Pesquisa da UNIFAL-MG estima que o impacto econômico gerado pela asma atribuível à exposição ao mofo habitacional supera a cifra de R$ 109,9 milhões por ano no Brasil
Ao estimarem os custos da asma associada à exposição ao mofo domiciliar aos sistemas de saúde brasileiros, pesquisadores da UNIFAL-MG revelam um impacto financeiro superior a R$ 109,9 milhões anuais.

Eduardo Nascimento – autor do estudo/ pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Sociedade, e Wesllay Ribeiro – professor e orientador. (Fotos: Arquivo Pessoal)
O estudo, cujo título é Impacto econômico pela exposição ao mofo habitacional nos casos de asma no Brasil, constitui parte da dissertação de mestrado do pesquisador Eduardo Castelã Nascimento, discente do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Sociedade da UNIFAL-MG (PPGPS), desenvolvida sob a orientação do docente Wesllay Carlos Ribeiro. O trabalho resultou em artigo publicado no periódico científico Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS), em junho de 2023.
Para desenvolver o estudo, os pesquisadores estimaram, primeiramente, a prevalência de asma no Brasil e, posteriormente, a prevalência de mofo e/ou umidade nos domicílios brasileiros, a partir da extração de dados de artigos científicos publicados em diferentes períodos.
Em seguida, foram avaliados os custos diretos e indiretos de internações por asma no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, ou seja, na saúde pública e complementar, excetuando-se, desse modo, a saúde privada não conveniada ao SUS (rede suplementar). Por fim, os autores calcularam a parcela atribuível à exposição ao mofo e/ou à umidade residenciais tanto nos casos quanto nos custos de asma no país, utilizando o Teorema de Bayes, o qual consiste em uma fórmula de análise estatística.
Os resultados do estudo revelam que os custos diretos anuais com asma atribuíveis à exposição residencial ao mofo e/ou à umidade são da ordem de R$ 54.780.441,45. Já os custos diretos somados aos custos indiretos atingem o valor de R$ 109.917.508,45 por ano. Além disso, os achados da pesquisa indicam que 2,4 milhões de casos de asma no Brasil podem ser atribuídos à exposição ao mofo e/ou à umidade habitacionais.

Tabela apresenta o cálculo de estimativa de custos totais, diretos (isoladamente) e diretos e indiretos (somatório). (Imagem: Reprodução/Artigo)
“Ambientes habitacionais isentos de mofo e umidade possuem o potencial de contribuírem para a melhoria da saúde e do bem-estar da população, com possíveis impactos significativos sobre os custos diretos e indiretos de saúde no Brasil, públicos ou privados”, observam os autores no artigo.
Segundo Eduardo Nascimento, a alta prevalência de contaminação residencial por mofo e umidade e sua associação à asma deve ser considerada uma preocupação de saúde pública, bem como os seus respectivos custos sociais.
A expectativa dos pesquisadores é de que esforços sejam realizados por todas as partes interessadas para o controle das condições que podem levar à incidência de mofo e umidade nas residências. “As evidências trazidas pelo estudo podem contribuir para o desenvolvimento de práticas de promoção e prevenção de saúde, além de políticas públicas voltadas à avaliação dos padrões de construção das habitações no país e à própria questão da oferta habitacional”, destacam.
O trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (Capes).
Autoria:
Diretoria de Comunicação Social UNIFAL MG