazer, então por que não faço?

Vínculos familiares deve-se sempre preservá-los , os familiares vão se chegando trazendo bagagens emocionais semelhantes ou diferentes das nossas, é um teste diário para se trabalhar a autocrítica e a empatia. Ninguém é uma ilha, todos precisam de alguém ou algo que lhe preencha, um animalzinho, uma planta, companheiro, amigos, trabalho e família, na maioria das vezes é para ela que se volta quando algo não correu como se previu.

Autora:

Teresa

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