Você sabe o que acontece no Brasil a cada 20 segundos? Mais um brasileiro faz 50 anos. Não é previsão, não é achismo, é dado oficial do IBGE. E se você acha que essa turma está apenas cuidando dos netos ou esperando a aposentadoria, está na hora de rever seu roteiro. Porque enquanto você lê isso, tem sênior pedindo no iFood, transferindo pelo Pix e fazendo compra no Mercado Livre pelo celular.
Sim, pelo celular. O Comitê Gestor da Internet no Brasil cravou: 76% das pessoas com mais de 60 anos usam o smartphone como principal ferramenta de conexão. E não é só para “ver mensagem da família”. De acordo com a SBVC, 44% deles já fazem compras online com frequência. Eles compram remédios, roupas, eletrodomésticos e até viagens. O Brasil que o mercado ainda insiste em ignorar já é mobile há tempos.
No livro Brasil 2060, eu já mostrei como a tecnologia é uma das maiores aliadas da longevidade. Não aquela tecnologia futurista de filme de ficção, mas a real, que já está no bolso, na mão, na rotina. E no Data-In, provoquei as empresas sobre os dados que elas já têm e não usam — dados internos, de comportamento real, que mostram um consumidor maduro cada vez mais ativo e digitalizado.
O problema não está na falta de dados. O problema está no olhar viciado que ainda trata o +60 como analógico. Enquanto isso, o número de investidores 60+ na B3 cresceu 63% nos últimos dois anos. Eles estão no mercado financeiro, no e-commerce, no streaming, na telemedicina. O que falta? Interfaces mais amigáveis, linguagem respeitosa, design acessível e campanhas contínuas, não aquelas que aparecem só na “semana do idoso”.
A economia da longevidade já movimenta mais de R$ 2 trilhões por ano no Brasil. Está na hora de levar isso a sério. Simplificar não é diminuir. Simplificar é incluir. Quem fizer isso não vai ganhar só cliente. Vai ganhar futuro, mercado e relevância.
Porque longevidade não é o próximo capítulo. É o presente que você ainda está subestimando.
O Dedo do Idoso Já Está no Touch — e Quem Não Viu, Ficou no Século Passado
