A principal cidade do Saara marroquin, Laayoune e Sakia Al Hamra, acolheu semana passada um evento importante, contando com a participação dos corpos diplomáticos credenciados no país, cuja Angola, país de honra, através da vice-presidente da Liga dos escritores, Manuela de Novais, junto com demais escritores, intelectuais, pesquisadores estrangeiros e marroquinos, reunidos sobre projeto cultural de renascimento e desenvolvimento africano.
Laâyoune-Sakia El Hamra, cidade do sul de Marrocos escolhidora do evento perante a Liga de Escritoras do Marrocos e da África, debatendo sobre a conscientização, a cooperação e ação africana; itens destacados em termos de desafios e de restrições do passado, e desenvolvimento sustentável.

Esses escritores no âmbito deste encontro, numa cidade como tal, foram motivados pelo projeto da “África, literatura, libertação e resistência: pensamentos desenvolvimentistas”, levados a responder às questões de identidade africana e do futuro sustentável; onde a cultura seja meio de pertença, de ação comum, de progresso coletivo e de cidadania africana.
Os palestrantes concordaram na margem deste encontro a criação de um “Centro Africano de Estudos de Libertação e Desenvolvimento”; plataforma de pesquisa, do debate sobre o futuro do continente; de experiências históricas, políticas e socioeconômicas.
Criar uma biblioteca digital acessível a todos e projetada como a base de literatura de resistência, de estudos de desenvolvimento e de discursos políticos, capazes de moldar o pensamento africano moderno, em termos de referência às gerações futuras.
Manter uma Rede para Jovens Pensadores Africanos no sentido de promover reuniões acadêmicas e troca de ideias entre pensadores e intelectuais de diferentes regiões e estados.
Tal discurso cultural reflete desejos e perspectivas, limites aos africanos no processo do pensamento cultural, as experiências e projetos de desenvolvimento africanos; traduzidas pelos acadêmicos, estudiosos e tomadores de decisão sobre uma identidade africana e futuro renascimento africano.
As parcerias marroquina-africanas são um exemplo apontado como forma do desenvolvimento sustentável, de cooperação nos diferentes setores socioeconômicos, políticos e culturais; diante das especificidades africanas em termos de cultura e intelectualidade.
Todas intervenções atendem a esta preocupação da resistência histórica, da formação da identidade africana, da independência cultural, dos meios necessários ao desenvolvimento e cooperação cultural e midiática entre os países do Sahel e Magreb; em resposta à diplomacia cultural e ao conceito desenvolvimentista.

Essas parcerias chamam atenção do Ministério da Juventude, da Cultura e Comunicação; patrocinadores da coordenação das Ligas dos Escritores de Marrocos e Africanos, em termos de meios de criatividade e promoção da cultura africana perante os atores e tomadores de decisão da sociedade africana.
A República de Angola tem sido convidada de honra neste encontro em Laayoune, através da representante escritora angolana, vice Presidente da Liga dos escritores, Manuela de Novais, traduzindo assim nesta oportunidade, o papel de Angola na literatura, nas decisões e no quadro de um estilo diferenciado, dado o calorzinho especial da contribuição no programa do desenvolvimento intelectual, bem como nos projetos e iniciativas abertas sobre horizontes de parcerias, de cooperação e cultura.
Essas iniciativas intelectuais e culturais refletem a história africana, de desafios, de luta entre oportunidades e ameaças, de um público consumista a um público produtivo; ciente das necessidade do rol da literatura para a libertação, a resistência; a promoção de políticas públicas no contexto da educação, saúde e comunicação.
Cultura e desenvolvimento
A questão é como tornar o papel da cultura e o intelectual sinônimo da construção das sociedades africanas?
O impacto da cultura nas decisões é importante, dada narração dos escritores e romancistas críticos; citando Mohamed Naama Birouk; e exposições de livros e romances do Saara marroquino, dos temas do renascimento cultural, das ferramentas estruturais ( logísticas, redes e canais de tecnologia e publicação).
Tais ferramentas só podem servir na promoção dos projetos da diplomacia cultural, nas tomadas de decisão quanto ao caso do Secretário-Geral da província de Laâyoune-Sakia El Hamra, Ahmed Faghloumi, da Presidente da Liga das Escritoras de Marrocos e África, Badiaa Radi, e da Vice-Presidente da Liga das Escritoras de África de Angola, Manuela de Novais.
No final os escritores prestigiados do encontro e eleitos das comunas saarianas formam um núcleo, junto com os patrocinadores; como Secretário-Geral do Conselho das comunas de Marrocos no Exterior (CCME), Abdallah Boussouf, Presidente da Aliança de Magistrados do Marrocos, Abdelali El Misbahi, e demais Cônsules-Gerais credenciados na cidade de Laayoune, e escritores, intelectuais e acadêmicos procedendo de países estrangeiros; Brasil, Angola, Guiné Bissau, ou de Espanha e Portugal; cujo objetivo contribuir neste projeto cultural e intelectual para a áfrica renascente.
Autor:

Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário de Rabat, pesquisador sobre assuntos de America do sul e Mercosul