Médica tricologista Márcia Dertkigil explica como a doença afeta os cabelos e o que pode ser feito para recuperar a saúde capilar.
O surto de dengue em 2024/2025 já levou diversas cidades do Brasil a decretarem estado de emergência devido ao alto número de casos. Agora, muitas pessoas que se recuperaram da infecção enfrentam um efeito colateral inesperado: a queda intensa de cabelo. Esse fenômeno, conhecido como eflúvio telógeno, pode ocorrer semanas ou meses após a doença.
Segundo a médica tricologista Márcia Dertkigil, a dengue provoca uma inflamação sistêmica e um estresse intenso no organismo, que afeta diretamente o ciclo capilar. “A febre alta, a desidratação e a queda na imunidade impactam os folículos capilares, fazendo com que mais fios entrem na fase de queda ao mesmo tempo. Isso pode ser assustador para o paciente, mas, na maioria dos casos, é um processo reversível”, explica a especialista.
Embora o eflúvio telógeno seja temporário e os fios tendam a crescer novamente em alguns meses, a queda pode ser acentuada se houver deficiências nutricionais ou estresse prolongado. “É essencial adotar uma alimentação rica em vitaminas e minerais, especialmente ferro, zinco e biotina, que são fundamentais para o crescimento capilar”, recomenda Márcia.
Além da nutrição adequada, manter-se bem hidratado, evitar químicas agressivas nos cabelos e reduzir o estresse são medidas que ajudam na recuperação capilar. Em casos mais intensos, terapias como microagulhamento e o uso de tônicos capilares podem ser indicados por um especialista.
A tricologista reforça que, se a queda persistir por mais de seis meses ou vier acompanhada de outros sintomas, é essencial buscar avaliação médica. “O acompanhamento profissional é importante para garantir que a queda seja apenas um reflexo da dengue e não um sinal de outro problema subjacente”, finaliza
Autora:
DAIANE BOMBARDA