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quarta-feira, 30 de julho de 2025

A importância das coifas e depuradores nos projetos residenciais

Desde sempre nas cozinhas, os equipamentos se tornaram ainda mais essenciais em plantas integradas para garantir ambientes sem gordura e odores

Cozinhar é uma delícia, mas ninguém quer sair com o cheiro do prato preparado ou se deparar com o odor e gordura pela casa. Assim, a presença de uma coifa ou depurador é uma condição que não dá para eliminar do projeto. “Considero indispensável“, refere-se a arquiteta Mariana Meneghisso, sócia do também arquiteto Alexandre Pasquotto, ambos à frente do escritório Meneghisso & Pasquotto Arquitetura.

O equipamento deve ser considerado desde o início do projeto

Com o avanço dos layouts integrados, em que a cozinha se comunica com salas de estar, jantar e varanda, mais do que nunca a ventilação precisa estar presente no ambiente, especialmente quando o cooktop ocupa uma posição central na ilha ou na península.

Nessa cozinha elaborada pela dupla do escritório Meneghisso & Pasquotto Arquitetura, a coifa é vigorosa para acompanhar o cooktop escolhido pela moradora, que ama cozinhar. Em acabamento inox, o item se destaca pelo design e a durabilidade | Projeto | Foto: JP Image

Diferente do depurador, que apenas filtra e recircula o ar, a coifa atua de forma mais eficiente ao captar os vapores, gordura e odores gerados na cocção e os expulsam para o lado de fora do ambiente. Por isso, é frequentemente a primeira escolha em projetos de alto desempenho, onde o preparo dos alimentos é mais frequente e o layout da cozinha exige um controle maior.

Ela também tem o poder de ser um ponto focal na composição na cozinha. Com diversos modelos, nossa decisão considera o estilo do projeto, mas principalmente o volume de ar que é capaz de extrair, de acordo com o tamanho do ambiente e a frequência de uso“, diz Alexandre Pasquotto. 

Tipos de coifas

Nesse projeto assinado pelos arquitetos Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto, a coifa é primordial para que os moradores possam usar a bancada para as refeições | Projeto Meneghisso & Pasquotto Arquitetura | Foto: Divulgação

A dupla relata que o posicionamento do cooktop ou fogão é um fator determinante para a escolha do tipo. Outra questão é a infraestrutura de exaustão que inclui dutos, saída externa, e distância entre a coifa e o ponto de cocção. “É um erro deixar essa etapa para o final da obra, pois isso compromete o desempenho ou até inviabiliza a instalação”, alertam.  Veja as variações de coifas existentes no mercado:

– De parede: Mariana afirma que esse é o modelo mais popular e é indicado para cozinhas com layout mais convencional;

– Coifa de ilha: fixada no teto, ela diz que seu desenho revela um aspecto mais escultural e, junto com a eficiência, o item ajuda a equilibrar a proporção visual do espaço aberto, podendo ser tornar um elemento de destaque na cozinha integrada;

– De teto ou embutida: solução discreta e elegante para um projeto mais clean, fica embutida no forro de gesso ou em um rebaixo planejado. “Mesmo com sua aparência mais leve, essa coifa precisa estar alinhada com o pé-direito para um funcionamento eficaz”, detalha a arquiteta;

– De bancada: Mais sofisticada, conta com versões embutidas e até algumas mais tecnológicas que se erguem na própria bancada para o uso. “Considero uma alternativa interessante quando não podemos equipamentos no teto“, avalia;

– Coifa de canto: Adapta-se muito bem em espaços como áreas gourmet e, embora menos comum, resolve projetos de cozinhas menores com layout irregular.

E quando o depurador é a melhor saída?

É importante considerar que o depurador exige manutenção mais frequente com a troca periódica dos filtros | Foto: Divulgação/internet

Apesar de não ter a mesma eficiência de uma coifa, o depurador tem a sua valia quando o projeto não permite a abertura de um duto para o exterior – situação comum em apartamentos antigos ou reformas com restrições estruturais. O eletro conta com filtros metálicos e de carvão ativado que retém partículas de gordura e minimizam os odores, devolvendo o ar tratado ao ambiente.

É uma solução que exige clareza do morador sobre seus hábitos. Em apartamentos compactos, depuradores bem discretos atendem bem, desde que a demanda não seja intensa. Mas o mais importante é que a ventilação nunca seja negligenciada, independentemente do sistema escolhido“, ressalta Mariana.

Como dimensionar e instalar uma coifa corretamente

Para garantir o desempenho de uma coifa, Alexandre explica que o primeiro passo é verificar sua vazão, ou seja, a capacidade de renovação do ar no ambiente. A conta básica consiste em multiplicar a largura, o comprimento e a altura da cozinha por 12, resultando na vazão mínima ideal em medida m³/h. Por exemplo:

Imagine uma cozinha com 4 m de largura, 3 m de comprimento e 2,6 m de pé-direito. Temos uma área de 31,2 m³, que multiplicado por 12 resulta em 374,4Nesse caso, recomenda-se uma coifa com vazão mínima de 375 m³/h. Mas se o ambiente for integrado à sala ou se houver preparo frequente de alimentos, é indicado optar por modelos com capacidade ainda maior, entre 500 e 700 m³/h“, elucida o profissional.

Projeto da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura com uma coifa embutida na área gourmet, onde proporciona funcionalidade e higiene para o ambiente integrado à área da piscina | Foto: JP Image

Além do desempenho, a instalação merece atenção desde o início do projeto, pois o elemento pode exigir estrutura no forro para fixação e passagem dos dutos, enquanto outros podem demandar pontos elétricos bem localizados e espaço entre os armários. O trajeto do duto também interfere diretamente na eficiência, sendo que quanto mais curto e direto até a saída externa, melhor será o funcionamento do equipamento.

Sobre a largura da coifa, essa deve ser igual ou maior do que a do fogão ou cooktop e deve ser instalada a uma distância segura do fogo, geralmente entre 65 cm e 75 cm, dependendo das orientações fornecidas pelo fabricante.

Sobre a Meneghisso & Pasquotto Arquitetura

Com referências importantes na viabilidade executiva do projeto, somado a formação afinada em forma e estética, a dupla de arquitetos se completa na criação e concepção dos trabalhos. O escritório atua em projetos residenciais, comerciais e corporativos. Tendo como premissa produzir soluções, através de projetos autorais funcionais, atemporais, nos diversos vieses estéticos e de estilo, que traduzam boa arquitetura e a personalidade do cliente.

Mariana Meneghisso. Arquiteta Urbanista pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Design de Interiores pela Escola Panamericana de Artes. Pós Graduada em Responsabilidade Civil pela Fecaf, Pós Graduada em Neuroarquitetura pela Ipog, Especialista em Perceptual Design pelo Instituto Politécnico de Milão. Membro da Academy of Neuroscience for Architecture Brasil. Sócia da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura desde 2005.

Alexandre Pasquotto. Arquiteto Urbanista pela Universidade Bandeirantes de São Paulo, Técnico em Edificações pela E.T.E. Júlio de Mesquita, Pós Graduado em Cálculo Estrutural pela Ipog, atua na construção civil residencial, industrial e corporativa desde 1992, consultor em dimensionamento, viabilidade e custos no ramo civil. Sócio desde 2004 da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura.

Autora:

Emilie Guimarães

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