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sábado, 16 de novembro de 2024

Brasil está no ranking dos países que menos praticam exercícios físicos 

No epicentro da inatividade global, o Brasil lidera o ranking dos países com menor engajamento em atividades físicas, com uma média semanal ínfima de 3 horas.

O Brasil enfrenta um desafio de proporções alarmantes no que diz respeito à prática de exercícios físicos, revelando-se como líder indesejado no ranking dos países que menos se dedicam a atividades físicas.

Com uma média de apenas 3 horas por semana, a população brasileira se vê às voltas com o sedentarismo, um problema de saúde pública que transcende fronteiras. Uma pesquisa revelou que 31% dos entrevistados admitiram não dedicar nenhum tempo à prática de exercícios, enquanto 42,6% limitaram suas atividades físicas a tarefas relacionadas ao trabalho no ano de 2019.

Esta pauta não apenas ilumina a preocupante realidade da inatividade física no país, mas também destaca os impactos diretos sobre a saúde e o bem-estar da população. O sedentarismo é um fator de risco para uma miríade de problemas de saúde, desde doenças cardíacas até diabetes e obesidade, além de desencadear questões mentais como ansiedade e depressão. 

Neste cenário, a posição do Brasil nesse ranking não é apenas uma estatística, mas um chamado urgente para a implementação de políticas públicas que incentivem e facilitem a adoção de um estilo de vida mais ativo.

Assim, preparamos este artigo, que busca jogar luz sobre a urgência de uma abordagem abrangente para enfrentar o sedentarismo no Brasil. Ao explorar as estatísticas preocupantes e seus impactos na saúde da população, a discussão não se limita a números, mas busca inspirar uma reflexão crítica sobre a necessidade premente de medidas eficazes que promovam a prática regular de exercícios físicos no país.

Confira mais detalhes com a leitura a seguir!

Desvendando o sedentarismo no Brasil

O baixo índice de atividade física na população brasileira é um fenômeno complexo com raízes em diversos fatores interligados. Um estudo da FGV destaca que idade, renda e a ausência de atividade física estão intrinsecamente associados à crescente prevalência da obesidade no Brasil. 

A pesquisa revela que esses elementos desempenham papéis significativos na formação de hábitos sedentários, contribuindo para a falta de engajamento em atividades físicas regulares. 

A questão da idade sugere que diferentes grupos etários podem enfrentar desafios específicos, enquanto a influência da renda aponta para disparidades socioeconômicas que impactam o acesso a oportunidades de exercício. 

Como a falta de acesso a espaços adequados para a prática esportiva impacta as comunidades de baixa renda

A falta de acesso a espaços adequados para a prática esportiva é um problema que afeta principalmente as comunidades de baixa renda. Essas comunidades, muitas vezes, estão localizadas em áreas urbanas com alta densidade populacional e condições precárias de infraestrutura. 

Isso dificulta o acesso a espaços públicos seguros e adequados para a prática de atividades físicas.

A falta de acesso a espaços esportivos pode ter um impacto negativo na saúde e no bem-estar das pessoas que vivem em comunidades de baixa renda. A atividade física é essencial para a saúde, pois ajuda a prevenir doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. 

Além disso, a atividade física pode melhorar a saúde mental, reduzir o estresse e o risco de obesidade.

A falta de acesso a espaços esportivos também pode dificultar a inclusão social. A prática esportiva é uma forma de lazer e socialização que pode ajudar as pessoas a se conectarem com outras e construir relacionamentos. Sem acesso a espaços esportivos, as pessoas de comunidades de baixa renda podem ficar excluídas dessas atividades.

Quais medidas podem ser tomadas para promover a inclusão nas áreas de baixa renda?

Existem diversas medidas que podem ser tomadas para promover a inclusão nas áreas de baixa renda. Algumas dessas medidas incluem:

Construção de espaços esportivos públicos

O governo pode investir na construção de espaços esportivos públicos em áreas de baixa renda. Esses espaços devem ser seguros, acessíveis e adequados para a prática de diversas atividades físicas.

Oferta de programas de incentivo à atividade física

O governo e organizações privadas podem oferecer programas de incentivo à atividade física em áreas de baixa renda. Esses programas podem incluir aulas de esportes, atividades recreativas e eventos esportivos.

Educação para a saúde

É importante educar as pessoas sobre os benefícios da atividade física. Isso pode ser feito por meio de campanhas de conscientização, programas educacionais e parcerias com organizações comunitárias.

Além dessas medidas, é importante também considerar as necessidades específicas das comunidades de baixa renda. Por exemplo, os espaços esportivos devem ser projetados de forma a atender às necessidades de pessoas com deficiência e idosos. 

Além disso, os programas de incentivo à atividade física devem ser adaptados às realidades das comunidades de baixa renda.

Ao tomar medidas para promover a inclusão nas áreas de baixa renda, o governo e a sociedade civil podem contribuir para melhorar a saúde, o bem-estar e a inclusão social dessas comunidades.

Envelhecimento precoce e qualidade de vida na terceira idade: o impacto da inatividade física

Na jornada do envelhecimento, a falta de atividade física emerge como uma sombra indesejada, lançando-se sobre a qualidade de vida na terceira idade. 

Esse estilo de vida sedentário, cada vez mais comum em nossa sociedade, traz consigo uma série de consequências, transformando-se em bilhete de primeira classe para o envelhecimento precoce.

Desaceleração acelerada

A ausência de exercícios físicos não é apenas uma questão estética, mas sim um acelerador silencioso do envelhecimento. Músculos que não são desafiados, ossos que não suportam peso e articulações que raramente se movem tornam-se terrenos férteis para a perda de função e mobilidade. Resultado? Um corpo envelhecido antes do tempo, roubando anos valiosos da vitalidade que poderia ser desfrutada na terceira idade.

O combate à fragilidade

A inatividade física é o aliado perfeito da fragilidade. À medida que os anos avançam, os músculos enfraquecem, tornando-se menos capazes de suportar os desafios diários. Essa fragilidade não é apenas uma questão de resistência física, mas também afeta a capacidade de lidar com contratempos, colocando em xeque a autonomia e independência tão preciosas nessa fase da vida.

O declínio cognitivo à espreita

Não são apenas os músculos e ossos que sentem o impacto da inatividade; o cérebro também está na linha de fogo. Estudos sugerem que a falta de exercícios pode acelerar o declínio cognitivo, contribuindo para doenças como demência e Alzheimer. 

Manter-se ativo não é apenas uma questão de manter um corpo ágil, mas também de preservar a clareza mental e a saúde cerebral.

Além disso, o envelhecimento precoce pode trazer consigo mudanças significativas como: 

  • Alterações na aparência física;
  • Perda de massa muscular e óssea, rugas e cabelos grisalhos;
  • Dificuldades de locomoção, como perda de equilíbrio e coordenação;
  • Problemas de memória e cognição;
  • Aumento do risco de quedas e fraturas.

Sem contar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que adultos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa por semana.

Principais fatores que contribuem para o aumento da obesidade entre crianças e adolescentes no país

A obesidade é um problema de saúde pública que afeta crianças e adolescentes em todo o mundo. Em 2020, os registros nutricionais brasileiros da Atenção Primária à Saúde do SUS destacam que 15,9% das crianças com menos de 5 anos e 31,8% da faixa etária entre 5 e 9 anos exibiam excesso de peso. 

Desses grupos, 7,4% e 15,8%, respectivamente, foram identificados com obesidade, utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC) ajustado à idade. 

No mesmo período, entre os adolescentes acompanhados na Atenção Primária à Saúde, 31,9% apresentavam excesso de peso, enquanto 12% eram classificados como obesos.

Existem diversos fatores que contribuem para o aumento da obesidade entre crianças e adolescentes. Alguns dos principais fatores incluem:

Mudanças nos hábitos alimentares

O consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras e sódio, tem aumentado entre crianças e adolescentes. Esses alimentos são mais calóricos e menos nutritivos do que os alimentos naturais.

Falta de atividade física

As crianças e adolescentes estão cada vez mais sedentários. O uso de tecnologias, como computadores, tablets e smartphones, tem substituído as brincadeiras e atividades físicas ao ar livre.

Fatores genéticos

A obesidade pode ter uma predisposição genética. No entanto, os fatores ambientais, como os hábitos alimentares e a atividade física, são os principais determinantes da obesidade.

Fatores socioeconômicos

A obesidade é mais prevalente em crianças e adolescentes de famílias de baixa renda. Isso pode ser devido a uma série de fatores, como acesso limitado a alimentos saudáveis, falta de espaços seguros para a prática de atividade física e menor escolaridade dos pais.

Para combater o aumento da obesidade entre crianças e adolescentes, é importante tomar medidas que promovam hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física. 

Parceiros na saúde: o papel da família e escola na prevenção da obesidade infantil

O lar é o primeiro espaço para cultivar hábitos saudáveis. Quando os pais se tornam modelos de vida ativa, incorporando atividades como a esteira elétrica em suas rotinas, estão semeando a importância do exercício e da saúde para os filhos. Essa abordagem não apenas promove a atividade física, mas também estabelece a saúde como uma prioridade.

A nutrição é fundamental na prevenção da obesidade. Envolvendo as crianças na preparação de refeições saudáveis, cria-se consciência e uma relação positiva com alimentos nutritivos. 

Nas escolas, a promoção de hábitos saudáveis vai além das aulas de educação física. Integrar conceitos de saúde e nutrição no currículo, incorporando atividades que envolvem movimento, desde esportes tradicionais até a exploração de tecnologias modernas, é fundamental para uma compreensão holística da importância das escolhas saudáveis.

A união entre família e escola é um catalisador poderoso na promoção de hábitos saudáveis.

Por fim, vale ressaltar que os riscos à saúde associados à inatividade física não escolhem classe social nem região geográfica. O Brasil, com sua diversidade única, enfrenta uma batalha comum contra a deterioração da saúde decorrente do sedentarismo.

As disparidades econômicas podem influenciar o acesso a instalações esportivas, mas a falta de atividade física transcende barreiras socioeconômicas, afetando pessoas de todas as origens.

Autor:

Allan Santana

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