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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Mulheres na advocacia: a força que transforma o Judiciário brasileiro e segue inspirando novas gerações

No Dia do Advogado, dados mostram o crescimento da presença feminina e reconhece o papel inspirador das mulheres que atuam na área, mas que ainda enfrentam desafios que precisam ser superados.

No dia 11 de agosto, quando se celebra o Dia do Advogado, é essencial destacar a influência e a presença crescente das mulheres na advocacia brasileira, além do impacto transformador que elas exercem no sistema judiciário.  

Segundo dados do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), as mulheres representam cerca de 47% dos profissionais registrados — um aumento significativo nas últimas décadas, que traduz a conquista de espaço em uma profissão historicamente dominada por homens.

No âmbito do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que as mulheres representam cerca de 37% da magistratura (entre juízas, desembargadoras e ministras). Já as servidoras compõem 53,5% do quadro dos tribunais. Essa representatividade varia entre as instâncias, chegando a 38,2% na Justiça Estadual e a quase 40% na Justiça do Trabalho, enquanto nos tribunais superiores a presença feminina é mais tímida, com apenas 23,2% da composição.

Apesar dos avanços, desafios importantes persistem — principalmente na ocupação de cargos de liderança. Nos tribunais de segundo grau, as mulheres ocupam apenas 20% das vagas de desembargadores. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), apenas 10 mulheres já foram ministras desde sua criação, em meio a um total de 94 ministros. No Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente três ministras compõem a Corte.

Para a advogada amazonense Laura Santiago Lucas, a presença das mulheres no Direito vai muito além da representatividade numérica: une compromisso social e profissionalismo. “Essa presença traz novas perspectivas, fortalece a representatividade e inspira uma advocacia mais plural e inclusiva. Nós trazemos para a advocacia uma forma de atuar com firmeza e sensibilidade, essencial para enfrentar as complexidades sociais do nosso país”, afirma. Laura enfatiza ainda a importância de fortalecer a participação feminina em todos os níveis do Judiciário para garantir uma justiça mais igualitária e responsável.

Autora do livro “Sustentabilidade de Gênero” (Editora Lumen Juris, 2024), Laura contribuiu ainda para a obra nacional “As Especificidades Jurídicas da Região Amazônica” (Editora Tirant, 2025), com um capítulo sobre a mortalidade materna no Amazonas — tema que evidencia as dificuldades no acesso à saúde e à justiça em áreas geograficamente desafiadoras no estado amazonense.

À medida que a advocacia feminina cresce e conquista mais espaço, o Dia do Advogado torna-se também uma oportunidade para refletir sobre o caminho que ainda precisa ser percorrido. “O universo jurídico não é apenas um campo de embates, mas também de empatia, visão estratégica e segurança. Sem dúvidas, a diversidade de experiências e perspectivas que nós mulheres carregamos, contribui para decisões mais justas, humanas e conectadas com a realidade”, conclui Laura.

Imagem: Acervo Pessoal / Laura Lucas

Autor:

Rodrigo Amorim

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