Aquela dor chata na parte de dentro do joelho está limitando seus dias? Você não está sozinho. Esse incômodo, que pode aparecer de repente após um exercício ou se instalar aos poucos, transforma tarefas simples como caminhar ou subir escadas em um verdadeiro desafio.
Sentir dor é um sinal de alerta do seu corpo. Ignorá-la pode agravar a situação e comprometer sua qualidade de vida. A boa notícia é que a maioria das causas de dor na lateral interna do joelho tem tratamento, e entender o que está acontecendo é o primeiro passo para a recuperação.
Este guia completo foi criado para te ajudar a desvendar os mistérios por trás dessa dor. Vamos explorar as causas mais comuns, os tratamentos mais eficazes e, o mais importante, como você pode retomar suas atividades sem desconforto. Chegou a hora de cuidar de você e dar adeus a essa dor.
Como tratar a dor na lateral interna do joelho: Recupere sua vida sem dor agora!
A dor na parte de dentro do joelho, tecnicamente chamada de dor na face medial, é uma queixa extremamente comum nos consultórios. Essa região é um centro complexo de ossos, ligamentos, tendões e cartilagens que trabalham em conjunto para nos dar mobilidade.
Quando uma dessas estruturas sofre uma lesão, sobrecarga ou desgaste, a dor aparece. Para encontrar a solução definitiva, é fundamental que um ortopedista especialista em joelho sp investigue a fundo e identifique a causa exata do problema, pois o tratamento errado pode não trazer alívio e até piorar o quadro.
A dor pode ser aguda, como uma pontada, ou crônica, um incômodo constante. Pode vir acompanhada de inchaço, estalos ou uma sensação de que o joelho vai falhar. As causas mais frequentes incluem lesões em ligamentos e meniscos, inflamações como a bursite, e o desgaste natural da articulação, conhecido como artrose.
As 4 principais causas: Um guia rápido para entender sua dor
Identificar a origem da dor é o segredo para um tratamento bem-sucedido. Embora apenas um médico possa dar o diagnóstico final, conhecer as principais causas pode te ajudar a entender os sinais do seu corpo.
| Condição | Causa Principal | Sintomas Chave | Perfil de Risco Comum |
| Lesão do Ligamento Colateral Medial (LCM) | Trauma direto na lateral do joelho ou torção forçando o joelho para dentro. | Dor aguda na linha articular interna, inchaço localizado, sensação de instabilidade (“falseio”). | Atletas (futebol, esqui, basquete), acidentes com torção. |
| Lesão do Menisco Medial | Torção do joelho com o pé fixo no chão; desgaste degenerativo com o tempo. | Dor na linha articular, estalos, sensação de “travamento” ou “bloqueio” do joelho. | Atletas, pessoas mais velhas, atividades com agachamento e giro. |
| Bursite da Pata de Ganso | Sobrecarga por atrito e movimentos repetitivos, como corrida. | Dor e sensibilidade 5 a 7 cm abaixo da linha articular interna, na tíbia. Piora à noite. | Corredores, pessoas com sobrepeso, artrose, diabetes, mulheres de meia-idade. |
| Artrose Medial | Desgaste progressivo da cartilagem que reveste a articulação. | Dor profunda que piora com atividade, rigidez pela manhã, inchaço, rangidos (crepitação). | Idade acima de 60 anos, sobrepeso, histórico de lesões prévias no joelho. |
Sinais de alerta: Quando procurar um médico imediatamente?
Uma dor leve que some em um ou dois dias pode não ser motivo de pânico. No entanto, alguns sinais indicam que você precisa de avaliação profissional e não deve adiar a consulta. Fique atento se você apresentar:
- Dor persistente: Se a dor não melhora após 3 dias de repouso e cuidados básicos, ou se piora com o tempo.
- Dor intensa: Quando a dor é tão forte que atrapalha atividades diárias, como caminhar ou dormir, ou se ocorre mesmo em repouso.
- Inchaço e vermelhidão: Um inchaço significativo, calor ou vermelhidão na área do joelho podem indicar uma inflamação importante ou infecção.
- Incapacidade de movimento: Se você não consegue dobrar ou esticar completamente o joelho, ou se não consegue apoiar o peso do corpo na perna.
- Instabilidade ou travamento: Sensação de que o joelho está “frouxo”, “saindo do lugar” ou se ele trava em uma determinada posição.
- Deformidade visível: Se o joelho parece torto ou diferente do normal após uma lesão.
- Febre: Dor no joelho acompanhada de febre é um sinal de alerta para infecção e exige atendimento médico urgente.
Ao procurar um especialista, ele fará uma avaliação completa, que começa com uma conversa detalhada sobre seus sintomas e histórico, seguida de um exame físico para testar a estabilidade, a força e a mobilidade do seu joelho. Se necessário, exames de imagem como Raio-X, para ver os ossos, ou Ressonância Magnética, para analisar as partes moles (ligamentos, meniscos), podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico.
Primeiros socorros: O que fazer nas primeiras 48 horas
Para lesões agudas ou crises de dor, uma ação rápida pode fazer toda a diferença para controlar a inflamação e aliviar o desconforto inicial. O método mais recomendado por especialistas é o PRICE, um acrônimo em inglês para cinco passos simples.
- Proteção (Protection): Proteja o joelho de novos traumas. Se a dor for intensa, use muletas para evitar colocar peso sobre a perna machucada.
- Repouso (Rest): Pare a atividade que causou a dor. Isso não significa ficar totalmente imóvel, mas evitar movimentos que sobrecarreguem o joelho. O repouso ajuda a diminuir a inflamação.
- Gelo (Ice): Aplique uma bolsa de gelo na área dolorida por 15 a 20 minutos, a cada 2 ou 3 horas. O gelo é um potente anti-inflamatório natural que reduz o inchaço e a dor. Lembre-se de enrolar a bolsa em uma toalha para não queimar a pele.
- Compressão (Compression): Use uma faixa elástica para fazer uma compressão leve na articulação. Isso ajuda a limitar o inchaço, mas cuidado para não apertar demais e prejudicar a circulação.
- Elevação (Elevation): Sempre que estiver sentado ou deitado, mantenha a perna elevada, de preferência acima do nível do coração. Isso facilita o retorno do sangue e ajuda a diminuir o edema.
O caminho da recuperação: Tratamentos que realmente funcionam
Após os cuidados iniciais, o tratamento foca em curar a lesão, restaurar a função e prevenir que a dor volte. A grande maioria dos casos de dor na lateral interna do joelho é resolvida com tratamentos conservadores, sem a necessidade de cirurgia.
Fisioterapia: A peça-chave do tratamento
A fisioterapia é fundamental na recuperação do joelho. Um bom fisioterapeuta não irá apenas tratar a dor, mas também identificar e corrigir as causas do problema, como desequilíbrios musculares ou falhas de movimento. Um programa de reabilitação completo geralmente inclui:
- Exercícios de fortalecimento: O foco é fortalecer os músculos que dão suporte ao joelho, como o quadríceps (frente da coxa), os isquiotibiais (atrás da coxa) e, principalmente, os glúteos. Músculos fortes funcionam como amortecedores, tirando a sobrecarga da articulação.
- Exercícios de alongamento e mobilidade: Aumentar a flexibilidade de músculos encurtados, como os da parte de trás da coxa, melhora a mecânica do joelho e alivia a tensão.
- Treino de equilíbrio e propriocepção: São exercícios que “ensinam” o cérebro e o joelho a trabalharem juntos novamente, melhorando a estabilidade e prevenindo novas torções.
- Terapia manual: Técnicas aplicadas pelo fisioterapeuta para mobilizar a articulação, liberar tensões e aliviar a dor.
Medicamentos e outras abordagens
Sob orientação médica, algumas opções podem complementar a fisioterapia:
- Anti-inflamatórios: Remédios como ibuprofeno ou diclofenaco podem ser prescritos por um curto período para controlar a dor e a inflamação aguda. Pomadas anti-inflamatórias também podem ser úteis para um alívio local.
- Infiltrações: Em casos de inflamação persistente, como na bursite da pata de ganso ou na artrose, o médico pode aplicar uma injeção de corticoide diretamente no local para um alívio rápido e potente da dor. Para artrose, injeções de ácido hialurônico (viscossuplementação) também podem ser usadas para lubrificar a articulação.
Quando a cirurgia é a solução?
A cirurgia é considerada apenas quando os tratamentos conservadores não funcionam ou em casos de lesões muito graves.
- Lesão de Menisco: A cirurgia artroscópica (por vídeo) pode ser indicada para reparar o menisco rompido, principalmente em pacientes jovens e ativos.
- Lesão do Ligamento Colateral Medial (LCM): A cirurgia para o LCM é rara, pois ele tem uma ótima capacidade de cicatrização. É reservada para rupturas completas que causam grande instabilidade, muitas vezes associadas a outras lesões ligamentares.
- Artrose Avançada: Quando a cartilagem está completamente gasta e a dor é incapacitante, a artroplastia (prótese de joelho) é uma opção muito eficaz para restaurar a função e eliminar a dor.
Prevenir é o melhor remédio: Dicas para um joelho forte
Seja para evitar uma primeira lesão ou para impedir que a dor volte, adotar hábitos saudáveis é a sua melhor estratégia a longo prazo. As mesmas estratégias usadas na reabilitação são a base da prevenção.
- Fortaleça seu corpo todo: Não foque apenas no joelho. Um core (abdômen e lombar) e quadris fortes são essenciais para um bom alinhamento e para absorver o impacto durante a caminhada ou corrida.
- Aqueça sempre: Antes de qualquer atividade física, faça um aquecimento de 5 a 10 minutos com movimentos leves para preparar os músculos e as articulações.
- Aumente o ritmo aos poucos: Não tente fazer tudo de uma vez. Aumente a intensidade e a duração dos seus treinos de forma gradual, seguindo a “regra dos 10%” (não aumentar mais de 10% por semana) para dar tempo ao seu corpo de se adaptar.
- Use o calçado certo: Tênis adequados para o seu tipo de pisada e para a atividade praticada são fundamentais. Troque-os regularmente, pois eles perdem a capacidade de amortecimento com o tempo.
- Controle o peso: Manter um peso saudável é uma das atitudes mais impactantes que você pode ter pela saúde dos seus joelhos. Cada quilo a mais representa uma sobrecarga muito maior para a articulação.
A dor na lateral interna do joelho pode ser um obstáculo, mas não precisa ser uma sentença. Com o diagnóstico correto, o tratamento adequado e um compromisso com a prevenção, é totalmente possível voltar a ter uma vida ativa e sem dor.
Autor:
Eduardo Teixeira
