17.4 C
São Paulo
sexta-feira, 2 de maio de 2025

Reflexões sobre desejos e consequências

Depois de abandonar sua toca, o rato saiu perdido e confuso. Atarantado, corria de um lado para o outro pelos corredores em busca do queijo que havia perdido.

Na ânsia de encontrar o seu queijo, não parou para refletir quanto aos perigos que haveriam ao longo daquela saga à procura daquele alimento. Obstinado, só queria encontrar aquele queijo e saciar sua fome.

Procurando aqui e acolá, só dava de cara com aquelas paredes gigantes que mais pareciam um labirinto fazendo com que ele entrasse em pânico ao perceber que ele parava no mesmo lugar. Mas, mesmo assim, ele não parava de correr.

Mas, quanto mais ele corria, mais ele se deparava com obstáculos à sua frente que tentavam impedi-lo de continuar sua busca pelo seu queijo, mas ele não desistia.

O cheiro dava a impressão de que seu queijo estava perto, mas, onde? Aonde poderia estar sua alimentação?

Exausto de tanto correr naquele lugar que parecia não ter saída, resolveu descansar e olhou para o teto na tentativa de encontrar uma fresta de luz, um caminho que o levasse ao seu queijo, mas tudo o que ele sentia era o cheiro do seu queijo perdido e ele não tinha noção para onde correr. Ofegante, tentava respirar, pois estava cansado e a aflição tomou conta dele e ele paralisou. Suas pernas não se movimentavam, seus olhos não paravam de tremer e, quando se deu conta, a confusão mental tomou conta dele e ele já não sabia mais o que fazer. Olhando para todos os cantos, só via que aquele lugar não tinha saída e, por alguns instantes, o queijo deixou de exalar seu cheiro. Foi então que ele se virou e resolveu fazer o mesmo percurso que havia feito antes, mas percebeu que seu corpo não respondia ao seu comando. Ao tentar se levantar, suas pernas não se moviam e ele entristecido, entrou em desespero.

Ao olhar novamente ao seu redor, olhou fixamente para um canto e lá estava seu queijo. Esquecendo-se completamente da paralisia que havia tomado conta de seu corpo, vibrou por aquela conquista e arrastando-se lentamente, conseguiu chegar até o seu precioso queijo e degustou lentamente daquela proteína que tanto almejara comer.

Enquanto comia, pensava no quanto aquele alimento fora desejado e no tanto que ele ficou feliz por não ter desistido.

Mas aquela conquista teve um preço muito alto.

Ao comer aquele queijo, sentiu um gosto amargo deslizando sua garganta abaixo. O queijo estava envenenado, mas já era tarde demais para ele recuar.

Seu corpo trepidava e começou a convulsionar. Desfalecendo, pensou no tanto que havia desejado ter aquela refeição, mas também no quanto tinha sido irresponsável por ter saído de sua toca e em seu último suspiro, chegou à triste conclusão de que o que ele mais desejava o estava matando.

Autora:

Patricia Lopes dos Santo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio