18.5 C
São Paulo
terça-feira, 28 de outubro de 2025

Psicomotricidade: mais do que brincar

Psicomotricidade: o brincar que desenvolve corpo, mente e emoções

Nos primeiros anos de vida, a criança aprende essencialmente pelo corpo: engatinhar, correr, manipular, balançar, observar, experimentar. Esse movimento não é apenas uma descarga de energia, mas o alicerce para a construção da linguagem, do pensamento e da vida social. É nesse ponto que a psicomotricidade se destaca como um recurso fundamental para o desenvolvimento integral infantil.

A psicomotricidade é uma abordagem que articula movimento, emoção e cognição. Ao propor atividades que envolvem o corpo, ela estimula a criança a conhecer a si mesma, reconhecer limites e potencialidades e, ao mesmo tempo, relacionar-se com o outro. Essa integração favorece tanto o desenvolvimento motor quanto o sócio emocional. Habilidades como equilíbrio, lateralidade, coordenação e percepção espacial e temporal se refletem diretamente em aprendizagens formais, como leitura, escrita e cálculo.

Na prática, circuitos, brincadeiras de bola, jogos de imitação, danças e desafios corporais são exemplos de propostas psicomotoras que vão muito além do “simples brincar”. Eles ajudam a criança a construir noções de espaço, tempo, ritmo e regras, promovendo autonomia e cooperação. Ao realizar essas atividades em grupo, surgem oportunidades para aprender a esperar, dividir, negociar e respeitar o outro.

Outro aspecto relevante é que a psicomotricidade contribui para o equilíbrio emocional. Crianças que têm oportunidades de explorar e expressar-se corporalmente tendem a lidar melhor com frustrações, ansiedade e impulsividade. O corpo em movimento é uma forma natural de autorregulação.

Cabe à escola e à família reconhecer o valor dessas experiências. Criar ambientes seguros, estimulantes e planejados — seja no parque, no pátio ou durante os momentos de aulas — é investir na formação de crianças mais seguras, criativas e preparadas para aprender. Quando entendemos que o movimento é linguagem, percebemos que a psicomotricidade não é um “extra”, mas um pilar do desenvolvimento infantil.

Autores:

Stela Marrega e Jeffrey Almeida 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio