Cada vez mais empresas têm se interessado em criar comunidades para fortalecer a conexão com seus públicos, aumentar o engajamento e gerar impacto de longo prazo. Esse movimento acompanha uma mudança global no comportamento do consumidor, que busca mais do que apenas produtos: quer fazer parte de algo maior.
Dados da Community Industry Trends Report 2024, da CMX, mostram que 86% das empresas que investem em comunidade afirmam que ela impacta diretamente seus principais objetivos de negócio, como retenção, aquisição de clientes e geração de insights. No entanto, nem toda empresa está no momento certo para apostar nesse modelo. Antes de sair criando grupos e fóruns, é fundamental entender o nível de maturidade da organização para sustentar uma comunidade ativa e estratégica.
Para Jen Medeiros, founder da comuh, empresa especializada na gestão de comunidades e ecossistemas de negócios, o primeiro passo é entender o grau de maturidade da organização. “Comunidade não é um canal ou um modismo, é uma estratégia de relacionamento e cultura. Criar uma comunidade exige conhecimento, clareza e consistência. Muitas vezes, a empresa precisa ajustar sua estrutura interna antes de abrir espaço para esse tipo de construção”, explica.
Confira a seguir algumas dicas para avaliar o grau de maturidade da sua companhia na criação de comunidades:
- Clareza de propósito: Empresas maduras têm um propósito bem definido e conseguem conectar esse propósito à vida das pessoas. Comunidades nascem de causas, não apenas de campanhas.
- Cultura de escuta ativa: Organizações que já têm processos de feedback com clientes e stakeholders demonstram maior capacidade de nutrir e adaptar comunidades com base nas necessidades reais do público.
- Envolvimento da liderança: Se o C-level não entende ou não apoia a estratégia, a comunidade corre o risco de ser vista como um projeto “de marketing”. A maturidade começa no topo.
- Time com mentalidade colaborativa: Comunidades exigem participação genuína. Quando os times estão abertos à troca e ao aprendizado com o público, o ambiente para comunidade se torna fértil.
- Recursos e visão de longo prazo: Comunidade é uma construção contínua. Negócios que já estruturam planos de médio e longo prazos demonstram maior preparo para sustentar esse tipo de iniciativa.
- Engajamento orgânico pré-existente: Se a empresa já atrai pessoas de forma espontânea — seja por conteúdo, eventos ou ações da marca — isso pode indicar que existe um potencial natural para comunidade.
“Investir em comunidades corporativas é investir em relacionamento, reputação e pertencimento. Com os indicadores certos, as empresas podem transformar conexões em valor de marca, e construir um ativo intangível com poder de gerar impacto real no negócio”, completa Jen.