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sábado, 17 de maio de 2025

Como fazer as escolhas certas para a elaboração da sala de jantar

A arquiteta Cristiane Schiavoni faz um check list sobre os itens do ambiente para esmiuçar os detalhes que devem ser observados no projeto

No projeto de interiores, é comum que cada ambiente seja acompanhado por uma lista de referências e dilemas que o profissional de arquitetura precisa elucidar com o cliente. E essa realidade também se faz presente na sala de jantar, mais especialmente para a composição da mesa com as cadeiras.
“Avançando a questão do formato, uma dúvida muito comum diz respeito ao material tampo“, revela a arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente do seu escritório homônimo, que enumera também a inclusão de um buffet e um elemento, para muitos, controverso: o tapete.  
De acordo com ela, a resposta é individual e vem de acordo com o seu entendimento mediante o perfil do morador e o uso que será dado à sala. Acompanhe os pontos listados e as orientações que a ajudam na escolha segura do mobiliário:
Qual o melhor tampo? Depende do uso Nessa sala de jantar, o preto impera na mesa com acabamento vidro laqueado e aestrutura da cadeira, com exceção do assento. A arquiteta Cristiane Schiavoni tambémenfatiza que o conjunto precisa dialogar com os demais elementos do espaço, como obrasde arte e pendentes | Foto: Carlos Piratininga
Para Cristiane, no que diz respeito ao tampa da mesa, não existe um material único para todos os projetos e essa decisão vem de encontro, além da estética, com demandas como resistência, praticidade e manutenção – critérios que variam bastante conforme o tipo de acabamento. Entre os mais empregados estão a madeira, vidro, madeira, pedra natural, pedra sintética e laqueado. Veja alguns exemplos encontrados em seus projetos:
Integrada com a área social desse apartamento, a mesa de jantar redonda, eleitapela arquiteta Cristiane Schiavoni, denota o visual moderno do vidro que se apresentaem duas camadas: uma na base completa e a outra na base giratória que torna mais simplesa movimentação dos pratos no momento de servir | Foto: Carlos Piratininga
Escolha bastante frequente por seu visual leve, facilidade de limpeza e por não absorver líquidos, a profissional exalta a praticidade do vidro, mas entrega seus ‘poréns’: para as pessoas mais detalhistas, o fato de marcar a presença de gordura e impressões digitais é um ponto negativo. “Se for para ficar limpando constantemente, o vidro não serve, pois ninguém pode ficar refém de nunca descuidar“, avalia a profissional, que entrega outra observância: se o vidro não for temperado, torna-se um problema receber panela e travessas quentes sobre sua superfície.
Nesta sala de jantar, de autoria da arquiteta Cristiane Schiavoni, o designrústico se transforma em um convite para momentos especiais. A mesa redonda,feita de madeira maciça com bordas naturais, é a verdadeira protagonista, revelandoas marcas do tempo em seus veios únicos e trazendo uma sensação de acolhimentoimediato | Foto: Carlos Piratininga
Confortável ao toque e esteticamente acolhedor, o tampo de madeira natural traz sofisticação, mas exige atenção, pois manchas de copo e de gordura marcam a superfície com facilidade. “Quem tem crianças adoram fazer seus desenhos em qualquer lugar, os movimentos lápis e caneta no papel podem ficar eternizados“, adverte Cristiane. Apesar desses contras, os pontos positivos são que a madeira não acumula marcas como o vidro e agrada quando o intuito é atribuir aconchego. 
No caso do tampo de pedra como o mármore, é possível inovar e trazer novas possibilidadesna mesa de jantar, como no projeto à esquerda, em que a arquiteta Cristiane Schiavonia executou no formato triangular para aproveitar o recuo da sala com o canto alemão| Foto: Rafael Renzo e Carlos Piratininga
Granitos e mármores estão entre as opções mais duráveis, especialmente quando se trata de riscos e temperatura. Algumas pedras permitem, inclusive, o uso direto de travessas quentes sobre o tampo. No entanto, a profissional argumenta que sua resistência às manchas varia conforme a porosidade: algumas absorvem líquidos com facilidade e exigem manutenção constante. 
Um dos mais utilizados nos projetos da arquiteta Cristiane Schiavoni, o tampo laqueado é versátil por receber diversas cores que se integram à paleta do décor | Foto: Carlos Piratininga 
Com um acabamento moderno e disponível em diversas cores, o tampo laqueado abrange liberdade estética, entretanto Cristiane revela que ele é propenso a riscos e menos resistente ao calor, o que exige uma rotina de uso mais cuidadosa.
Cadeiras: conforto, ergonomia e atenção ao layout Nos seus projetos, a arquiteta Cristiane Schiavoni busca ressignificar o ambientepara se tornar ainda mais acolhedor. Exemplos são o canto alemão com banco estofado(à esquerda), que possibilitou mais espaço no entorno da mesa, além de cadeiras comestrutura metálica e o efeito trançado que formou assento e encosto, na cor verde oliva| Fotos: Guilherme Pucci e Carlos Piratininga 
Sobre a definição das cadeiras, a arquiteta é defensora da ergonomia e indica que o vão entre o assento e a mesa deve ser de, aproximadamente, 30 cm. “Fora dessa referência, a experiência de uso será desconfortável”, explica.
Outro ponto de atenção é a circulação, pois cadeiras com pés muito abertos representam um risco, especialmente se estiverem posicionadas próximas a corredores ou áreas de passagem. “Muitas vezes o pé ultrapassa o encosto da cadeira e a gente nem percebe. Assim, uma pessoa tropeça e nem entende o porquê“, diz.
Buffet: item funcional, mas não obrigatórioarquiteta Cristiane Schiavoni ressalta que o buffet deve integrar a sala de jantar com harmonia. Nessa sala de jantar, o móvel acompanha a referência mais escura da mesa eda peça decorativa ao lado do espelho | Foto: Carlos Piratininga
O buffet é associado à sala de jantar, mas a arquiteta garante que ele não é uma regra. “Ele tem função de apoio para servir as refeições e espaço de armazenamento para acomodar a louça usada em ocasiões especiais. Mas nada impede que esses itens estejam em outro local para que o ambiente ganhe esse espaço“, orienta.
Tapete sob a mesa: charme ou armadilha? 
Visualmente, o tapete aquece e valoriza a sala de jantar, todavia, antes de incluir no projeto, Cristiane imprime seu olhar prático. “Comida cai no chão, seja por crianças ou adultos. Por isso, o tapete precisa ser de fácil limpeza“, afirma. Em determinadas situações, o uso do tapete é sim necessário — como em casas frias, para ajudar no conforto térmico. “Já indiquei tapete em uma sala sem entrada de luz natural. Ficou aconchegante e resolveu o problema da temperatura“, recorda-se.
Sobre a arquiteta Cristiane Schiavoni Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), Cristiane Schiavoni atua na área de arquitetura, decoração e reforma desde 1996 e hoje, o escritório que leva seu nome, tem mais de 20 anos de história, reunindo centenas de projetos dentro e fora do Estado de São Paulo. Em suas criações residenciais e comerciais, publicadas em importantes veículos brasileiros, elementos-surpresa e toques de cor se misturam aos recursos que garantem o conforto e o aconchego dos moradores.  Acabamentos aplicados de maneira incomum e materiais versáteis também são presenças constantes nos trabalhos de Cristiane Schiavoni. O resultado se reflete na concepção de ambientes modernos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente.  

Autor:

Henrique Araújo

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