O Marrocos acolheu na cidade imperial de Marrakech, mais de 1500 delegados, provenientes do mundo inteiro, de 9 a 15 de Outubro 2023, para participar na Assembleia dos Grupos do Banco Mundial e Fundo monetário Internacional, dos quais investidores e homens de negócios, bancos e expertos do mundo económico, decisores políticos financeiros, encontrando-se para discutir e estudar as crises financeiras e econômicas, bem como as perspectivas de desenvolvimento no âmbito das organizações de cooperação e financiamento internacional, Banco Mundial e Fundo monetário internacional.
Revela-se o balanço do quadripartido, pelas autoridades monetárias, Ajay Banga, Presidente do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, Directora Geral do Fundo Monetário Internacional, e Nadia Fattah, Ministra da Economia, do Ministério das Finanças de Marrocos, e Abdellatif Jouahri, Governador do Banco central de Marrocos.
Isso foi a temática deste encontro internacional nesta cidade de Marrakech, que objetiva sair com um balanço sobre este estudo e meios para garantir a prosperidade futura, eliminar a pobreza extrema, e ajudar os países em estado de crise.
Enquanto as perspectivas de crescimento global a médio e curto prazo continuam a pensar a ter níveis mais baixas em comparação com as últimas décadas.
Tais crises sucessivas têm efeitos profundos sobre muitos países que lutam para superar os elevados níveis de inflação e dívida, além do défice no montante de financiamento dos serviços básicos, de infra-estruturas, da acção climática, provocando mais a pobreza, desigualdade e fragilidade social.
Assim, o mundo tornou-se mais vulnerável a choques, riscos crescentes do emprego e baixos níveis dos padrões de vida, consequências das disparidades de desigualdade entre e dentro dos países.
Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento são cada vez mais afetadas, devido às divergências em relação aos níveis de rendimento nas economias avançadas e exploração das crises no mundo, alargando o caminho da eliminação da extrema pobreza até 2030.
Os expertos da economia social, conscientes desses riscos e forças disruptivas mais graves na economia global, exacerbando assim as ameaças existenciais devido às alterações climáticas, as crescentes disparidades nos níveis de rendimento, e as tensões geopolíticas, chamando a uma rápida transformação digital e tecnológicas, capazes de manter a estabilidade dos países em desenvolvimento.
Neste contexto que vieram os Quatro Princípios adotados pelo Banco Mundial e Fundo monetário internacional em Marrakech no âmbito da Cooperação Global, a descriminar a seguir, num quadro geral, de ajuda, do poder multilateral, bem como do fortalecimento dos esforços de cooperação global face aos desafios comuns, da resiliência, das necessidades e oportunidades para um futuro melhor.
Primeiro princípio chama para trabalhar no sentido do crescimento inclusivo e sustentável, no quadro das reformas estruturais, do crescimento e fortalecimento da governação, do Estado de direito, do comércio e do ambiente de negócios, atraindo assim os novos investimentos de produção e melhorando o emprego, graças aos fontes de financiamento, da mobilização de recursos locais, do investimento direto estrangeiro e financiamento do setor privado, e setor público.
Trazendo soluções eficazes aos Estados frágeis, afetados pelas crises e conflitos, num contexto da cooperação e abordagem sobre as fontes de insegurança alimentar e energética.
Segundo princípio
Chama-se para o fortalecimento das capacidades institucionais, através do reforço das instituições, dos quadros políticos e do apoio às organizações internacionais, além da manutenção da estabilidade externa, através de políticas macroeconómicas sólidas, longe das repercussões confusas ameaçadores aos países.
Além do fortalecimento dos quadros de gestão e liquidação da dívida pública através do desenvolvimento da gestão da dívida externa e interna, o Banco mundial chama para a tomada de medidas urgentes de eficiência, e rapidez em relação aos processos de reestruturação da dívida, do fortalecimento dos mecanismos de preparação das crises globais e mitigação das repercussões, no contexto das cadeias de abastecimento e resiliência.
Face a estes problemas e crises das pandemias, os sectores financeiros são essenciais para os ajustes macroeconômicos oportunos, a título de instrumentos de proteção social adaptativos a rede de segurança financeira global.
Quanto ao risco climático, envolve o princípio do desenvolvimento das capacidades humanas para gerir e implementar estratégias de planeamento e redução do risco de desastres, graças à construção e manutenção de infra-estruturas resistentes aos choques e desastres climáticos.
Terceiro princípio
Chama-se por sua vez para apoiar as reformas transformacionais no sentido de:
• Acelerar o ritmo da transição verde através dos esforços de todos os países determinados a apoiar a redução das emissões de carbono nas suas economias, em conformidade com os princípios do Acordo de Paris, garantindo ao mesmo tempo a segurança energética ao longo das fases desta transição.
• Gerir as transformações tecnológicas para evitar a fragmentação digital, reduzindo o fosso digital, em termos da modernização dos sistemas de pagamentos locais e transfronteiriços, e eficiências da inclusão financeira.
Paralelamente, a um conjunto de regras e regulamentos a desenvolver em coordenação com os países nas áreas de cripto ativos, proteção de dados, cibersegurança e inteligência artificial.
• Reforçar os sistemas e mecanismos de preparação no sector da saúde, através do trabalho conjunto, da segurança sanitária global, da cobertura abrangente de saúde, podendo fortalecer os sistemas de saúde e mecanismos globais para garantir a igualdade de acesso a vacinas e medicamentos.
• Promover a equidade e a qualidade da educação, nos esforços globais destinados a proporcionar uma educação de alta qualidade, justa e abrangente para todos, possibilitando o acesso à primeira infância, ao ensino primário e secundário, e sobretudo de qualidade para garantir uma aprendizagem a nivel do desenvolvimento.
• Alcançar a igualdade de género e proporcionar oportunidades económicas no âmbito dos benefícios que capacitam as mulheres no trabalho e liderança.
Quarto princípio
resume-se nas seguintes ações de fortalecer e modernizar o sistema de cooperação global em termos de:
• Reforçar o sistema monetário internacional, as suas regras, normas e métodos, onde as instituições respondem atender às necessidades dos países e facilitar o comércio, os pagamentos e os fluxos de investimento transfronteiriços.
• Reforçar o sistema comercial multilateral no quadro da cooperação e do crescimento económico global, garantindo a justica sem discriminação, com abertura, inclusão, sustentabilidade e transparência, junto aos mecanismos eficazes de resolução de litígios.
• Abranger a cooperação para que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial possam a empenhar com estreita colaboração e parcerias, ajudando os países membros a enfrentar os desafios e a tirar proveito das oportunidades.
Finalmente, as previsões do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional almejadas destaca-se um crescimento na região de Oriente Médio e Norte de África (MENA), abrandando de 5,6 por cento em 2022 para 2 por cento em 2023, e apenas 0,4 por cento em 2024. E para o crescimento global tem sido previsto 3,5 por cento em 2022 e 3,0 por cento em 2023, apontando 2,9 por cento em 2024.
Autor:
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador universitário-Rabat, Marrocos