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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Inspirado na fábula clássica de Pinóquio, espetáculo de bonecos “Geppetto” vai estrear em Porto Alegre

O que acontece com Pinóquio tudo mundo sabe: o boneco de madeira ganha vida e se torna um menino de verdade. Mas, se essa trama tivesse uma continuação, como seria a trajetória do personagem na vida adulta, responsável por cuidar de seu criador? Essa foi a inspiração de Geppetto, nova montagem do premiado grupo teatral Máscara EnCena. Concebido e com atuação de Fábio Cuelli, o espetáculo de bonecos terá temporada de estreia em Porto Alegre de 21 a 30 de novembro, às sextas-feiras, aos sábados e domingos, às 19h, na Sala Álvaro Moreyra (Av. Erico Veríssimo, 307 — bairro Menino Deus, Porto Alegre). Os ingressos já estão à venda na plataforma Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/geppetto/3181567). 

Na versão gaúcha, os protagonistas não têm os mesmos nomes da fábula conhecida mundialmente. Mas o roteiro retrata a relação entre um homem e a figura paterna, tendo como referência o clássico As Aventuras de Pinóquio: história de uma marionete, lançado pelo italiano Carlo Collodi, em 1883. Tudo surgiu a partir da experiência pessoal de Fábio Cuelli, que utiliza boneco híbrido e marionete em cena.

— Me peguei, recentemente, assumindo algumas responsabilidades e percebendo como comecei a ter atitudes de cuidado com os meus pais. Devido a isso, fui buscando compreender como outras famílias reconhecem e lidam com essa inversão de papéis. Tal busca me levou a perceber que o Brasil, segundo o IBGE, está aumentando o número de idosos e que, em 2070, eles serão quase 40% da população brasileira. Será que estamos discutindo, como sociedade, sobre o cuidado no envelhecimento? — questiona Cuelli.

Com texto de Nelson Diniz e direção cênica de Liane Venturella, a produção tem comocenário uma oficina com ferramentas, pedaços de madeira e blocos de argila, São as matérias-primas para as criações do filho que, além de médico, seguiu o ofício do pai e tornou-se escultor.

— O texto constrói a narrativa de um filho que passou a vida distante do pai. Ele criou a própria história e, já adulto e formado em medicina, passa a cuidar do seu pai. Cercado de elementos que remontam a profissão de marionetista, o filho dá vida aos objetos e bonecos para abordar as verdades, mentiras e omissões que atravessam esse convívio. A direção cênica veio com precisão e delicadeza para dar forma e vida a manipulação de cada elemento, principalmente aprofundando o cuidado com uma pessoa adoecida e, com isso, atravessando as emoções que derivam dessa situação — explica o ator.

Outra curiosidade da peça é que, em alguns trechos, os personagens se comunicam por meio do Talian, uma língua de imigração falada no Brasil em regiões de ocupação italiana desde 1875, incluindo o nordeste do Rio Grande do Sul. Um recurso que reforça a intimidade familiar, já que esse dialeto foi usado, durante muito tempo, somente dentro das casas dos imigrantes devido à proibição imposta durante a Segunda Guerra Mundial. 

A passagem do espetáculo por Porto Alegre comemora os 10 anos do grupo Máscara EnCena, que produziu a montagem com a companhia Miseri Coloni — uma união de trajetórias dedicadas à pesquisa da máscara e preservação da língua Talian. A ficha técnica conta ainda com Alexandre Borin (assistência de direção), Maurício Casiraghi (direção de arte), Mario de Ballentti (marionete e boneco híbrido), Sandro Martins (execução do projeto de iluminação), Beto Scopel (trilha sonora Original) e Vitor Pedroso (figurinos). 

Uma obra que explora os limites entre esculpir e ser esculpido e revela quem são os Geppettos e Pinóquios que vivem em nós.

>> FICHA TÉCNICA:

Concepção e atuação: Fábio Cuelli; Direção cênica e dramaturgia: Liane Venturella; Assistência de direção: Alexandre Borin; Texto: Nelson Diniz;  Direção de arte: Maurício Casiraghi; Marionete e boneco híbrido: Mario de Ballentti; Construção das cabeças: Fábio Cuelli; Cenografia: Mario de Ballentti e João Luiz Cuelli; Projeto de iluminação: Maurício Casiraghi; Execução do projeto de iluminação: Sandro Martins; Fotos: Doug Trancoso; Trilha sonora original: Beto Scopel; Canção original (composta e interpretada por Adriano Iurissevich): Dorme figlio mio; Figurinos: Vitor Pedroso; Produção: Máscara EnCena; Realização: Máscara EnCena e Miseri Coloni; Apoio: Secretaria de Cultura de Porto Alegre; Financiamento da montagem: Financiarte 2023 — SMC de Caxias do Sul

>> SERVIÇO:

QUANDO: De 21 a 30/11sextas-feiras, sábados e domingos, às 19h.

ONDE: Sala Álvaro Moreyra (Av. Erico Veríssimo, 307 — bairro Menino Deus, Porto Alegre)

QUANTO: De R$ 25,00 a R$ 50,00 + taxas nas compras on-line

INGRESSOS ON-LINE: https://www.sympla.com.br/evento/geppetto/3181567

DURAÇÃO: 50 minutos

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 10 anos 

Montagem tem texto de Nelson Diniz e direção de Liane Venturella — foto: Doug Trancoso

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