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terça-feira, 23 de julho de 2024

IA generativa: o que vai mudar no futuro?

Imagine um mundo onde a criatividade não tem limites, onde o filme ganhador do Oscar, a música número um na Billboard, a nova Mona Lisa e o livro mais vendido do ano surgiram não apenas da mente humana, mas também a partir do trabalho de máquinas inteligentes. Por mais que possa parecer, este não é o enredo de um filme de ficção científica, mas sim uma realidade que está se desdobrando diante de nós graças aos avanços na inteligência artificial generativa.

Esse tipo de IA possui o potencial de revolucionar inúmeras indústrias e transformar a maneira como interagimos com o mundo digital, por meio da utilização de algoritmos avançados. Isso porque, ao contrário da IA tradicional, que é projetada para realizar tarefas específicas, a generativa consegue aprender novos padrões de comportamento e a partir disso criar conteúdos originais em diversos formatos, sejam textos, imagens, sons ou mesmo vídeos.

Os primeiros passos nesse ramo foram dados nas décadas de 1950 e 1960, quando nomes como Alan Turing e John McCarthy começaram a explorar conceitos de máquinas que poderiam gerar texto ou imitar o pensamento humano. Porém, seu ritmo acelerado de progresso nos últimos anos foi fortemente impulsionado pelo aumento do poder computacional e pela disponibilidade de grandes volumes de dados.

Segundo o estudo “The economic potential of generative AI: The next productivity frontier” lançado este ano pela consultoria de gestão McKinsey, a IA generativa deve adicionar entre US$2,6 trilhões a US$4,4 trilhões anualmente à economia global. Cerca de 75% desse montante será captado pelas áreas de operações ao cliente, marketing e vendas, engenharia de software e P&D.

São inúmeros os setores que vão se beneficiar da tecnologia e suas facilitações. Ela pode auxiliar, por exemplo, no design de produtos, criação de roteiros para filmes e atendimento ao cliente. Um dos segmentos que está sendo positivamente influenciado por ela é o bancário: ainda segundo o mesmo relatório, a expectativa é que a IA generativa será capaz de proporcionar a esse mercado entre US$200 e US$340 bilhões anualmente. Já no varejo e bens de consumo, esse valor pode alcançar de US$400 a US$660 bilhões por ano.

Esses dados e as notícias envolvendo cada vez mais o uso da IA pelas empresas mostram que atualmente estamos vendo apenas a ponta do iceberg de mudanças que ainda devem ocorrer nos próximos anos. Porém, não podemos esquecer que existem alguns pontos importantes ligados à sua implementação que precisam ser discutidos para que tudo seja feito de forma responsável, ética e benéfica para a sociedade.

Questões como “quem detém os direitos autorais das obras geradas por máquinas?”, “como distinguir entre o que foi criado por humanos e pela IA?”, ou, ainda, “como garantir que a IA não seja usada para disseminar informações falsas ou prejudiciais?”. Em linhas gerais, são questões que ainda precisam ser analisadas e respondidas para que todos tenham um entendimento maior sobre o que é de fato a inteligência artificial generativa, qual o seu papel no mundo moderno e quais impactos ela deve trazer a longo prazo.

O futuro com essa tecnologia ainda é uma incógnita, e à medida que exploramos novos territórios criativos e tecnológicos, é fundamental considerar o equilíbrio entre inovação e responsabilidade. No entanto, uma coisa é certa: o horizonte da criatividade humana está se expandindo para incluir um parceiro inesperado, porém muito interessante, e só temos a ganhar investigando todas as suas possibilidades.

Autor:

Mateus Magno é CEO da Sambatech

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