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sábado, 20 de dezembro de 2025

Encontro casual!

Sábado de sol, bares lotados, litros de chopes consumidos, almoços servidos em mesas ao ar livre. Neste ambiente, nesta famosa praça onde vendo meus livros, encontrei um velho amigo – amigo de infância mesmo. Naquela época, éramos uma juventude barulhenta e mais unida, coisa de muita intimidade. Um frequentando a família do outro, pais de uns substituindo os pais de outros.

Então, caro leitor, imagine a minha felicidade ao encontrar esse amigo: uma viagem no tempo! Pausei a venda de livros para conversar com ele e sua nova mulher. Ele me convidou para almoçar e disse que queria comprar um dos meus livros. Conversamos bastante, atualizamo-nos sobre a situação de amigos em comum, sobre nosso país, sobre ausentes, sobre nossos amigos – também ausentes.

Foi tão espontâneo esse encontro que me arrependo de não ter aceitado o convite para almoçar com eles. Dei-lhes dois livros meus; em um deles, autografei para a esposa dele. Talvez, pela euforia do momento, não tenha autografado o dele. Mas, em compensação, entreguei-lhes meu cartão, que tinha o número do meu Pix, caso ele realmente quisesse me prestigiar.

Despedi-me com forte abraço, cheio de alegria, e com um convite: “Adicione-me no WhatsApp para não perdermos o contato mais uma vez.” Então, voltei ao trabalho, que consiste em andar pela praça vendendo, boca a boca, os meus livros – atualmente, meu ganha-pão.

Mas agora, uma semana depois, caio na real: era tudo encenação. Ele não me adicionou e nem mesmo telefonou… Então, vou continuar sem saber por onde ele mora, onde ele anda. Foi só uma janela aberta no tempo, para recordar e se emocionar… Claro que ele mentiu ao dizer que estava feliz em me ver.

Leitor, pense comigo: isso não foi um ato para deflagrar em mim um sentimento de rejeição? Ou seria a descoberta de que, desde aquela época, era na verdade uma falsa amizade? Continuo o baile da minha vida, sabendo que sou um ótimo dançarino. E, para entender com profundidade essa situação, só apelando para especialistas – como Freud ou Lacan – que explicam!

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