Deixa eu compartilhar um momento de minha vida com você.
Aconteceu em um dia muito especial em Lisboa, enquanto esperava minha conexão para a Espanha, meu caminho cruzou-se com o da senhora do Uruguai, aguardando seu voo para a Suíça. Ao começar uma conversa para passar o tempo, ela fez uma pergunta simples, mas profunda: “Quem é você?”. Respondi com meu nome, Antonio, e acrescentei que sou jornalista e escritor.
No entanto, suas palavras ressoaram de maneira única: “Você não é apenas um título profissional, Antonio. Você é, acima de tudo, o Antonio, algo mais significativo do que qualquer etiqueta que a sociedade nos impõe.” Aquelas palavras simples desencadearam uma reflexão profunda sobre a complexidade da identidade humana.
A senhora do Uruguai compartilhou uma sabedoria que transcende as fronteiras de nacionalidade e profissão. Ela argumentou que, em nossa jornada, desempenhamos muitos papéis – pai, filho, marido, esposa, profissional, amigo, vizinho, turista, nativo, colega, e outros mais. No entanto, esses rótulos não definem quem somos verdadeiramente.
Somos, na essência, uma única entidade, conectada à Essência Divina. Somos parte de algo maior e mais profundo do que nossos papéis sociais podem sugerir. A senhora enfatizou o poder do “EU SOU”, destacando a importância de nos concentrarmos em nossa essência fundamental para vivermos vidas plenas.
Ao refletir sobre suas palavras, percebi que nossa verdadeira natureza é além das máscaras que usamos no palco da vida. Somos seres multidimensionais, capazes de desempenhar diversos papéis, mas nunca perdendo a conexão com a verdadeira essência que nos une a todos.
Assim, aprendi que a chave para uma vida plena reside na concentração da energia no núcleo do nosso ser, onde todas as identidades se entrelaçam e formam a tapeçaria única que é cada indivíduo. A senhora do Uruguai compartilhou uma lição valiosa naquele aeroporto em Lisboa, uma lição que guardo como guia para viver de maneira autêntica e significativa.
Autor:
Antonio Marques
