Análise contextual de Monteiro Lobato.
Num pequeno raio de madeira partido e
seco, Monteiro Lobato plantou, em Urupês,
uma história sobre o encontro conflituoso
entre homem e natureza. “A vingança da
peroba” pode ser lida hoje não só como
ficção regionalista, mas como um espelho —
e um aviso — sobre impactos ambientais
que permanecem atuais: desmatamento,
degradação do solo, empobrecimento
ecológico e o esvaziamento do patrimônio
cultural ligado à floresta.
Ironias ao Colonialismo cultural e
ao progresso
No universo de Urupês, Lobato retrata
personagens e paisagens do interior
paulista, oferecendo críticas e ironias ao
colonialismo cultural e ao progresso sem
reflexão. A peroba — árvore de grande porte
e valor para a construção — é mais do que
um cenário: é agente simbólico. Quando o
texto trabalha a “vingança” da árvore, ele
toca no tema da reação da natureza frente
ao uso predatório do homem. Essa
dimensão simbólica facilita uma leitura
ambiental contemporânea: a natureza
responde (direta ou indiretamente) às ações
humanas, e essa resposta costuma ser
medida em perda de serviços
ecossistêmicos e aumento de riscos
socioambientais..

Autora:
Aline Mendonça — especial para o jornal
Tribuna Análise literária e ambiental que
conecta o conto “A vingança da peroba”, de
Monteiro Lobato, com problemas reais de
exploração florestal, perda de biodiversidade e
desvalorização cultural no campo brasileiro.
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