Pediatra dá dicas de medidas práticas que os pais devem tomar nessas situações
As altas temperaturas seguem firmes no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), a terceira onda de calor do ano começou nesta segunda-feira (17/02). A cidade do Rio de Janeiro entrou em Calor 4 (NC4), patamar inédito na escala de cinco níveis determinados pela prefeitura no ano passado para alertar sobre a temperatura na capital.
Se nós adultos já sofremos com o clima, o que falar de recém-nascidos e crianças? De acordo com o Dr. Carlos Henrique Silva Pedrazas, pediatra do Prontobaby Hospital da Criança, a saúde de bebês fica mais vulnerável em dias quentes e, com isso, temos algumas consequências, como a desidratação, os desconfortos respiratórios, a insolação e o cansaço exacerbado.
“É importante o uso de roupas leves, além de evitar a exposição solar das 10h às 16h, principalmente menores de seis meses de idade. Estratégias como boné e cobertura no carrinho aliviam a incidência direta da radiação solar, mas o calor intenso e duradouro pode, inclusive, elevar a temperatura dos lactentes jovens”, explica o especialista que também orienta às mães a oferecerem o seio a todo o instante.
Quando falamos sobre praia e piscina, abordamos lugares que não são adequados para os menores de seis meses.
“Esta é uma idade em que as crianças estão em pleno desenvolvimento motor e começam a sustentar o tronco para ficarem sentadas. Logo, dependem totalmente do colo dos pais. O melhor é ficar com os pequenos em ambiente arejado, fresco e protegido da radiação solar”, comenta.
Apesar de ser muito importante para o ser humano e ativar a vitamina D, a exposição ao sol pode levar à insolação, queimaduras e desidratação. Por isso, a escolha do horário deve ser levada em conta para aproveitar o sol e evitar seus efeitos adversos.
Banhos frequentes também proporcionam alívio aos pequenos. No entanto, é recomendável que o segundo em diante seja apenas com água.
“Devemos diferenciar banho de ‘refrescar o corpo’. O primeiro envolve limpeza e utilização de sabonetes e shampoos. Já o segundo, é indicado para reduzir a temperatura corporal e não pode ser com água gelada. Dar banhos em excesso com produtos que tiram a gordura levará ao ressecamento da pele, além de facilitar reações como hipersensibilidade e estimular a coceira. Banho apenas com água, refresca e traz alivio”, comenta.
Para o pediatra, menores de seis meses de idade não têm a necessidade rígida de banhos diários e a quantidade pode variar de acordo com alguns fatores, como a temperatura do ambiente e o conforto do bebê.
“Ele precisa de limpeza diária e, dependendo do local do corpo, isso deve ser feito várias vezes ao dia. Os pequenos podem ser higienizados diariamente com uma esponja ou toalha umedecida, sem produtos agressivos, principalmente em áreas do pescoço, rosto e da fralda. O banho completo é indicado uma vez a cada dois dias. Sabonete e o shampoo podem ser utilizados com moderação”, sugere.
Um dos principais riscos decorrentes dos picos de temperatura é a desidratação. No bebê, alguns sintomas desse quadro são ligeiramente diferentes em relação a outras fases da vida.
“Cabe diferenciar a desidratação leve da grave. Quando está saudável, a maioria das vezes o choro é por fome, sede ou fralda suja. Se ele chora, a mãe como primeira opção oferece o seio e checa a fralda. Essa é a melhor maneira de hidratar os pequenos até seis meses de vida. Agora, quando a perda de líquidos é maior do que a capacidade gástrica para ingestão, ocorre o déficit. Sintomas como boca seca (falta de saliva), choro sem lágrimas e redução do volume de urina devem ser um sinal de alerta para a o problema. Vêm acompanhados da pele seca e sem elasticidade, sonolência excessiva, irritabilidade e até febre. Em casos extremos, a possibilidade de reidratação extrapola a capacidade do leite materno e se faz necessária outra via, além da oral, para o ajuste hídrico. A via endovenosa tem sido a mais utilizada”, comenta o Dr. Pedrazas.
Vale lembrar que o leite materno é o maior aliado do bebe até os seis meses de idade. Hidrata, alimenta e traz imunidade, além de ajudar a ajustar a temperatura corporal.
“A amamentação pode trazer benefícios até os dois anos de idade, não como alimento, mas para a defesa imunológica da criança, além de manter a conexão afetiva com a mãe”, finaliza do pediatra do Prontobaby Hospital da Criança.
Sobre o Grupo Prontobaby:
O Grupo Prontobaby é responsável pelo maior número de atendimentos pediátricos de emergência, cirurgias e internações da rede privada de todo o Estado do Rio de Janeiro e conta com as seguintes unidades: ProntoBaby – Hospital da Criança, Centro Pediátrico da Lagoa, ProntoBaby Méier, ProntoBaby Leopoldina, Instituto de Especialidades Pediátricas – IEP, HomeBaby – Atenção Domiciliar e Clínica Pediátrica da Barra.
Autora:
Jéssica Leiras
