Como mãe solo de um menino de 12 anos que já mergulhou no universo do Roblox, eu vivo na linha fina entre o mundo digital infantil e o entretenimento adulto responsável. Meu filho adora construir mundos virtuais, coletar Robux e interagir com amigos online, mas, como fundadora e CEO da Erotika Town, um festival erótico exclusivo para maiores de 18 anos, eu faço questão de manter conversas abertas e sem filtros sobre consentimento, limites e perigos online. Não é só papo de mãe: é uma necessidade.
Eu vejo diariamente como o prazer adulto pode ser empoderador quando consensual e regulado, mas também como qualquer desvio para territórios de vulneráveis é crime puro. Infelizmente, a maioria dos pais não prioriza essas discussões, deixando crianças expostas a riscos que uma reportagem recente do The Guardian (de 5 de novembro de 2025) escancara de forma chocante. A jornalista Imogen Donovan se infiltrou no Roblox como uma menina de oito anos, com controles parentais ativados, aqueles que a plataforma promove como “seguros”. O resultado? Assédio sexual virtual, bullying cruel e humilhações que vão de simulações de estupro em jogos como Vibe Place a “pay to troll” em Dress to Impress, onde jogadores pagam para arremessar tomates ou fezes virtuais.
Com mais de 100 milhões de usuários diários (quase metade menores de 13 anos), o Roblox fatura bilhões, US$ 1 bilhão pagos a desenvolvedores em 2024-25, mas falha em proteger. Processos nos EUA acusam a empresa de ser um paraíso para predadores, com casos de grooming levando a estupros e até suicídios.
Especialistas como o professor Marcus Carter alertam: “Não há forma segura para pais monitorarem isso.” No Brasil, onde 70% das crianças usam plataformas semelhantes (IBGE, 2024), o risco é o mesmo.Isso não é abstrato para mim. Recentemente, em outubro de 2025, o influenciador Capitão Hunter, famoso por Pokémon, foi preso em São Paulo por assédio sexual de vulneráveis, atraindo crianças com cartas raras e colecionáveis. Eu e meu filho estivemos na Pokecon e interagimos com ele. Meu filho tirou fotos com ele. É o grooming clássico: usar o fascínio infantil para abusar.
Como mãe solo, isso me aterroriza; como dona de um festival erótico, me motiva a me posicionar. Na Erotika Town, tudo é +18: verificamos IDs, promovemos consentimento explícito e celebramos a sexualidade adulta com ética. Qualquer coisa abaixo disso não é “diversão”, é crime, e eu não aplaudo, não tolero, não silencio.
É por isso que apoio incondicionalmente a ABIPEA (Associação Brasileira das Indústrias e Profissionais do Entretenimento Adulto), fundada para elevar padrões éticos no setor. Eles acabam de realizar, em 5 de dezembro de 2025, sua primeira conferência nacional – o ABIPEA CONNECT 2025, no Hotel Gran Mercure Ibirapuera, em São Paulo. Com 250 convidados, incluindo empresários, especialistas em direito digital e autoridades, o evento focou em “Conformidade e Responsabilidade Digital”, discutindo adaptações à nova Lei do ECA Digital, ferramentas de verificação de idade e parcerias contra o grooming online.
Embora eu não tenha podido comparecer, minha embaixadora na Erotika Town, Railane, representou o festival, trazendo insights valiosos sobre como o setor adulto pode liderar em educação parental e prevenção de abusos. Isso reforça minha relevância: como mãe e empresária, eu conecto esses mundos, mostrando que o entretenimento erótico responsável pode ser aliado na proteção infantil, não ameaça.
Pais: não ignorem. Ativem controles (sabendo que falham), monitorem e conversem abertamente. Ensine consentimento desde cedo, meu filho de 12 anos sabe disso porque eu falo, e joga mais seguro. O digital é inevitável, mas a segurança dos nossos filhos é inegociável. Vamos usar eventos como o ABIPEA CONNECT para pressionar por mudanças reais.
Beijos mágicos,
Fada | Ceo da Erotika Town e da Brands Comunica

