Para muitas pessoas o Carnaval é muito mais do que uma festa anual, é a oportunidade de escapar das pressões cotidianas e experimentar uma liberdade que não é permitida em outras épocas do ano.
Durante o reinado do Momo as pessoas têm a chance de literalmente ‘vestir diferentes personagens’, liberando suas fantasias e permitindo-se ser quem desejam, pelo menos temporariamente. A utilização de fantasias no Carnaval serve como uma manifestação visível de expressão de personalidade. Ao escolher e vestir uma fantasia, as pessoas têm a oportunidade de explorar facetas diferentes de si mesmas, experimentar papéis diversos e mostrar uma criatividade muitas vezes reprimida. É uma maneira única de escapar das normas sociais e permitir que a individualidade floresça de maneira colorida e festiva. Porém, vale o alerta de que não é bom deixar essas fantasias acumuladas em um só período do ano.
A festa carnavalesca proporciona um ambiente onde a diversidade é celebrada e as pessoas se sentem encorajadas a se expressarem, independentemente de padrões estéticos convencionais. Por outro lado, a sexualidade excessiva pode acentuar as diferenças físicas, principalmente quando comparadas com os estereótipos retratados durante o Carnaval.
Outro ponto é como lidar com os excessos que podem ocorrer nesse período, como comportamentos impulsivos relacionados ao consumo de bebidas e atividades sexuais arriscadas. Vale sempre lembrar que a suposta ‘liberdade’ da festa não pode ser desculpa para a irresponsabilidade e que práticas seguras como – se beber não dirija e sexo só com camisinha – garantem um dia seguinte sem arrependimentos ou consequências negativas.
É possível ter depressão pós-Carnaval? Para muitos foliões que usam a festa como uma válvula de escape para frustrações acumuladas e desejos reprimidos, isso pode ocorrer. Se as pessoas têm o Carnaval como única oportunidade de extravasar e buscar realizações, é provável que a volta à rotina gere sentimentos de vazio. No entanto, se o Carnaval for visto como uma forma de animar, gerar alegria e positividade na vida diária, a transição pós-festa pode ser mais suave e menos melancólica.
Autora:
Andreia Calçada é psicóloga clínica e jurídica. Perita do TJ/RJ em varas de família e assistente técnica judicial em varas de família e criminais em todo o Brasil. Mestre em sistemas de resolução de conflitos e autora do livro “Perdas irreparáveis – Alienação parental e falsas acusações de abuso sexual”.