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quarta-feira, 4 de junho de 2025

A revolução da publicidade digital: como a Amazon e outras plataformas estão redefinindo o mercado?

Por Edu Sani, CEO da ADSPLAY

Nos últimos anos, o cenário da publicidade digital passou por uma transformação radical, impulsionada pelo avanço da tecnologia e pelo aumento do volume de dados disponíveis. Uma das principais protagonistas dessa mudança é a Amazon, que, até pouco tempo atrás, parecia ser apenas uma plataforma de comércio eletrônico e streaming de vídeos. No entanto, a gigante vem consolidando sua presença no mercado publicitário de forma surpreendente.

Se você achava que pagava para não ver anúncios, é hora de repensar. A Amazon, por exemplo, tem utilizado informações detalhadas sobre o comportamento de seus usuários — o que compram, o que procuram, o que assistem e até onde pausam um filme — para criar um ecossistema de publicidade altamente segmentado. Com a entrada da Prime Video na mídia programática, essa estratégia se tornou uma verdadeira central de distribuição de anúncios ultrassegmentados, transformando a plataforma em uma potência publicitária.

E os números não mentem: a Amazon Ads já supera o faturamento do YouTube em anúncios nos Estados Unidos, consolidando-se como uma das maiores fontes de receita publicitária do mercado digital. Essa tendência não se limita à Amazon. Outras plataformas de streaming, como Netflix, Disney+ e Uber, também estão adotando estratégias similares.

A Netflix, que sempre se posicionou como uma plataforma livre de anúncios, passou a oferecer planos com publicidade desde 2022. A Disney+ abriu seu inventário programático em diversos países, incluindo Estados Unidos, Canadá e Europa. A Uber, por sua vez, está testando anúncios nos painéis dos veículos, no aplicativo e até durante as viagens, demonstrando que o modelo publicitário está se tornando indispensável até mesmo para plataformas premium.

O que essas mudanças revelam é uma nova lógica de mercado: o modelo publicitário baseado em dados de comportamento em escala global. Essas plataformas possuem informações que nenhum canal tradicional consegue replicar, possibilitando uma segmentação cirúrgica, maior eficiência nas campanhas e inventários altamente qualificados.

Para o mercado publicitário, especialmente o digital, essa realidade exige uma adaptação urgente. O que antes era visto como uma novidade ou uma estratégia secundária agora é prioridade nas maiores campanhas globais. Ignorar essa tendência hoje é como ter ignorado o Google Ads em 2005 — uma oportunidade perdida que pode custar caro.

Mais do que vender espaço publicitário, essas plataformas estão moldando o padrão do que será a mídia nos próximos anos. Portanto, se sua marca ainda pensa que mídia programática é apenas banners com CPC baixo, é hora de atualizar o entendimento. O mercado evoluiu e quem não acompanhar essa transformação corre o risco de ficar para trás.

A questão que fica é: você vai esperar a Apple TV entrar de vez nesse jogo ou vai se movimentar antes que sua marca se torne apenas mais uma figurante nesse novo cenário de publicidade digital?

Cristiane Marsola
Cristiane Marsola
Jornalista com quase 30 anos de experiência em redação e agências de relações públicas

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