Arquitetas abordam a funcionalidade das versões para os projetos residenciais
Elas são responsáveis por garantir a privacidade de casas e apartamentos, bem como são peças fundamentais quando o assunto é controle da luminosidade e preservação do mobiliário. Nos projetos de arquitetura de interiores, elas são mais que adereços: as cortinas e persianas assumem a dupla função de proteger e decorar – um ambiente fica sempre com a sensação de vazio quando uma parede ou esquadria não recebe o seu devido complemento!
A dupla de arquitetas Monike Lafuente e Claudia Yamada, responsáveis pelo Studio Tan-gram, são uníssonas sobre a importância que elas desempenham nos projetos de interiores e sabem que a decisão pelas cortinas ou persianas são acompanhadas por muitas perguntas dos moradores. “É bastante frequente a dúvida sobre a diferença entre cada uma delas e qual se adequa à proposta do décor“, afirmam. A seguir, acompanhe as dicas separadas por elas, incluindo orientações sobre medidas:
As diferenças entre os modelos
Uma das confusões elementares diz respeito à estrutura e ao funcionamento de cada uma. “Em linhas gerais, explicamos que a cortina desliza para os lados, enquanto a persiana se aplica como um material mais encorpado, além de enrolar para cima, como na versão rolô. O sentido da abertura é o ponto que mais as diferem“, explica Monike. Ainda sobre as propostas mais clássicas, a dupla do Studio Tan-gram também é comumente indagada sobre aquela que melhor performa na proteção à claridade, todavia, tanto uma quanto outra, dispõem de características satisfatórias no que diz respeito ao controle da incidência solar e vedação.
“A cortina mais convencional é clássica e fica muito interessante para ocupar toda a parede do forro até o piso“, comenta Claudia Yamada sobre a preciosa escolha para esse estar. “Os tons mais quentes, como o cinza e o nude, ajudam a trazer muito conforto e aconchego ao ambiente, assim como cortinas originais de linho e na versão sintética, que filtram a luz e protegem o mobiliário“, indica a arquiteta| Projeto: Studio Tan-gram | FOTO: Estúdio São Paulo |
Para uma instalação eficaz, Claudia ressalta um mix de orientações que devem ser seguidas à risca. Ela enumera, por exemplo, a relevância de tirar as medidas depois da execução da marcenaria e o ambiente como um todo para que nenhum detalhe seja deixado para trás. “Certamente, temos as dimensões que retiramos do projeto, mas durante a execução, o alinhamento de uma parede ou um recorte da marcenaria são capazes de interferir na cobertura pretendida para a cortina ou persiana“, exemplifica a arquiteta. Nessa personalização, a folga mínima de 10 cm nas laterais e embaixo da janela – quando a cobertura não acontece até o piso –, é valiosa para que haja uma área de ‘respiro’. “Não abrimos mão de avaliar caso a caso“, reitera Monike.
Cortinas e persianas no décor
Quando o assunto é combinar as peças com o décor de interiores, a base neutra é uma saída eficaz, principalmente quando o cômodo evidenciará pontos de cor presentes tanto em elementos maiores como sofás, ou acessórios menores como almofadas.
Com uma persiana de modelo romano, sua presença discreta na sala de jantar permitiu que as arquitetas Monike e Claudia pudessem realçar o laranja nos assentos das cadeiras e o azul escuro do tapete disposto no estar. “A romana é parecida com a solar, mas é em gomos, então precisamos sempre de um espaço superior para ser ocupado quando fechada“, sintetizam as profissionais | Projeto: Studio Tan-gram | FOTO: Estúdio São Paulo |
“Normalmente, gostamos de escolher uma proposta mais neutra para as cortinas e persianas. Essa espécie de isenção é interessante também quando consideramos sua presença a longo prazo, pois se o morador quiser mudar algum detalhe no décor, elas podem ser mantidas com total tranquilidade”, avaliam as arquitetas. Entretanto, essa presença mais conservadora não é regra: o colorido pode entrar em cena, desde que bem coordenado com o restante do décor.
Para os terraços e varandas, as profissionais recomendam peças com uma trama padrão que não vede 100%, sendo possível enxergar através dela e passar um pouco de luz, porém mantendo a proteção contra os raios solares. “Costumam ser mais em conta as versões de enrolar não ocupam espaço na lateral, deixando um visual bem clean“, analisam as arquitetas.
Nessa varanda realizada pelas arquitetas Monike e Claudia, a persiana estilo tela solar 3% branca e com instalação transpassada, que consiste nas persianas dispostas uma sobre a outra, assegura o bem-estar e privacidade na convivência dos moradores ao vedar toda a extensão da janela | Projeto: Studio Tan-gram | FOTO: Estúdio São Paulo |
Compondo com o décor, outro artifício que potencializa essas peças na decoração é utilizar a instalação de ponta a ponta. “Com o recurso, cortinas ou persianas oferecem uma leitura do espaço em um plano só, dando a impressão de que o ambiente é maior e menos segmentado“, detalha Monike.
As cortinas e persianas podem – e devem – ser inseridas em ambientes integrados, garantindo a guarita e o aconchego desses amplos espaços. Nessa varanda integrada com as salas de jantar e estar, longas persianas compostas por tela solar 3% foram instaladas lado a lado em todo perímetro do fechamento de vidro | Projeto: Studio Tan-gram | FOTO: Estúdio São Paulo |
A manutenção no dia a dia
A praticidade dos materiais sintéticos na composição das cortinas e persianas garante uma maior facilidade na hora da limpeza, realizada com um pano úmido e detergente neutro. Em alguns casos, dependendo da incidência de poeira e poluição no imóvel, a limpeza das persianas, por exemplo, pode ser feita de acordo com a necessidade, não devendo passar de seis meses entre uma lavagem e outra, quando a intenção é obter uma higienização mais profunda. Em tecidos naturais, é sempre importante contar com lavanderias especializadas para evitar os dissabores de uma peça danificada.
Nesse dormitório assinado pelas profissionais Monike e Claudia, o modelo de persiana escolhido foi a romana, que dá o efeito de dobradura no caimento, e foi executada em tecido sintético para facilitar a limpeza | Projeto: Studio Tan-gram | FOTO: Estúdio São Paulo |
Tanto as cortinas quanto as persianas exigem um cuidado especial para garantir a saúde dos bebês e das crianças. “Quartos de criança, em que a cortina pode sujar mais rápido, sugerimos usar uma peça de poliéster ou outro tecido sintético e antialérgico“, reforçam as profissionais.
Os materiais sintéticos, tanto para cortinas quanto para persianas, são escolhas interessantes, principalmente nos dormitórios dos pequenos, uma vez que os desgastes são mais comuns devido às brincadeiras. Outro ponto levantado pelas arquitetas Claudia e Monike envolve a preocupação com materiais antialérgicos. Nesse projeto, a ampla persiana romana emoldura o quartinho, criando uma barreira contra a incidência solar e deixando o espaço, que conta com acabamento em marcenaria, ainda mais gostoso. Projeto: Studio Tan-gram | FOTO: Estúdio São Paulo |
Sobre Studio Tan-Gram
Tangram é um quebra-cabeça chinês formado por 7 peças geométricas capazes de formar até 5 mil formas diferentes. Inspirado nesta pluralidade, versatilidade e criatividade surgiu o nome do escritório, liderado pelas arquitetas Monike Lafuente e Claudia Yamada. A arquitetura que concebem e acreditam se estrutura na multiplicidade de soluções, adaptabilidade ao usuário-espaço e renovação de conhecimento contínua. São espaços desenvolvidos para o ser humano e, portanto, cada desafio traz uma solução individual.
@studio.tangram
Av. Onze de Junho, nº 1070 – Cj. 609 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04041-004
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Autor:
Lucas Janini