Nas três primeiras fases da vida, infância, adolescência, juventude, ser irreverente, ingênuo, irresponsável e ignorante é engraçado, aceitável e meio que obrigatório. Mas nas fases seguintes, a adulta, a madura e a velhice, que muitos chamam de melhor idade, a sociedade cobra crescimento e evolução intelectual do indivíduo.
Muitos nunca evoluem e ainda acrescentam estupidez ao currículo. E em período integral! Os Influenciadores, ignorantes e irresponsáveis, ganham dinheiro graças aos otários ingênuos, ou orgulhosos seguidores. Políticos se elegem e enriquecem graças a esses mesmos otários ingênuos e com a ajuda dos Influenciadores.
A conexão é óbvia. Políticos e Influenciadores se unem para explorar a ingenuidade e a ignorância dos otários, que brigam nas redes sociais em defesa de pessoas, ideias e partidos que não conhecem. Compartilham postagens o tempo todo, sem saber do que se trata. Se existe um mercado em forte expansão, é o de produtos para otários. Há muitos deles pelo mundo, e não param de se reproduzir.
Será a velhice realmente a melhor idade? Uma ova! Melhor idade são aquelas primeiras, quando podemos ser irresponsáveis, ingênuos, ignorantes e irreverentes, sem culpa. Finalizando, proponho seguinte reflexão: Qual será o seu legado? Como você quer ser lembrado? Uma pessoa evoluída ou um otário ignorante? Muito obrigado!
O professor Tithu Beia foi aplaudido em pé por longo tempo. Alan Jerri, seu fã e seguidor, anotou tudo, comprou o livro e aguardou 90 minutos na fila de autógrafos, ignorando os apelos da bexiga. Quando posou com o livro, ao lado do mestre, todos tiveram de prender a respiração. A foto flagrou a área úmida abaixo do umbigo, mas sorte, foto não registra odores.
Naquela noite, Alan Jerri não conseguiu pegar no sono, pois as perguntas do palestrante borbulhavam em sua mente: Qual será o meu legado? Como quero ser lembrado? Evoluído ou otário? Aquilo soava como um chamado à consciência. Com Q. I. 84, levemente inferior a um chimpanzé, o belo Alan tentou várias atividades, mas o fracasso o perseguia. No colégio, foi eliminado por um daltônico na competição do Cubo Mágico. Torceu o tornozelo tentando jogar Gamão. Na faculdade, reprovado por faltas. Míope, ele se confundia com os números das salas e assistia aulas de outros cursos.
Certo dia, o destino lhe sorriu. Sorriso amarelo e dentes cariados, mas sorriu. Conheceu Iná Lemos, fraca de feição, roliça, esperta e filha de um rico empresário. A miopia amenizou problemas como lataria e quilometragem. O único sentido de Alan Jerri que funciona bem é o olfato e o aroma de Iná levou à União Instável. O velho morreu, Iná herdou a fortuna do pai e o casal vivia sem preocupações financeiras. A todo instante, a história do legado martelava sua cabeça, porque ele quer deixar sua marca no mundo. Lançou-se como Influenciador, com o apoio de Iná, mas não decolou. Ele fareja oportunidades, mas não viabiliza coisa alguma. Graças ao sobrenome e aos contatos do pai, financiador de campanhas políticas e influente no ramo da propina, Iná encaixou Alan como Assistente de um Partido famoso.
- Obrigado pela indicação querida, mas não entendo nada de política.
- Não esquenta, amor. Assistente não faz nada. Só assiste. Vai dar certo!
O Assistente, descobriu a importância do faro atuando como “laranja” nas relações espúrias entre o poder financeiro e o político. Seu olfato identificou várias formas de lesar os cofres públicos, o que lhe rendeu a fama de hábil negociador, aquele que manuseia as marionetes do poder, atinge objetivos e não se compromete.
A fama fez dele candidato à Presidência da República. Dizem que, por trás de um grande homem, sempre tem uma grande mulher, mas Iná Lemos é muito feia pode afastar o eleitor do belo e forte Alan. O marketeiro do Partido sugeriu contratar uma Top Model para posar de noiva do Alan e assim conquistar o voto masculino. Iná Lemos concordou, desde que ela fosse a vice-presidente. O Partido aceitou.
Alan Jerri foi eleito e, com o incrível faro, conquistou a simpatia de líderes mundiais e intermediou o fim de várias guerras. Tithu Beia, Ministro da Empolgação, ajudou a obter fundos para erradicar a miséria. Alan Jerri apareceu em capas de revistas e em importantes programas de TV. Na cerimônia de entrega do Nobel da Paz, anunciou o casamento com Evita Mina, a Top Model e dublê de noiva.
Traída e abandonada, Iná Lemos vingou-se fazendo Alan cair em desgraça. Revelou à Oposição que ele falsificou o Diploma do Ensino Fundamental e o Exame de Fezes que apresentou ao Tribunal Eleitoral para registrar a candidatura. É obrigatório provar capacidade de fazer caca para se candidatar à presidência. Alvo de CPI, foi cassado e condenado por Falsidade Intestinal e Trapacear a Democracia.
Evita Mina pediu o divórcio, Iná Lemos assumiu a presidência e Alan Jerri, agora em liberdade condicional, trabalha na Companhia de Esgotos, usando o faro refinado para identificar vazamentos.
Moral da história: Com um bom faro, muito dinheiro e a psicologia avançada de Harvard, você pode ir longe. Mas, cuidado! Se atrás de todo grande homem tem sempre uma grande mulher, atrás dela pode estar a mulher dele. Vida que segue!