“Mortal Kombat” (2021), dirigido por Simon McQuoid, é uma tentativa ambiciosa de atualização para os cinemas uma das franquias mais brutais e icônicas dos videogames. Disponível atualmente na HBO Max, o filme busca equilibrar referências que os fãs mais antigos liberam de imediato com uma roupagem atualizada para conquistar novos públicos. A trama apresenta Cole Young, um personagem criado para o longa, que serve de fio condutor para apresentar guerreiros que carregam a marca do dragão em um torneio onde a sobrevivência e a luta são a única linguagem possível.
O maior mérito do filme são as cenas de luta, sem dúvida. O diretor não economizou em coreografias que remetem diretamente aos golpes e fatalidades que se tornaram símbolo da franquia. O duelo entre Sub-Zero e Scorpion já nasceu clássico e entregue justamente o que se espera de um Mortal Kombat: violência estilizada, efeitos visuais eficientes e aquele exagero quase cartunesco. Por outro lado, o roteiro é irregular e deixa lacunas que dificultam a influência de quem esperava uma narrativa mais coesa. Cole Young, embora seja um artifício para dar frescor à trama, acaba se tornando um personagem sem o mesmo carisma dos ícones do jogo.
Ainda assim, é injusto ignorar o esforço. “Mortal Kombat” cumpre seu papel de introduzir novos espectadores ao universo, explicando em tom didático as regras do torneio e preparando terreno para algo maior. Não é um filme que se leva tão a sério, mas também não pretende ser apenas piada. Seu tom híbrido — ora sombrio, ora divertido — reflete bem a essência do jogo que mistura o grotesco com o exagerado.
E a boa notícia é que a história não para por aqui: ainda este ano estreia a aguardada sequência, “Mortal Kombat 2”, prometendo expandir o universo e dar mais espaço a personagens que ficaram em segundo plano no primeiro capítulo. Resta ver se dessa vez a franquia encontrará o equilíbrio entre espetáculo visual e uma narrativa consistente que faz apenas ao legado dos jogos.
Nota: 6,5/10.