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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Ronald Duarte é o primeiro artista da série Crua, que será lançada gratuitamente nas plataformas digitais nesta terça-feira 

O primeiro episódio da série “Crua” será lançado nesta terça-feira, dia 9 de setembro de 2025, com o artista Ronald Duarte, que apresentará a performance inédita “Oroboro”. Idealizada e dirigida por Ana Pimenta e João Marcos Latgé, a série Crua terá cinco episódios e será apresentada no Instagram e Youtube @crua_arte. Além de Ronald Duarte, participarão da série os artistas fluminenses Carla Santana, Marcelo Conceição, arorá e Eleonora Fabião. O projeto é apresentado pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc.

No primeiro episódio, Ronald Duarte apresentará a performance inédita “Oroboro”, realizada no galpão da Escola de Belas Artes da UFRJ, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Na ação, o artista desenha e acende um círculo de pólvora ao redor da raiz de uma árvore, sobre um tapete com a imagem de uma serpente mordendo a própria cauda. “Oroboro é um ritual que várias civilizações do mundo faziam e fazem a partir do momento da própria sensibilidade humana em perceber o espírito do tempo, perceber que tempo é esse que estamos vivendo”, afirma o artista. “Oroboro é o momento em que a serpente engole o próprio rabo, fechando a sua própria existência, o início do fim, a morte e a vida ao mesmo tempo, o olhar a si mesmo, a criação do mundo a partir da ideia de movimento, de continuidade, de fecundação, é a roda da existência. Quando a serpente morde o rabo ela rompe com o tempo linear, com o tempo evolutivo e cria outro nível de existência, que é circular, que remete à roda, ao sol e a vários deuses que usavam Oroboro como forma de transformação. É um ritual da transformação, do início e do fim”, ressalta Ronald Duarte. 

A cada semana, sempre às terças-feiras, um novo episódio será lançado com um artista diferente. O formato segue apenas algumas regras: câmera fixa, enquadramento frontal e centralizado, luz natural, som direto, edição sem cortes, com duração de 2 minutos. Os artistas têm liberdade para se expressarem da maneira como quiserem, sem regras ou roteiros. Os cenários são sugeridos pelos próprios artistas, podendo ser o ambiente de trabalho ou qualquer outro espaço significativo para eles.  “Crua pretende ser uma janela para o mundo de cada artista”, afirmam os diretores.

O segundo episódio da série será lançado no dia 16 de setembro com a artista Carla Santana. Em seguida, serão apresentados os episódios com Marcelo Conceição, no dia 23 de setembro, arorá, no dia 30 de setembro e Eleonora Fabião, no dia 7 de outubro.

Crua é um projeto original, enraizado em vertentes do cinema documental nacional, com referências no cinema de Eduardo Coutinho, sobretudo em filmes como Jogo de cena (2007), As canções (2011) e Últimas conversas (2015); nas videocabines de Sandra Kogut, projeto dos anos 1990, que convidava transeuntes a gravarem um depoimento de 30 segundos em vídeo, sem qualquer orientação quanto ao tema; e mais notadamente nos screen tests de Andy Warhol, que nos anos 1960 filmou vários de seus amigos artistas em estúdio, sempre em close-up frontal e com a duração aproximada de 3 minutos (equivalente a um rolo de filme).

SOBRE O ARTISTA

Ronald Duarte (Barra Mansa, 1963) é performer e professor da Escola de Belas Artes da UFRJ. Como artista, atua diretamente com a urgência urbana — o que precisa ser feito, dito ou visto. Suas ações, concebidas como atos ou respostas imediatas, operam como montagens entre o real e o imaginário. Ao longo dos últimos 20 anos, participou de exposições e eventos no Brasil e no mundo. Apresentou exposições e performances no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (2000); Museu Imperial de Petrópolis, Rio de Janeiro (2007);  Fundação Serralves, Portugal (2008); 10ª Bienal de Havana, Cuba (2009); 2ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2009); Museu Het Domain, Sittard, Holanda (2009); 29ª Bienal de São Paulo (2010); Tate Gallery, Londres (2010); Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Espanha (2010); Art Basel, Miami (2011); 4ª Bienal de Porto Santo, Arquipélago da Madeira, Portugal (2011); Neue Berliner Kunstverein, Berlim (2014). Em 2005, realizou a performance “Fumacê do Descarrego” no Ano do Brasil na França, durante o evento Nuit Blanche em Paris. Em 2012, no Ano do Brasil em Portugal, foi convidado como curador e artista do projeto “Tranza Atlântica” em Guimarães. No ano seguinte, participou da Feira do Livro de Frankfurt, durante o Ano do Brasil na Alemanha. Recebeu diversos prêmios, entre eles: Prêmio Interferências Urbanas em Santa Teresa (2001 e 2002); Prêmio Projéteis em Arte Contemporânea, da Funarte (2004); Prêmio Marcantonio Vilaça, também da Funarte (2006); Prêmio Iberê Camargo (2008); Prêmio da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011), entre outros. Em outubro, o artista fará uma exposição individual na Casa Brasil.

SOBRE OS DIRETORES

Ana Pimenta (Rio de Janeiro, 1996) é produtora cultural formada pela UFF, com intercâmbio acadêmico em Culture Management na Vilnius University (2020), Lituânia. Atua na elaboração e gestão de projetos, com foco em exposições e livros de arte. Foi produtora na galeria Nara Roesler Rio e integrou a equipe de exposições realizadas no Sesc Pinheiros, Futuros (antigo Oi Futuro Flamengo), Sesc Belenzinho, CCBB Rio de Janeiro, entre outros espaços. Co-editou com Clara Gerchman o livro “Rubens Gerchman: recordes de um legado” (Afluente, 2024) e foi assistente editorial dos livros “Volume 3: Raul Mourão” (Automatica Edições, 2022), “Arte Bra: Eleonora Fabião” (Automatica Edições, 2021). Está cursando o mestrado em Artes Visuais na EBA-UFRJ. 


João Marcos Latgé (1996) é natural de Niterói, RJ. Formado em Cinema pela PUC-Rio e mestre em Artes Visuais pelo PPGAV/EBA-UFRJ. Em 2018, durante intercâmbio acadêmico na Filmakademie Baden-Württemberg (Ludwigsburg, Alemanha), realizou o curta-metragem Ghost story sobre o Cais do Valongo. O filme foi exibido no FURORE Internationales Festival für junges Theater no mesmo ano. Já trabalhou na produção de festivais de cinema como Anima Mundi (2019) e Festival do Rio (2019 e 2021). Desde 2021 atua como realizador de vídeos independente, atendendo a artistas visuais e galerias de arte contemporânea. Já filmou nomes como Luiz Zerbini, Iole de Freitas, Lucia Laguna, Ana Almeida, Vik Muniz, Josh Callaghan, entre outros.

Serviço: Lançamento do 1° episódio da série Crua, com Ronald Duarte

Dia 9 de setembro de 2025

Instagram e no YouTube @crua_arte

Gratuito

Autora:

Beatriz Caillaux

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