O medo dá frio
Faz nossa pele enrijecer
Em nossa alma dá calafrio
E consome completamente nosso ser
Nos faz destoar dos demais
Arranca calafrios esquisitos
Sempre nos deixa com o pé atrás
E nosso corpo comprimido
Gela nossa alma
Fraqueja nossas pernas
Expulsa nossa calma
E nos aloja em cavernas
Descompassa nosso coração
Seca nossa boca
Constrói uma ponte para a solidão
E mata como uma forca
Desequilibra nosso emocional
Mutila nossa endorfina
Em excesso, é fatal
E por onde passa, contamina
É mestre em tolher nossos pensamentos
Assombra nossos devaneios
Tira todo nossos discernimentos
E nos presenteia com receios
Desestabiliza a sensatez
Consome toda a nossa energia
Rompe, abruptamente, nossa lucidez
E joga ladeira abaixo nossa alegria
Corrói nossas entranhas
Adormece nossos sentidos
Com nossa avidez barganha
E nos faz sentir tudo que é temido
Aniquila qualquer tentativa de ação
Solidifica os pensamentos mais inusitados
Aumenta completamente nossa pressão
E nos faz implorar por cuidados
Sucumbe com as nossas esperanças
Dilacera qualquer sentimento de harmonia
E nos deixa cheios de ânsia
Limita nosso desejo e nos dá agonia