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quarta-feira, 12 de março de 2025

O Papel da Robótica na Educação e o Movimento Maker

A robótica educacional tem se tornado uma ferramenta essencial para transformar o ensino, promovendo uma abordagem inovadora e interdisciplinar. Seu impacto vai muito além do simples manuseio de componentes eletrônicos e programação, pois incentiva o desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade e da capacidade de resolver problemas de maneira autônoma e colaborativa.

Nesse contexto, as atividades maker desempenham um papel crucial. O conceito “maker”, originado do movimento “faça você mesmo”, estimula os alunos a construírem conhecimento de forma ativa, por meio da experimentação e do aprendizado prático. Esse tipo de abordagem permite que os estudantes projetem, testem e aprimorem soluções, desenvolvendo habilidades essenciais para o século XXI, como inovação, cooperação e autonomia.

A Robótica e sua Aplicação Interdisciplinar

Uma das principais vantagens da robótica na educação é sua capacidade de integrar diferentes áreas do conhecimento de forma dinâmica e envolvente. Os conceitos matemáticos são aplicados na lógica de programação e cálculos necessários para movimentação dos robôs; a física aparece nos experimentos envolvendo forças e deslocamento; a linguagem escrita pode ser aprimorada na documentação de projetos e relatórios; e até mesmo disciplinas como história e geografia podem ganhar vida por meio da criação de simulações interativas.

A robótica pode ser utilizada em diversos contextos escolares, como:

  • Ciências: Construção de dispositivos para medir e analisar variáveis ambientais, como temperatura e umidade.
  • Geografia: Programação de robôs para mapear espaços e simular fenômenos naturais.
  • Arte: Desenvolvimento de projetos criativos envolvendo luzes, movimentos e sons.
  • Educação financeira: Planejamento e execução de projetos respeitando orçamentos limitados, estimulando a gestão de recursos.

A Robótica como Ferramenta de Inclusão Digital

No ensino público, a robótica tem um papel fundamental na inclusão digital. Em uma sociedade cada vez mais conectada, proporcionar esse tipo de aprendizado nas escolas significa reduzir desigualdades e garantir que todos os estudantes tenham acesso a conhecimentos tecnológicos essenciais para seu futuro acadêmico e profissional. Ao explorar a robótica, os alunos não apenas desenvolvem habilidades técnicas, mas também aprimoram competências socioemocionais, preparando-se para enfrentar desafios do mundo moderno e aumentando suas perspectivas de inserção no mercado de trabalho.


A BNCC e a Robótica Educacional

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece diretrizes para o ensino no Brasil e valoriza o desenvolvimento de competências que se alinham diretamente com a robótica educacional. Dentre elas, destacam-se:

Cultura digital: O contato com a robótica estimula o pensamento computacional e a familiarização com tecnologias digitais.

Pensamento científico e analítico: O processo de experimentação e a busca por soluções para problemas reais fortalecem a autonomia e a capacidade investigativa dos alunos.

Projeto de vida e mundo do trabalho: A robótica permite que os estudantes adquiram habilidades essenciais para carreiras futuras, incentivando a criatividade e o pensamento inovador.

Colaboração e empatia: Trabalhar em equipe para planejar e construir projetos robóticos desenvolve habilidades de comunicação e respeito às ideias dos colegas.

Conexões para o Futuro

Dessa forma, inserir a robótica educacional, especialmente no ensino da rede pública, significa proporcionar um aprendizado mais dinâmico, significativo e acessível, preparando os estudantes para os desafios do futuro. Mais do que uma tendência, a robótica educacional é um investimento essencial para a formação de cidadãos críticos, inovadores e preparados para um mundo cada vez mais tecnológico.

Sobre a autora

Fabiane Aparecida de Carvalho Santos é professora da educação básica. Graduada em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Pedagogia, possui pós-graduações em Novas Tecnologias Educacionais, Gestão Escolar e Mídias na Educação. Atualmente, cursa pós-graduação em Mídias na Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e participa como aluna do Projeto Desenvolve da Prefeitura Municipal de Bom Despacho.

Com ampla atuação no uso da tecnologia no ambiente escolar, Fabiane é instrutora de robótica certificada e já atuou como coordenadora de tecnologia digital. Além disso, já trabalhou como professora de informática no ensino médio e disciplina integradora em curso técnico. Atualmente, leciona em escolas públicas de Nova Serrana, Minas Gerais, onde busca promover a inclusão digital e o desenvolvimento de habilidades tecnológicas entre seus alunos.

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