A evolução em marcha ré
“Tempos difíceis criam homens fortes, homens fortes criam tempos fáceis, tempos fáceis criam homens fracos, e homens fracos criam tempos difíceis”.
Nossas casas mostram isso: o controle da tv nos deu barriga, a comida da vovó não é apenas mais saborosa – ela vem do galinheiro, da horta. Não tem sal para conservar, não há plásticos nem geladeira. É natural como nos tempos de nossos avós.
Eles escreviam cartas, mandavam pôsteres, usavam máquinas de datilografar, nadavam, jogavam bola, até caminhavam. Hoje, nós? Às vezes vamos à academia, andamos de bicicleta elétrica, nadamos em piscinas virtuais. Nossos filhos são pais de pets e bebês reborns. [“Tempos fáceis criam homens fracos”].
Pois bem, hoje vivemos desse modo, e amanhã, como será?
“Homens fracos criam tempos difíceis”. E nossos netos, criados por “homens fortes que criaram tempos fáceis”, podem estar autoextinguindo o ser humano do planeta terra.
A prova disso: o homem de neandertal tinha cérebro maior e corpo robusto, musculoso. Essas características eram voltadas à sobrevivência em ambientes extremos – frio, feras.
Com o passar do tempo, o corpo deixou de ser nossa principal ferramenta de sobrevivência, e o conforto começou a ocupar esse lugar. A tecnologia passou a fazer por nós aquilo que antes dependia da força e da adaptação. Da lança à enxada, da roda ao motor, até chegarmos ao algoritmo. Agora, a super IA promete assumir o que restou da nossa autonomia.
Amanhã, com a super IA trabalhando para dar mais conforto ao ser humano, não precisaremos mais de nossos corpos nem de nossos cérebros. Muito possivelmente seremos todos colocados para “marinar” usando a técnica da criônica. E quando a super IA estiver pronta para nos reviver com segurança, voltaremos à vida.
Mas, qual a utilidade do ser humano ao mundo?
Em um mundo perfeito, as IAs não precisariam do homem para poluir o universo, viver em guerras, contaminar águas, promover discussões por conta da cor de uma pessoa.
Nesse futuro, talvez não passemos de peças de museu, fotografias congeladas em vitrines. Ou, na melhor das hipóteses, voltaremos de onde viemos: seremos apenas uma célula que marca nossa existência, talvez até embalsamados para mostrar de onde as IAs evoluíram.
Isto soa como alerta.
Por que buscar vida inteligente fora de nosso planeta? Vai que eles buscam exterminar poluidores do universo e nos eliminam. Ou, “reeliminam”.
Há construções sem explicação que podem justificar isso, por exemplo: pirâmides de Gizé, Machu Picchu, Sacsayhuamán.
“Tempos difíceis criam homens fortes”. Nossos avós ergueram casas com as próprias mãos, tiravam sustento da terra, criaram famílias numerosas mesmo em tempos difíceis.
Dali nasceram homens fortes que moldaram sociedades inteiras. Nós, ao contrário, delegamos tudo às máquinas: o controle remoto nos tira o movimento, o computador nos rouba a memória.
A história, que deveria ser de avanço, nos conduz de volta: regredimos do homem que enfrentava a vida ao homem que evita o desconforto. Se continuarmos nesse caminho, não estaremos mais evoluindo, mas retornando – ao útero, à célula, à simples marca biológica de que um dia existimos.
“O futuro que teremos depende do tipo de pessoas que nós deixarmos no mundo, ou seja, depende dos homens e mulheres que formarmos hoje”.
Homens fortes dependem exclusivamente de mulheres que busquem formar estes homens e mulheres fortes.
O escritor do lago
Nascendo um mundo melhor