Se tem um mercado que precisa urgentemente olhar para a longevidade, é o de mobilidade. Os consumidores 50+ não apenas continuam dirigindo como são um dos principais grupos de compra de automóveis e transporte privado. E quem entender esse movimento primeiro, vai sair na frente.
Os 50+ estão dominando o mercado de automóveis
Ao contrário do que muitos pensam, os consumidores mais maduros não estão deixando de dirigir — na verdade, estão comprando mais carros do que qualquer outro grupo etário.
- Nos Estados Unidos, um estudo da Edmunds revelou que 56% dos compradores de carros novos têm mais de 50 anos, sendo que a maior parte está na faixa dos 55 aos 64 anos.
- No Brasil, a Fenabrave aponta que 35% dos veículos novos são adquiridos por consumidores acima de 50 anos, e esse número só cresce.
- O mercado premium é ainda mais dominado pelos maduros. Marcas como Porsche, BMW, Mercedes-Benz e Audi têm a maioria de seus clientes acima dos 50 anos.
Mas o que esses consumidores buscam? Segurança, conforto e tecnologia. Um levantamento da J.D. Power mostrou que os motoristas 50+ priorizam assistentes de direção, frenagem automática, bancos mais ergonômicos e comandos por voz. E não por acaso, montadoras estão investindo pesado nesses recursos para garantir que seus veículos atendam essa nova demanda.
Mobilidade urbana: os maduros exigem inovação e acessibilidade
Além da compra de carros, o transporte urbano também está se adaptando a esse público.
- Os 50+ são os que mais utilizam serviços de transporte por aplicativo. No Brasil, mais de 40% dos usuários da Uber e 99 estão nessa faixa etária, segundo a DataFolha.
- A busca por veículos adaptados cresceu 30% nos últimos cinco anos, segundo a Abridef (Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva).
As empresas já perceberam esse movimento e estão reagindo:
- A Uber lançou o serviço Uber Assist, com motoristas treinados para atender passageiros que precisam de assistência extra.
- A Toyota e a Honda estão investindo em carros híbridos e elétricos acessíveis para o público maduro, com comandos simplificados e maior eficiência energética.
- No transporte público, cidades como São Paulo e Curitiba estão testando ônibus com design inclusivo, assentos confortáveis e tecnologia de assistência para passageiros idosos.
O futuro da mobilidade é prateado
A longevidade está mudando as regras da mobilidade. Os consumidores 50+ são os que mais gastam com transporte, exigem inovação e não querem soluções genéricas.
O mercado automotivo e de transporte urbano precisa parar de tratar esse público como secundário. Eles são o motor da economia da mobilidade e vão ditar o futuro do setor.
A pergunta que fica: sua empresa já está preparada para essa transformação ou vai assistir a concorrência sair na frente?
Willians Fiori
gerente de relações profissionais e institucional Bigfral
professor docente a pos graduação em gerontologia e geriatria do hospital israelita Albert Einstein
professor convidado da FMUSP | UFRJ | UFF| INSPER|FAAP
Membro da Sociedade Brasleira de Geriatria e Gerontologia
Membro da Associação Brasileira de Telemedicina
host e criador do gerocast , primeiro podcast sobre longevidade do brasil
Autor e colaborador dos livros: Meus Pais Envelheceram, e agora? Longevity Hub, Brasil 2060,Alzheimer, desafios do Cuidar