Elementos naturais, tons suaves e formas orgânicas ajudam a ampliar o espaço, reduzir o estresse e criar uma verdadeira sensação de refúgio dentro de casa; a arquiteta Luciana Patriarcha explica como aplicar
São Paulo, julho de 2025 – A casa deixou de ser apenas um espaço funcional e passou a ocupar o papel de refúgio emocional, especialmente em tempos em que o bem-estar virou prioridade no estilo de vida contemporâneo. Muito além da estética, os projetos de interiores passaram a incorporar conceitos que buscam impactar diretamente o equilíbrio físico e mental dos moradores – e entre esses recursos, dois ganham protagonismo: o uso da biofilia e a escolha de móveis claros.
O design biofílico, que propõe a reconexão entre as pessoas e a natureza por meio de materiais, formas, texturas e elementos naturais dentro dos ambientes, tem se consolidado como um dos caminhos mais eficazes para criar atmosferas acolhedoras e emocionalmente regeneradoras. Ao mesmo tempo, a escolha por tons suaves e linhas orgânicas colabora para ampliar visualmente os espaços, favorecer a fluidez e despertar sensações de calma, segurança e pertencimento. Ambientes que integram esses princípios tendem a reduzir níveis de estresse, promover sensação de conforto e aumentar a qualidade da experiência em casa – inclusive em apartamentos compactos.
Para a arquiteta Luciana Patriarcha, especializada em psicoarquitetura, projetar um lar é também cuidar da saúde emocional das pessoas que vivem ali. “A arquitetura precisa tocar, envolver e acolher. Quando escolhemos materiais naturais, luz suave, móveis claros e formas orgânicas, estamos criando um espaço que conversa com os sentidos e favorece o bem-estar de forma integral”, afirma.
A seguir, ela compartilha algumas estratégias práticas para transformar qualquer espaço em um ambiente mais leve, funcional e conectado com a natureza e com quem vive nele:
1. Aposte em formas orgânicas para gerar fluidez
“Curvas suaves, traços naturais e móveis com bordas arredondadas ativam áreas cerebrais ligadas à calma e ao prazer. Formas orgânicas remetem à natureza e criam um fluxo visual que convida ao relaxamento. Ao contrário de linhas retas e ângulos duros, elas ajudam a tornar os ambientes mais fluidos e menos tensos”, explica Luciana.
2. Invista em móveis claros para ampliar e equilibrar
“Tons claros nos móveis e na base da decoração promovem uma sensação de amplitude e leveza. Quando combinados com elementos em madeira, criam um equilíbrio sensorial entre serenidade e acolhimento. A madeira é um elemento biofílico por excelência. Ela remete à natureza, aquece os espaços e gera uma conexão emocional com o ambiente”, diz a arquiteta.
3. Traga a natureza para dentro com elementos biofílicos
“A biofilia pode (e deve) ser aplicada na decoração de forma acessível e criativa. Use plantas adequadas à iluminação dos ambientes, materiais como pedras, conchas, fibras naturais, e prefira texturas que evoquem a natureza. Isso contribui diretamente para o equilíbrio emocional dos moradores. Até mesmo aromas e sons naturais podem ser aliados nesse processo”, orienta Luciana.
4. Use a luz a seu favor
“A iluminação é uma das ferramentas mais poderosas para transformar um espaço. Cortinas leves, cores claras nas paredes e o uso estratégico de espelhos ajudam a potencializar a luz natural e ampliar visualmente o ambiente. A luz natural desperta a vitalidade. Já a iluminação indireta e suave, como as fitas de LED em nichos e prateleiras, contribui para criar uma atmosfera mais calma e agradável”, afirma.
5. Integre ambientes com intenção
“A integração entre os cômodos, quando bem planejada, gera fluidez na circulação e no olhar, além de valorizar todos os metros quadrados disponíveis. A ideia é pensar cada ambiente com empatia e propósito, respeitando o estilo de vida dos moradores e criando espaços que facilitem o dia a dia. É possível unir estética, funcionalidade e afeto em cada escolha”, completa Luciana Patriarcha.
Sobre a arquiteta Luciana Patriarcha
Luciana é formada em arquitetura e urbanismo, especialista em interiores, psicoarquitetura, pós-graduada em arquitetura comercial e pós-graduanda em neuroarquitetura. A especialista desenvolve projetos residenciais e comerciais. Por meio dos projetos, sempre busca função, conforto e estética com um toque especial para cada cliente. Luciana também preza por meios sustentáveis/ecológicos para agregar aos projetos. Para mais informações acesse: https://www.instagram.com/luciana.arqui/
Autora:
Maria Carolina Rossi