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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Escuta ativa: como estar presente para quem precisa de apoio?

Mais do que ouvir palavras, a escuta ativa envolve atenção, empatia e acolhimento. Psicóloga explica como desenvolver essa habilidade para oferecer suporte efetivo a familiares e amigos em momentos difíceis

A saúde mental é a maior preocupação de saúde no mundo, segundo o último relatório global World Mental Health Day 2024, resultado da pesquisa realizada entre julho e agosto de 2024, pelo Instituto Ipsos, em 31 países. A preocupação com os problemas de saúde mental é maior até mesmo do que a preocupação com o câncer, aponta o estudo. De acordo com a pesquisa, no Brasil, em 2018, apenas 18% das pessoas citavam a saúde mental como a principal preocupação de saúde, o salto aconteceu durante a pandemia, quando o tema foi o mais citado por 40% dos entrevistados em 2021, com aumento progressivo até atingir um pico em 2024, com 54%.

Neste cenário, o acolhimento e práticas como a escuta ativa nunca se mostraram tão indispensáveis e estratégias essenciais para serem discutidas não só em períodos como o Setembro Amarelo, mas durante todo o ano. Com o estresse ocupando uma posição de destaque entre os problemas de saúde mental, é fácil entender porque tantas pessoas têm dificuldade em parar, olhar nos olhos e dedicar atenção verdadeira a quem precisa. Assim, a prática da escuta ativa surge como um recurso fundamental para contrapor a pressa cotidiana e resgatar a importância do cuidado humano.

O primeiro passo é acolher

Para a psicóloga Luciana Dainese, profissional da área de psicologia do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, o ponto de partida é a disposição genuína em acolher. “Escutar com atenção é um ato de cuidado. Muitas vezes, quem fala não precisa de soluções prontas, mas de um espaço seguro para expor suas vulnerabilidades. O acolhimento abre caminho para que a pessoa se sinta respeitada, vista e valorizada.”

Esse acolhimento vai além das palavras. Envolve postura corporal, olhar atento e a decisão consciente de estar presente. De acordo com a profissional, a escuta ativa é menos sobre dar respostas e mais sobre permitir que o outro fale com liberdade.

Erros comuns ao ouvir alguém em sofrimento

Quando um familiar ou amigo procura apoio, a intenção costuma ser ajudar. Mas alguns comportamentos, mesmo bem-intencionados, podem ter efeito contrário. “Um dos erros mais comuns é o julgamento. Muitas vezes, na tentativa de orientar, apontamos erros ou damos conselhos de forma precipitada. Essa postura não transmite amparo nem confiança. A escuta verdadeira não julga, apenas acolhe”, explica Luciana.

Segundo a psicóloga, outra falha recorrente é a pressa em “resolver o problema” da outra pessoa. “Nem sempre quem está em sofrimento busca soluções. Muitas vezes, ela só precisa ser ouvida sem interrupções, para organizar pensamentos e sentimentos”, completa.

Escuta ativa como forma de fortalecer vínculos

A prática da escuta ativa não beneficia apenas quem fala, mas também quem ouve. Ao se dedicar a uma escuta mais empática, familiares e amigos conseguem criar laços mais sólidos e verdadeiros.

“Reconhecer que a dor humana é singular é fundamental. Cada pessoa sente de forma diferente. Quando oferecemos um espaço seguro, de afeto e cuidado, permitimos que o outro se expresse e se sinta respeitado. É nesse movimento que os vínculos se fortalecem e que a confiança se estabelece.”

Luciana destaca que a escuta ativa é uma oportunidade de humanização. Em tempos de excesso de telas e distrações, parar para ouvir pode ser um gesto raro — e justamente por isso tão transformador.

Hábitos que ajudam a desenvolver a empatia

Embora pareça desafiador, cultivar a escuta ativa pode começar com atitudes simples, que aos poucos se tornam hábitos. A especialista sugere:

  • Olhar nos olhos durante a conversa, demonstrando presença genuína;
  • Suspender julgamentos, permitindo que o outro fale livremente;
  • Mostrar interesse real pelo tema abordado, mesmo que não seja do seu cotidiano;
  • Estar disponível emocionalmente, seja para rir, chorar ou apenas escutar;
  • Reforçar a importância do outro, transmitindo a mensagem de que ele importa.

“O nosso desenvolvimento enquanto pessoa também acontece na experiência com o outro. Somos seres relacionais. Precisamos lembrar que o outro importa — e ele precisa sentir isso”, reforça Luciana.

O impacto da escuta ativa

Os benefícios da escuta ativa vão além do momento da conversa. A prática pode trazer resultados concretos para quem enfrenta sofrimento emocional.

“No acolhimento, encontramos alívio, clareza e fortalecimento. Quando alguém se sente ouvido, ganha confiança para lidar com suas questões. A escuta ativa pode ser um divisor de águas para quem atravessa momentos de dor. Ela tem potencial de mudar histórias de vida.”

Ao criar um espaço de escuta, familiares e amigos tornam-se aliados importantes no enfrentamento de desafios emocionais. A prática, segundo Luciana, é simples, acessível a todos e pode gerar impactos duradouros. “Não é preciso ser especialista para ouvir com atenção. A escuta ativa é um exercício de humanidade, que qualquer pessoa pode desenvolver no dia a dia. É uma forma de estar presente de verdade para quem amamos”, finaliza. 

Sobre o Cartão de TODOS

O Cartão de TODOS é referência no mercado de cartões de descontos. Criado em 2001 por Altair Vilar, em Ipatinga (MG), a empresa oferece a intermediação de descontos entre os usuários do cartão e as empresas parceiras. A adesão ao Cartão de TODOS dá direito a descontos nas mais de 500 clínicas médico-odontológicas parceiras, permitindo o acesso da população à saúde primária de qualidade, além de oferecer descontos em atividades que englobam serviços voltados à educação e ao lazer e, ainda, a itens essenciais. A empresa atende, hoje, o equivalente a mais de 20 milhões de pessoas, e possui uma rede com mais de 12.000 estabelecimentos parceiros em todo o Brasil.

Sobre o AmorSaúde

O AmorSaúde é a maior rede de clínicas médico-odontológicas do Brasil, com mais de 500 unidades ativas em todo o território nacional. Fundada com a missão de oferecer saúde de qualidade a preços acessíveis, a rede realiza mais de 18 milhões de consultas por ano, mais de um milhão de procedimentos odontológicos e mais de 35 milhões de exames, em parceria com os maiores laboratórios do país. Com estrutura moderna, multicanalidade e foco em atendimento humanizado, a rede oferece consultas presenciais, telemedicina, exames laboratoriais e de imagem, odontologia e encaminhamento para cirurgias eletivas. 

Autora:

Vivian Vianna

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