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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Seu voto pode mudar o país, e pra melhor!

Ano após ano, quando o tempo das urnas se aproxima, parece que uma névoa se espalha pelo país. O povo se agita, os debates pipocam nas esquinas, nas mesas de bar, nos grupos da família. E, no entanto, o ato de votar, tão simples e tão sério, se perde entre promessas e sorrisos estampados nos cartazes. Rubem Braga, se estivesse por aqui, talvez observasse tudo isso de sua janela, o cigarro na mão, a alma inquieta, e escrevesse com aquele olhar de quem sabe que a vida acontece nas entrelinhas.

No mundo das empresas, para conseguir um emprego, o sujeito passa por uma verdadeira romaria: currículo revisado, entrevista, testes, perguntas cruzadas sobre o passado e o futuro. Não se entra pela porta da frente sem ser investigado, filtrado, avaliado. E, se contratar errado, o prejuízo é certo. Curioso: para escolher quem vai comandar nossa cidade, nosso estado, nosso país, o processo é outro. Bem menos exigente, quase distraído.

Na política, o que deveria ser sério acaba virando espetáculo. O candidato surge na televisão com sorriso treinado, discurso decorado, ou nas redes sociais, entre memes e viralizações. A simpatia pesa mais do que a competência, o carisma vale mais que o currículo, e o eleitor se deixa levar como quem escolhe fruta no mercado, olhando só a casca, sem saber se dentro está doce ou azedo.

Mas, será que não podemos fazer diferente? Talvez seja hora de tratar o voto como tratamos os grandes assuntos da vida. Antes de escolher vereador, deputado, presidente, é preciso arregaçar as mangas e investigar. O que esse sujeito fez? Quantos projetos apresentou que realmente beneficiaram o povo? Quantos foram aprovados? O passado não mente. E para descobrir, vale tudo: perguntar ao Google, conversar com vizinhos, debater com amigos. Desfiar a história do candidato como quem descasca uma laranja, procurando o sumo, evitando o amargor da casca.

Não basta votar pelos belos olhos ou pelo discurso bonito – este, aliás, é artigo de luxo em época de eleição, abundante em todas as prateleiras. O voto é precioso demais para ser dado a quem nada fez, ou a quem só promete. Antes de apertar o botão, pergunte, pesquise, duvide. A vida pregressa do candidatou candidata é a chave. E, se votar sem fazer a lição de casa, pode até se arrepender. Só não diga depois que não foi avisado.

Rubem Braga diria, talvez baixinho: o país é feito dos pequenos gestos de cada um. E o seu voto, no silêncio da urna, é capaz de mudar destinos. Que seja um voto consciente, maduro, daqueles que deixam marcas no tempo. Porque, no fim das contas, é você quem escolhe – e é o país que colhe.

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