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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Questão colonial e trajetórias entre portugal, Espanha, e Brasil, Marrocos

Para compreender a situação da África e América Latina sob influência  da manipulação e exploração do ciclo colonial, é importante situar o poder das potências ocidentais, sobretudo Espanha, Portugal, França, influenciadores das trajetórias políticas e econômicas,  e objeto de subdesenvolvimento socioeconômico e da situação atual dos povos africanos e sulamericanos, no horizonte da independência socioeconômica?

 Hoje, num momento em que as relações entre a Europa, a África e América latina se transformam, dadas novas formas de cooperação, entre a União Europeia, África e América latina, e das relações com BRICS,  agrupamento de onze países, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Tal tendência mundial, objeto de agrupamentos, países da herança colonial, leva a pergunta: sobre como se pode avaliar a evolução dessas relações pós-coloniais, junto a ascensão das potências geopolíticas como China, Rússia, Brasil, Turquia e até mesmo os Estados do Golfo?

Tal desenvolvimento é considerado como natural,  no sentido de contrabalanço sócio-econômico e geopolítico, onde a França, Espanha e Portugal constituíram uma parte da história ao nível das antigas potências, laços com países colonialistas, com estratégias diplomáticas transformadoras das distintas relações, e das convergências dos países do Sul, continentes africanos e latinoamricanos.

Essa distinção colonial traduz ainda a memória da luta armada e integração, enraizadas nos figuras dos historiadores e tradutores das épocas,  imperativas ao subdesenvolvimento, aos geoestratégicos pontos potenciais,  referendo-se ao Johannes Gutenberg, do século XV, da revolução da produção e da disseminação de textos, fato da tradução da Bíblia por Martinho Lutero, e  expansão do conhecimento, papel político e religioso,  desafiador da hegemonia da Igreja.

Assim, a relação entre as colônias, ciclo XV, se manteve, quanto a morte de Henrique I,1580, Rei de Portugal, e antes Cardeal 1546, motivo do verdadeiro vácuo poder para o herdeiro direto,  caminho a França, na figura do Antônio I (neto de Manuel I), candidato  ao trono, cujo Filipe II, Rei da Espanha, quem tomou  o poder pela força, reinando  sobre o Reino de Portugal sob o nome de Filipe I.

Tal episódio de manipulação e situação envolve um dos fatores facilitadores da era Franco, da Espanha e Portugal, ostracizados das democracias da Comunidade Econômica Europeia, ou ainda dos desdobradores da diplomacia pragmática junto ao mundo árabe, africano e latinamericano.

Essa abordagem envolve também muitos cenários, caracterizando o sigilo e  oportunismo, consolidando  a trajetória colonial, a manipulação e exploração humana e ambiental, dado poder da aristocracia e monarquias tradicionais, controladores e influenciadores de  movimentos revolucionários e racionais.

Consequências essas de transformações e estratégias são a garantia, a segurança energética e a preservação da integridade dos territórios africanos e sul americanos, hoje são traduzidos em termos geograficamente repartidos pelas antigas colônias, Marrocos pela França e Espanha; Brasil, Angola, Guiné bissau e Cap verde e Príncipe, por parte do Portugal.

 Assim, em 1920,  a França e Espanha começaram a coordenar uma estratégia de cooperação internacional, objeto de energia do Oriente Médio, da África ou da América latina.

Essa estratégia leva a libertar-se da Anglosfera, ou do agrupamento político formado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, dada a aliança de inteligência “Cinco Olhos”, contra  França, Espanha, Portugal, ou até Marrocos.

 Perante tudo isso, a França e Espanha preveem manter seus canais diplomáticos bilaterais em prol da cooperação europeus, uma vez que sua estratégia tenta não só surtir efeitos positivos mas, proporcionar meios estratégicos para  materializar a ajuda pública aos países africanos e sulamericanos de acordo com critérios nacionais, e não europeus.

Referindo-se  ao caso da França em relação ao Gabão, ilustrando essa lógica de país rico e escassamente povoado, a ser beneficiado de uma cooperação financeira cada vez mais generosa contra o seu vizinho Mali, dado atrito e diferenciação racial, motivo de subdesenvolvimento e mentalidade racial, ou ainda de Marrocos e Argel, dados conflitos atribuídos  não só a integração mas, marginalização,  pobreza, ignorância, reflexo de problemas de separações estratégicas em termos geográficos e ambientais.

Ao contrário de todas as aparências dos líderes franceses, espanhóis ou portugueses, neste contexto colonial, tal provocou uma nova presença de atores, transformadores da realidade do antigo “quintal” pelo motivo da mudança de mentalidade pós-colonialista, transformação da França como ator da dinâmica histórica imprevisível.

Outros influenciadores e intervenientes

A Rússia, sucessora da União Soviética, aproximou-se com laços forjados durante a Guerra Fria, cuja estratégia colonial foi acolher  estudantes africanos e sulamericanos, rejeitados pelas universidades francesas, espanholas ou portuguesas, tornou-se suporte estratégico ao apoio militar e aos diversos atritos e divergências da integração dos países em desenvolvimento.

Continuando hoje assistindo a essa mudança estratégico no nível de transformações estruturais e culturais, apesar de todos os meios de manipulação colonial,  dado surgimento de novas megacidades como Dubai, Brasil, Istambul e Xangai, desaprovação da geografia econômica global; das explorações socioeconômicas e financeiras.

Esses centros urbanos oferecem aos  africanos, sul americanos e investidores do Magrebe, acesso a novos projetos socioeconômicos, a residência e oportunidades de retorno mais flexíveis e atraentes; face aos circuitos tradicionais.

Assim, esses atores emergentes se distinguem por sua disposição em termos de grandes projetos de infraestrutura e extração de hidrocarbonetos.

No caso do chinês no Marrocos ou no Brasil, só pode refletir um eloquente procedimento para bilhões investidos no setor de energia renovável, indústria, petróleo e demais serviços, seja abordagem radicalmente diferente da cooperação tradicional.

Tal reconfiguração geopolítica incorpora por outro lado um aspecto fundamental de relações internacionais, ganha ganha, entre Brasil e Marrocos, num  horizonte da Copa do Mundo de futebol, 2030, onde o Marrocos, Espanha e Portugal, participam numa realidade  dinâmica,  abominando o vácuo  inevitável.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário, pesquisador dos assuntos sul americanos, Mercosul,  e entre Marrocos e Brasil

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