18.6 C
São Paulo
terça-feira, 28 de outubro de 2025

Terapia ocupacional cresce 35% e fortalece reabilitação com propósito

Demanda aumenta entre pacientes que buscam autonomia e sentido na recuperação

Terapia ocupacional é a profissão voltada à recuperação da autonomia e das funções cotidianas de pacientes com limitações físicas, cognitivas ou emocionais. Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a procura por esse tipo de atendimento cresceu 35% nos últimos dois anos no Brasil.

O movimento é observado tanto em clínicas privadas quanto no Sistema Único de Saúde (SUS) e vem sendo impulsionado por pessoas que buscam reabilitação mais humana, funcional e com propósito, conforme dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

De acordo com o IESS, o número de beneficiários atendidos por terapeutas ocupacionais nos planos de saúde dobrou desde 2021. Para a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, especialista em reabilitação de membros superiores, esse fenômeno revela uma mudança de consciência entre os pacientes.

“O paciente de hoje não quer apenas recuperar o movimento; ele quer recuperar o significado daquilo. Se antes a terapia era apenas sobre mexer os dedos, agora é sobre voltar a tocar piano, se vestir sozinho, dirigir novamente ou escrever uma carta. A terapia ocupacional foca na função e no propósito de cada movimento”, explica Syomara.

Segundo o IBGE, o Brasil possui 34 milhões de pessoas idosas, o equivalente a 15% da população, e a expectativa de vida já chega a 75 anos. “O idoso de hoje é ativo e quer manter sua autonomia. O terapeuta ocupacional entra justamente para apoiar essa independência, desde o simples ato de se alimentar até o retorno a atividades mais complexas”, acrescenta a especialista.

De acordo com o Ministério da Saúde, a terapia ocupacional atua em clínicas, centros de reabilitação, residências e até em ambientes corporativos. O profissional auxilia desde crianças com transtorno do espectro autista até adultos com sequelas de AVC, lesões traumáticas, distúrbios neurológicos ou limitações cognitivas.

A profissão, regulamentada no Brasil desde 1969, surgiu no contexto da Primeira Guerra Mundial, quando foi usada para reabilitar soldados feridos por meio de atividades manuais e significativas.

Atualmente, a área se consolida como uma das principais pontes entre a saúde física e o bem-estar emocional. Cada vez mais valorizada, é procurada por pacientes que buscam não apenas o movimento, mas o retorno à vida cotidiana com autonomia e sentido.

“A terapia ocupacional tem um olhar funcional e afetivo ao mesmo tempo. É ciência, mas também é empatia. A gente não trata só o corpo, trata o cotidiano — o que dá sentido à vida de cada pessoa”, conclui Syomara.

Sobre a especialista
Syomara Cristina Szmidziuk é terapeuta ocupacional há mais de 30 anos e tem experiência na reabilitação de membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Atende crianças, jovens, adultos e idosos, utilizando métodos como Bobath, Baby Course, Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Terapia da Mão, Terapia de Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio