A Síndrome do Olho Seco é hoje uma das principais causas de atendimento em consultórios oftalmológicos. Estima-se que afete cerca de 344 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da TFOS DEWS II (Tear Film & Ocular Surface Society). No Brasil, mais de 20 milhões de pessoas convivem com sintomas moderados a graves, muitas vezes sem diagnóstico correto ou tratamento adequado.
Classificada como uma doença ocular multifatorial crônica, a Síndrome do Olho Seco compromete a estabilidade da película lacrimal, provocando sintomas como ardência, vermelhidão, visão borrada, fotofobia e sensação constante de corpo estranho. Entre as causas mais comuns, estão a idade, o uso prolongado de telas digitais, alterações hormonais (como na menopausa), cirurgias oculares, medicamentos e doenças autoimunes como a Síndrome de Sjögren.
Nos últimos anos, o mercado tem sido inundado por diversas opções de colírio lubrificante para os olhos, mas esses produtos convencionais nem sempre são suficientes para os casos mais severos. Diante dessa realidade, o Grupo São Lucas, em parceria com a UNIFESP, lançou o Sorotears, um colírio biológico produzido a partir do soro autólogo do próprio paciente — uma inovação no tratamento de doenças oculares complexas.
“O Sorotears representa uma mudança de paradigma no cuidado com a saúde ocular. Ele devolve ao olho não apenas a lubrificação, mas os nutrientes e fatores de crescimento necessários para a regeneração epitelial. É uma solução feita sob medida para quem sofre de verdade com o olho seco”, afirma Julia Pinheiro, CEO do Grupo São Lucas.
O produto tem sido particularmente indicado para casos graves de síndrome do olho seco, especialmente em pacientes com síndrome de Sjögren, portadores de doenças autoimunes, pós-operatórios de transplante de córnea, e indivíduos que não respondem bem aos tratamentos convencionais.
Estudos recentes publicados no Journal of Ocular Pharmacology and Therapeutics mostram que o uso do colírio de soro autólogo está associado a uma redução significativa dos sintomas em até 85% dos casos refratários, além de melhora no tempo de ruptura do filme lacrimal e cicatrização da superfície ocular. O diferencial do Sorotears está em sua produção nacional, com tecnologia de ponta e rastreabilidade total.
Além dos benefícios clínicos, o Sorotears reforça uma visão mais humanizada da medicina — ao usar componentes biológicos do próprio paciente, evita reações adversas, promove maior adesão ao tratamento e se posiciona como um avanço seguro e acessível.
A expectativa dos especialistas é que esse tipo de abordagem personalizada se torne padrão nos próximos anos, especialmente no manejo de doenças oculares crônicas. Para os pacientes, representa não apenas alívio dos sintomas, mas uma retomada da qualidade de vida. Afinal, como conclui Julia Pinheiro:
“Ver bem é viver com dignidade — e isso precisa ser prioridade.”