Na década de 1970, as discussões sobre a preservação do meio ambiente vieram à tona, devido aos impactos negativos dos países industrializados e a utilização desenfreada dos recursos naturais. Com isso, a Organização das Nações Unidas (ONU), inaugurou em 1972, a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suécia. Logo, diante deste grande marco, a questão de sociedade e espaço, tornou-se uma relação que, até o momento, harmônica, pois houve o reconhecimento por parte do corpo social de que os elementos da natureza são escassos. No entanto, na prática, não se observa a materialização dessa premissa, tendo em vista as questões ambientais e os projetos civilizatórios apresentam obstáculos. Desse modo, faz-se necessário destacar a negligência do regime político e os interesses econômicos – reflexo do capitalismo como propulsores da problemática.
Nesse meandro, verifica-se o descaso administrativo como um causador do óbice na contemporaneidade. Segundo a Pesquisa de Informação Municipal (Munic), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) – cerca de 90% dos municípios brasileiros, ou 5.040 das cidades, sofrem algum problema ambiental. Dessa maneira, nota-se que o governo não cria políticas públicas capazes de coibir os crimes ambientais, o que gera danos à biodiversidade. Tal conjuntura reflete-se no lançamento de resíduos sólidos em lugares inadequados, ratificando, então, o contexto anômalo.
Ademais, a adversidade é compatível com os interesses econômicos no cenário do capitalismo. Nessa perspectiva, de acordo com a obra Educação Ambiental (2008, p. 69): “ Hoje em dia há uma corrida em busca da dominação cega da natureza, que é também, na lógica analisada por Marx e Engels, uma busca de dominação dos homens e uma tentativa de impor um modelo de sociedade”. As grandes potências mundiais negam aderir políticas de desenvolvimento sustentável, afinal, elas têm como princípio uma organização centralizada no lucro. Em virtude disso, há, como consequência, a devastação profunda do meio ambiente para a obtenção de matéria – prima, com o intuito de produzir ganhos. Assim, esse mercantilismo que cerca as relações entre sociedade e progresso ecossistêmico funciona como um empecilho para sua resolução.
Entende-se, portanto, a temática como um imbróglio atual e, por isso, medidas devem ser tomadas. Dessa forma, é essencial a conscientização dos indivíduos a respeito do revés, para que, haja uma coletividade com o fito de realizar ações e, consequentemente, promover mudanças a fim de progredir o desenvolvimento sustentável na sociedade contemporânea. Dessarte, poder-se-á alcançar uma nação mais equânime, que se assemelhe a conjectura proposta pela Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente.
BIBLIOGRAFIA
Educação ambiental {recurso eletrônico} : pesquisa e desafios / Michele Sato, Isabel Carvalho (orgs.). – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.
90% das cidades tê problemas ambientais. Veja, 2008. Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/90-das-cidades-tem-problemas-ambientais/. Acesso em 12 de dezembro de 2008 Silva, Gio. Quando se iniciou a preocupação com o meio ambiente. Blastingnews, 2017. Acesso em: https://br.blastingnews.com/ambiente/2017/12/quando-se-iniciou-apreocupacao- com-o-meio-ambiente-002253767.html. Acesso em : 27 de dezembro de 2017v
Autor:
Rodrigo Barbosa de Souza
Muito bom artigo!!