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sábado, 15 de junho de 2024

Labirinto do medo

O medo dá frio
Faz nossa pele enrijecer
Em nossa alma dá calafrio
E consome completamente nosso ser

Nos faz destoar dos demais
Arranca calafrios esquisitos
Sempre nos deixa com o pé atrás
E nosso corpo comprimido

Gela nossa alma
Fraqueja nossas pernas
Expulsa nossa calma
E nos aloja em cavernas

Descompassa nosso coração
Seca nossa boca
Constrói uma ponte para a solidão
E mata como uma forca

Desequilibra nosso emocional
Mutila nossa endorfina
Em excesso, é fatal
E por onde passa, contamina

É mestre em tolher nossos pensamentos
Assombra nossos devaneios
Tira todo nossos discernimentos
E nos presenteia com receios

Desestabiliza a sensatez
Consome toda a nossa energia
Rompe, abruptamente, nossa lucidez
E joga ladeira abaixo nossa alegria

Corrói nossas entranhas
Adormece nossos sentidos
Com nossa avidez barganha
E nos faz sentir tudo que é temido

Aniquila qualquer tentativa de ação
Solidifica os pensamentos mais inusitados
Aumenta completamente nossa pressão
E nos faz implorar por cuidados

Sucumbe com as nossas esperanças
Dilacera qualquer sentimento de harmonia
E nos deixa cheios de ânsia
Limita nosso desejo e nos dá agonia

Patricia Lopes dos Santos
Patricia Lopes dos Santos
Trabalho num Conselho de Fiscalização Profissional há mais de 30 anos, sou Autora do livro "Memórias de uma depressiva", mãe de Sofia, Duda e Átila e me aventuro na escrita, onde me encontro totalmente.

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