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quarta-feira, 30 de abril de 2025

ARTISTA VISUAL SMEKATZ ESTREIA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL “CAMPO DE FORÇAS: CORPO, LINHA E MANCHA” EM JOINVILLE

    Após uma série de performances em locais simbólicos da maior cidade catarinense em 2023, com o projeto “Trabalho de Corpo”, duas exposições individuais em 2024: “Energia do Gesto”, na Galeria 33, e “Suadarium”, na AAPPLAJ, além de participações na 14ª edição da Semana de Design de São Paulo e como um dos artistas convidados da Milan Design Week, Smekatz celebra um momento de grande efervescência em sua carreira com sua 3ª exposição individual, marcada para maio no Instituto Internacional Juarez Machado.

   No dia 17 de maio, sábado, a partir das 11h, no Instituto Internacional Juarez Machado, em Joinville (SC), estreia a exposição individual “Campo de Forças: Corpo, Linha e Mancha”, do artista visual e performer Smekatz. Ao todo, serão mais de 30 trabalhos expostos, em sua maioria óleo sobre tela, desde pinturas de grandes formatos até obras menores. A curadoria é de Deise Oliveira, educadora e pesquisadora com trajetória dedicada às artes visuais e museologia. “Campo de Forças: Corpo, Linha e Mancha” é um projeto aprovado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (SIMDEC), da Prefeitura de Joinville.

   Este novo projeto expositivo nasceu de um longo diálogo – por vezes, um embate – com a pintura. “Campo de Forças: Corpo, Linha e Mancha” é o testemunho visível de uma investigação que transformou o ateliê do artista em um campo de tensões.

   Segundo Smekatz, o corpo não se apresenta como figura, mas como pulsação matérica, uma fisicalidade que oscila entre a emergência e a dissolução. A linha, por sua vez, atua como estrutura de contenção, um ritmo gráfico que tensiona a composição. Já a mancha, elemento primordial, opera como força autônoma, desafiando tanto a forma quanto o gesto que a originou.

   Tendo trabalhado predominantemente em óleo sobre tela, em escalas que variam do íntimo ao expansivo, o artista explora a materialidade da tinta em seu tempo próprio: secagem lenta, camadas sobrepostas, correções e acidentes incorporados ao processo. Cada tela tornou-se uma arena onde gesto e matéria travam seu combate particular. “Às vezes, sou eu quem dita as regras; em outras, a tinta se insurge e impõe suas próprias leis, transformando erros em caminhos inesperados”, reflete.

   O artista sempre teve a vontade de dar corpo ao instante, explorando as múltiplas maneiras de exercitar o gesto e amplificar sua criação e produção. Smekatz apresenta trabalhos com diversidade de formas, cores e materiais, convidando o visitante a adentrar camadas que realizam um movimento em espiral, símbolo de consistência, pois está sempre em atividade artística. A cada volta, a espiral adiciona, impulsiona a energia que move, rompe a limitação da linha, cresce, sobe, desce, torce, adensa, respira, diminui a curva e acelera quando necessário.

   Segundo Deise Oliveira, curadora da exposição, a inquietação no trabalho de Smekatz promove “o estado de presença”. As operações que o artista negocia em suas telas, performances e objetos ancoram a presentificação de seu corpo, impresso na “mecanização do gesto”. “Quando o processo criativo percorre um longo trajeto, tende a se desdobrar em

diferentes linguagens, suportes e mídias – promove rupturas, conecta e desconecta, reafirma. Demanda coragem, flexibilidade e firmeza interior. Criar envolve o enfrentamento da provocação de eviscerar o próprio ser”, explica.

   Nesse processo, aglutinam-se saberes. Artista da performance, da dança e da moda, a “instrumentalização do gesto” – tão potente na exposição – revela o corpo do artista em sua busca incessante entre “o aqui e o agora” e a manifestação do que escapa. Entrelaça-se o tempo, sempre relacionado ao “eu e você e o campo que instauramos” no momento do contato e após ele, em sua reverberação. Esse campo gera forças, gera a fricção que não repele, mas energiza. E, na relação entre tempo, espaço, corpo e tela, permite que um instante se presentifique e se materialize em linha e mancha.

   A exposição “Campo de Forças: Corpo, Linha e Mancha” ficará em cartaz para visitação até 2 de agosto (sábado). No dia 28 de junho, haverá uma visita guiada com o artista e a curadora, às 11h. Já no dia 26 de julho, também às 11h, o artista realizará uma performance homônima à exposição.

   “Apresentar ‘Campo de Forças’ no Instituto Internacional Juarez Machado é um momento muito importante na minha trajetória. Esta exposição condensa anos de pesquisa sobre o corpo e o movimento, o traço que respira e a mancha que registra o instante – é uma alegria poder dividir esse processo com o público. Aqui, apresento trabalhos que trazem a personificação do instante e a mecanização do gesto na pintura.”

Smekatz

SOBRE O ARTISTA

   Smekatz é artista visual e performer, nascido em Rio Negro (PR), que atualmente vive e trabalha entre Joinville (SC) e São Paulo. Sua trajetória artística começou na infância, com participação em grupos de teatro e escolas de dança, o que o levou a se apresentar em eventos como o Festival de Dança de Joinville e a Mostra Paranaense de Dança.

   Formado em Design de Moda e com disciplinas cursadas no bacharelado em Artes Visuais pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), Smekatz complementou sua formação com cursos livres e mentorias com artistas e curadores de destaque no cenário nacional. Participou da Residência Artística Expressionismo Abstrato, conduzida por Ricardo Kolb na Galeria 33 (Joinville).

   Com produção multifacetada, Smekatz desenvolve projetos que transitam entre arte, cultura, design e moda. Entre eles, destacam-se a concepção do Carnaval da Príncipes do Samba (2014/2018), uma das escolas mais tradicionais de Santa Catarina, e performances como “Derra_mar” (2021, Univille) e “Actus” (2022, Galeria Municipal Victor Kursancew).

   Em 2023, integrou exposições coletivas como “Jovens Artistas Catarinenses” (Fundação Cultural de Criciúma) e “Visões Catarinenses” (Galeria 33). No mesmo ano, viabilizou pelo SIMDEC (Lei de Incentivo de Joinville) o projeto “Trabalho de Corpo”, com performances no Museu de Arte de Joinville, Museu Nacional de Imigração e Colonização e Museu Arqueológico de Sambaqui.

Em 2024, realizou suas primeiras individuais: “Energia do Gesto” (Galeria 33) e “Suadarium” (AAPPLAJ). Atualmente, participa do curso “Pintura: Prática e Reflexão”, orientado por Paulo Pasta, e é aluno especial do programa de pós-graduação em Poéticas Visuais da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, atua como Diretor de Comunicação do Instituto e Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke (MAC Schwanke).

   Sua pesquisa artística explora o gesto, o corpo e a materialidade, articulando performance, pintura e intervenções.

SOBRE A CURADORA

   Deise Oliveira é curadora, educadora e pesquisadora com trajetória dedicada às artes visuais, curadoria e museologia. Atualmente, é doutoranda no Programa de Tecnologia e Sociedade da UTFPR, onde desenvolve pesquisa sobre os desafios contemporâneos da curadoria no cenário artístico brasileiro.

   Sua atuação curatorial inclui a Co curadoria da exposição “Cor Portal” (2024, Sesc Itajaí), que celebrou a obra da artista naïf Tercília dos Santos, importante nome da arte catarinense. O projeto, realizado em parceria com Clarissa Diniz, integrou o circuito nacional Arte Sesc. Paralelamente, participou da equipe editorial da publicação “Retomadas”, desdobramento de uma exposição vinculada ao Museu de Arte de São Paulo (MASP).

   Formada em Artes Visuais pela UNIVILLE, onde também lecionou disciplinas como cerâmica e história da arte, Deise é mestre pela UTFPR, com pesquisa sobre a produção artística brasileira dos anos 1990, focando na série “Quartos – São Paulo”, de Rochele Costi.

   Com experiência em instituições como o Museu Casa Fritz Alt e o Museu da Dança de Joinville, sua prática profissional articula pesquisa acadêmica, ação educativa e curadoria, com ênfase na democratização do acesso à arte e na valorização de acervos culturais.

SERVIÇO

O quê: Exposição “Campo de Forças: Corpo, Linha e Mancha”

Quando: 17 de maio (sábado), estreia com coquetel e pocket show de voz e piano com Edwin de Paula

Onde: Instituto Internacional Juarez Machado – Rua Lages, nº 994, América, Joinville (SC) 

Entrada após estreia:

Inteira: R$ 10,00

Meia-entrada (mediante comprovação): R$ 5,00 (professores, estudantes, +60 anos, jovens de baixa renda, doadores de sangue, PcD e acompanhante)

Grátis: Grupos escolares da rede pública (com agendamento) e visitantes de bicicleta. Visitação: até 2 de agosto, de terça a sábado, das 9h às 18h

Eventos:

28/06, às 11h: Visita guiada com artista e curadora

26/07, às 11h: Performance do artista

Autor:

Rodrigo Domingos

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