O tarifaço criado por Trump, presidente dos EUA, tem elevado os preços de diversos produtos em todo o mundo e está afetando principalmente o mercado de luxo, não apenas no mercado interno americano, que representa cerca de 24% do consumo global, mas principalmente o Brasil que importa uma parte considerável de seus produtos.
As novas regras foram impostas sobre os produtos da União Europeia e da China, que variam entre 20% a 145%, o que gera uma insegurança nos consumidores de alta renda, que muda a sua forma de consumo conforme a variação de preços e tendências.
Majo Caminha, designer de alta Joalheria há mais de trinta anos e CEO da M Design Creations, explica como essa tarifação afeta diretamente o mercado de luxo independente. “Empresas maiores como Chanel e Louis Vuitton podem contornar essa situação, sem sair tão no prejuízo. Para empreendedores do mercado de luxo, seja brasileiro, seja americano, fica muito mais difícil de permanecer. Já alto o dólar, fazer peças com materiais que sejam de qualidade, hoje em dia, vai custar caro. E isso vai, sim, desanimar o consumidor”.
Além dos impactos já mencionados, o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump tem provocado reações significativas no mercado global de luxo. Com tarifas de até 145% sobre produtos chineses e 20% sobre itens da União Europeia, o custo de importação de artigos de luxo aumentou consideravelmente, fazendo com que alguns artigos fiquem mais caro no próprio EUA do que em outros países.
No Brasil, onde uma parcela significativa dos produtos de luxo é importada para atender ao público das classes A e AA, os consumidores enfrentam preços ainda mais altos devido à combinação das novas tarifas com a desvalorização do real frente ao dólar. Essa conjuntura tem levado a uma retração no consumo, especialmente entre os consumidores da classe alta, que se mostram mais cautelosos diante da instabilidade econômica e das mudanças nas tendências de consumo.
Majo sugere que as marcas de luxo invistam em inovação e adaptação às novas demandas dos consumidores, especialmente da Geração Z, que valoriza autenticidade e experiências únicas: “Essa geração não está mais interessada apenas em status ou logotipo. Eles querem propósito, exclusividade e conexão com a história por trás da peça. As marcas de luxo que não entenderem isso, vão ficar para trás”.