O GRITO E O SILÊNCIO
Por Willians Fiori
O desconforto do grito
Vivemos em uma cultura corporativa que frequentemente trata como incômodas as vozes que questionam e desafiam o estabelecido. Quem aponta problemas ou sugere mudanças é muitas vezes rotulado como “rebelde”, “do contra” ou “criador de caso”. Essa visão limitada ignora um ponto essencial: o valor transformador do questionamento. Sem ele, a evolução se torna impossível.
A espiral do silêncio
Quando quem se posiciona decide parar de falar, o impacto é devastador. É o que chamamos de espiral do silêncio. Por medo de retaliações, cansaço ou sensação de inutilidade, essas pessoas recuam. A partir daí, instala-se uma cultura onde o conformismo reina e os erros permanecem intocados. O silêncio, nesse contexto, deixa de ser uma escolha passiva e se torna um ato ativo de conivência.
O preço do silêncio
Um ambiente sem vozes críticas é um terreno fértil para a mediocridade. Projetos estagnam, a criatividade desaparece, e o propósito inicial se dilui. O silêncio pode parecer seguro, mas sua corrosão é silenciosa e devastadora. Ele não apenas interrompe o progresso; ele destrói as bases que sustentam uma organização saudável e inovadora.
Por que valorizar o grito?
O grito de quem questiona é, na verdade, uma forma de cuidado. Quem levanta a voz quer, de alguma forma, melhorar o que está à sua volta. São essas pessoas que impulsionam as mudanças necessárias, enfrentando resistência e desconforto, mas movendo a engrenagem para frente.
Reflexão final
Seja em organizações, projetos ou relações, o desafio é aprender a ouvir e valorizar essas vozes. O dia em que os “gritadores” se calarem será o dia em que o silêncio dominará, corroendo tudo ao seu redor. Afinal, o grito pode até incomodar, mas é o silêncio que destrói.