O Brasil ingressa na fase de implementação da Reforma Tributária (PEC 45/2019), a mais significativa das últimas décadas, com entregas cruciais a partir de 2026. Este marco impõe às empresas brasileiras a urgência de alinhar sua tecnologia e processos fiscais, especialmente nos sistemas SAP, para garantir a conformidade e aproveitar a oportunidade de otimizar gastos.
De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), somente na indústria, o custo de apuração e pagamento de tributos consome, em média, 1,2% do faturamento anual devido à complexidade da conformidade. A Reforma surge, portanto, como um caminho para diminuir substancialmente esses custos operacionais.
Preparação imediata para o novo cenário fiscal
A chegada iminente da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) já mobiliza o mercado. A Softtek, empresa global de soluções digitais e TI, observa um foco intensificado na revisão de processos internos e na gestão do fluxo de caixa.
“Os sistemas de ERP precisam ser urgentemente atualizados para suportar inovações como o split payment e novas obrigações acessórias. O apoio de consultorias e assessorias contábeis tornou-se central para garantir compliance e governança, além de identificar oportunidades de redução de custos”, afirma Victor Hugo Coutinho, Arquiteto de Soluções e Gerente de Ofertas SAP da Softtek Brasil.
O cronograma de transição, que se estende até 2033, segue com mudanças obrigatórias em 2026, como o CNPJ alfanumérico e testes de apuração assistida, e se intensifica em 2027, com a extinção definitiva do PIS/COFINS e o início do CBS (0,9%) e IBS (0,1% teste), além da entrada em vigor do Imposto Seletivo (IS).
Estratégia SAP para a conformidade e agilidade
Diante da complexidade da transição, as inovações da nova geração SAP são essenciais para manter a conformidade e a agilidade. Victor Hugo destaca soluções como o SAP S/4HANA, atualizado com notas fiscais específicas da Reforma, o SAP Business Network, para uma gestão de dados fiscais integrada em toda a cadeia, e o Regulatory Change Manager, para acompanhamento automático de mudanças regulatórias, além do SAP Document and Reporting Compliance (DRC) que será fundamental para a adaptação de documentos eletrônicos, como NF-e e CT-e, aos novos layouts.
“Essas ferramentas, combinadas com a automação de compliance fiscal, garantem conformidade com CBS e IBS, além de agilidade na transição”, enfatiza o executivo.
No entanto, o principal gargalo, na visão da Softtek, é o paralelismo tributário. Até 2033, o SAP deverá suportar simultaneamente o sistema atual (ICMS, ISS, PIS, COFINS) e o novo (CBS, IBS, IS). Isso exige uma ação imediata, que inclui atualizar e adaptar sistemas ERP e satélites, migrando soluções legadas (como SAP GRC NFe) para plataformas modernas (SAP DRC e NFe).
“Além da complexidade dos sistemas, a transição tributária exige a revisão crítica dos Dados Mestres para garantir a precisão de alíquotas e códigos fiscais, bem como a superação dos desafios de integração e homologação de novos layouts de notas fiscais eletrônicas junto aos órgãos fiscais, tudo isso sob cronogramas apertados. Para isso, a capacitação intensiva das equipes é essencial. Nesse contexto, a Softtek apoia seus clientes com o SAP Assessment focado na Reforma, um serviço que assegura uma transição estruturada e eficiente, transformando o desafio regulatório em uma oportunidade de otimização de custos e processos”, finaliza Victor Hugo.
