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terça-feira, 11 de novembro de 2025

A MINHA COMPANHIA. QUANDO EU E MEUS PAIS SOMOS UM.

Ás vezes, é preciso estar ”só” para que tenhamos a noção de que não estamos sozinhos. Temos uma percepção inexata, de que estar com alguém é somente quando vemos esse alguém de forma corpórea. No silêncio da madrugada, enquanto; os pássaros se aquietam em seus ninhos, o coração bate; os olhos lacrimejam, e o olhar atravessa a janela, penetrando à escuridão da noite, memórias e lembranças, o tempo me faz lembrar de minha companhia, não seria uma homenagem póstuma, porque; minha companhia nunca morreu! Ás vezes; matamos as pessoas, mesmo estando elas vivas. A noite vai passando, na mesma vicissitude em que a vida pede passagem.

Duas horas após a meia noite, e eu aqui sentado em minha escrivaninha, com os pensamentos vagando pelo tempo, e o tempo, me pedindo um tempo. A alma pensativa, e a noite sussurrando -me, suas elucubrações. Fui lá nos idos de minha infância, buscar meus dias de criança, a me ressignificar no tempo. Quanto mais tento encontrar uma explicação, mais compreendo o sentido de não estar só. Quando tudo se cala, até aquilo que não se percebe passa a fazer barulho na alma. Na estrada, os lampejos de carros passando, cada qual; a caminhar em busca de um destino.

Quanto mais penso que estou só, maior é a certeza de que não estou sozinho. Entre um ruído esporádico e sucinto, entre a luz do farol e o adormecer da noite, lembrei de meu pai, e busquei, meu primeiro Pai, na comparação, o primeiro é rico, o segundo era pobre; os valores entre eles se inverteram, até que me dei conta; da riqueza de ambos. Nascemos nus, e por causa de nos vestir-nos e nos revestirmos, que escondemos nossa pobreza. A noite, a escuridão, a ausência da agitação, nos torna ouvintes de nosso próprio ser. As vozes, do interior começam a emudecer nossos temores. Lembramos de nossos amores, até que o tempo me faz assim.

Enquanto escrevo, me procuro dentro de mim. A minha companhia não visível, me vê; e as palavras de sua presença me tocam a alma, como o vento balançando ás folhas de uma árvore plantada à beira do rio. Fico imaginando o dia , não como uma desvalia; mas como uma oportunidade de reencontrar a vida, ela tão efêmera, ás vezes, lúcida, e outras estúpida, incapaz de me compreender. Meus pais me observam, um que se foi, e outro; que nunca deixou e nem deixará de existir. O abraço de um pai, e o beijo de uma mãe, como é importante, mesmo ma imaginação, ainda; que se faça presente, apenas nas nuances de um pensamento.

Quanto mais, a noite pega no sono, mais presente, e sente a presença dos pais. O que já se foi e o que nunca deixará de ser. O pensamento vai correndo, mas ao mesmo tempo, se amansa, como as águas dormentes do rio. Até os pássaros respeitam seu silêncio. Meus olhos estão cansados, meu corpo sente o cansaço, e o até daqui á pouco, me incita ao descanso. Meu Pai que se foi, meu irmão está contigo; e meu Pai; que nunca deixará de existir, me faz descansar, porque, deito e logo pego no sono, porque tu me fazes dormir tranquilamente. E assim, ouvi a voz de minha própria companhia. Deus nos abençoe!!!!!!!!!!!!

Claudinei Telles
Telles
O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

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