Levantamento da Branddi ainda aponta que quase 73% já foram vítimas de fraudes em anúncios ou perfis falsos nas redes sociais
A insegurança diante dos golpes digitais está modificando o comportamento de compra dos brasileiros. Uma nova pesquisa da Branddi revela que 71% dos consumidores online deixaram de realizar alguma compra por receio de fraude. A maior parte das desistências ocorre pela falta de confiança nas plataformas de e-commerce (31%) ou pela desconfiança em anúncios veiculados nas redes sociais (24%).
Os números evidenciam um desafio que vai além da perda imediata de vendas: o risco de danos à reputação. Diego Daminelli, CEO da Branddi, explica o risco para as marcas: “Mais do que as perdas em vendas, as empresas enfrentam também crises de reputação. As pessoas já conhecem algumas modalidades de golpe, como os avisos falsos de compras com o cartão que chegam via WhatsApp, por exemplo. No entanto, nem todo mundo sabe reconhecer um anúncio, perfil ou mesmo um site falso. Quando elas caem em um golpe por causa disso, boa parte da culpa vai, injustamente, para a própria marca, sendo que ela também é vítima”.
Redes sociais concentram as tentativas de fraude
Em um cenário em que 82% dos entrevistados disseram já ter se deparado com alguma tentativa de golpe digital, 45% indicaram que as situações envolveram anúncios falsos em redes sociais como Facebook, Instagram e TikTok. Outros 28% relataram experiências com perfis falsos nessas mesmas plataformas.
Inclusive, entre as plataformas, o Facebook (28%) e o Instagram (26%) são as que mais despertam desconfiança em relação a golpes digitais. O TikTok aparece logo atrás, citado por 24% dos entrevistados, enquanto o Twitter foi mencionado por 15%. Os números evidenciam que os ambientes de maior popularidade entre os consumidores também se tornaram os principais alvos para a atuação de golpistas.
A estratégia usada pelos golpistas é simples: replicar campanhas de marcas conhecidas e oferecer preços muito abaixo do mercado, aumentando as chances de cliques e até de compras fraudulentas. O objetivo dos criminosos é fazer o cliente comprar o produto por meio do perfil ou anúncio falso e, depois, nunca entregá-lo. “Tem acontecido com todos os setores: dos eletrônicos às perfumarias, dos vestuários aos grandes marketplaces”, afirma Daminelli.
Os índices citados anteriormente superam fraudes com sites falsos (23%) e lojas falsas dentro de marketplaces (14%). “De um lado, é essencial que as marcas criem estratégias de marketing para suas mídias sociais. São nelas que está a maioria dos consumidores. Não tem como um negócio que quer ter bons resultados estar fora do Instagram. Mas, por outro, em um espaço tão grande de fluxo de informações, elas precisam ficar atentas sobre como sua imagem pode estar sendo manipulada. Do ponto de vista de reputação, isso é um desastre”, reforça Daminelli.
Os brasileiros estão caindo nos golpes?
A pesquisa também investigou a experiência direta dos consumidores: quatro em cada dez entrevistados (37%) afirmaram já ter caído em algum golpe online. O formato mais comum foi por meio de anúncios falsos em redes sociais (11% dos casos), seguido pelos perfis falsos (6%).
“Esses números ainda são muito altos, não só para a experiência de comprar online, mas também para a relação das pessoas com as marcas – que, no nosso varejo, é um elemento central para fidelizar clientes e atrair novos”, observa Daminelli.
Para ele, os dados reforçam a urgência de ações preventivas: “Os dados mostram que a confiança do consumidor está sob ataque. Blindar a marca contra usos indevidos e golpes digitais deixou de ser apenas uma opção, é uma questão de sobrevivência no varejo digital brasileiro”, finaliza.
Metodologia
Público: foram entrevistados 500 consumidores online de todos os estados do país, incluindo homens e mulheres de diferentes idades e classes sociais.
Coleta: os dados foram levantados via plataforma de pesquisas online.
Data: coleta realizada em agosto de 2025.