Na arquitetura de interiores, a funcionalidade, segurança e o visual moderno derivam das melhores escolhas mediante as configurações e necessidades do projeto
Na arquitetura, a harmonia entre forma e função é uma busca constante que claramente se aplicam na execução das escadas e corrimãos. Esses componentes fundamentais não só conectam diferentes níveis de um espaço, mas também desempenham um papel vital na estética e segurança de qualquer projeto arquitetônico. O arquiteto Pietro Terlizzi, com sua ampla experiência e conhecimento, aborda as referências que traz para especificar esse conjunto nas obras que realiza. Acompanhe:
Modelos de escada:
Ele enfatiza que a decisão pelo desenho tem uma ligação direta com o espaço disponível. Nos ambientes internos, as opções mais utilizadas são:
1. Reta: considerado o tipo mais simples, apresenta degraus lineares sem mudanças de direção ou curvas. É uma opção direta e funcional para espaços retangulares ou lineares. 2. Em ‘L’: possui um patamar que muda a direção da subida ou descida em um ângulo de 90 graus, formando uma configuração em ‘L’ e costuma marcar presença em projetos onde há uma mudança de direção no layout. 3. Flutuante: Projetada sem o suporte tradicional de uma estrutura visível, os degraus parecem flutuar no ar por estarem fixados diretamente na parede ou suportados por elementos estruturais ocultos.
Neste projeto executado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a escada flutuante tem a sua estrutura de madeira eucalipto engenheirada MLC (Madeira Laminada Colada), com a vantagem de sere mais leve. O corrimão foi confeccionado na própria madeira e, para dar o efeito transparente do guarda-corpo, a proteção foi realizada com cabos de aço | Foto: Guilherme Pucci |
4. Escada Circular: caracterizada pelos degraus dispostos em um círculo, pode apresentar um poste central ou um vão circular vazado, resultando em uma estética elegante e fluída.
5. Escada Caracol: também conhecida como helicoidal, sua estrutura se curva em torno de um eixo central que sobe em espiral. É compacta e eficiente em termos de espaço, sendo frequentemente escolhida em ambientes com áreas limitadas.
6. Escada em Leque: seus degraus se expandem gradualmente, formando um padrão semelhante a um leque aberto. É uma opção esteticamente atraente, muitas vezes empregada em locais onde o design é uma consideração importante.
7. Escada em Cascata: caracterizada por ter degraus que parecem “cascatear” de uma parede e geralmente cada um é mais largo que o anterior, criando uma aparência única.
8. Escada em U: similar à escada em ‘L’, conta com um segundo patamar no topo que forma sua configuração em ‘U’ e é considerada em projetos onde há espaço suficiente para uma mudança de direção mais gradual.
Pensando nas áreas menores, os modelos em L, U ou caracóis, de acordo com o arquiteto, são os mais recomendados, pois suas estruturas contribuem para a economia de área utilizada. “As características do projeto são decisivas para essa tomada de decisão, pois o modelo afeta diretamente na estética e funcionalidade do ambiente“, analisa o arquiteto.
Materiais que moldam estética e durabilidade
A escolha dos materiais para a construção de escadas se relaciona diretamente com a funcionalidade, estética e durabilidade das estruturas, seja para apartamentos ou residências. De acordo com Pietro, a variedade de opções oferece aos projetistas a oportunidade de personalizar as escadas de acordo com suas preferências de design, demandas específicas dos projetos e o orçamento disponível. Essa decisão não apenas influencia no visual, mas também impacta nas questões de segurança e longevidade da escada.
Neste coworking projetado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a escada foi concebida em madeira maciça justamente para ser mais leve. O corrimão acompanha a mesma referência de material e fica praticamente imperceptível | Foto: Guilherme Pucci |
Além da madeira, materiais como aço, metal, pedra, vidro e bambu são frequentemente adotados para a confecção de escadas e corrimãos.
Nessa residência projetada pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a estrutura da escada em ‘L’ foi erguida em concreto armado com o piso revestido em madeira cumaru, tal qual o apoio do corrimão engendrado em ferro pintado de branco. Para arrematar, o guarda corpo foi feito em cabo de aço| Foto: Guilherme Pucci |
Corrimãos:
Ao planejar a instalação de corrimãos, a proteção é um ponto primordial. “Os elementos devem ser bem instalados e firmes, e, para garantir o apoio constante, não podem ter interrupções”, orienta Pietro. No que diz respeito às especificações técnicas, ergonomia e aderência são asseguradas com um diâmetro em 3,5 cm e 4,5 cm, de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Ainda com base nessas referências, a altura ideal do corrimão varia entre 92 e 94 cm a partir do piso finalizado. Para a conexão do item com a arquitetura de interiores, ele recomenda acompanhar os materiais e acabamentos em sintonia com o estilo e a paleta de cores do ambiente. Em ambientes com referências mais contemporâneas, corrimãos de aço inoxidável ou vidro são decisões interessantes, enquanto ambientes tradicionais têm na madeira uma aposta certeira. “Para complementar, não se pode esquecer da iluminação integrada que auxilia na segurança dos moradores, principalmente à noite“, alerta o profissional.
Materiais mais usados
Ao longo do tempo, umas diversas possiblidades de materiais são empregadas para os corrimãos, cada um oferecendo características únicas que vão desde a durabilidade até a aparência, como o aço inoxidável, ferro forjado, madeira, cabo de aço e vidro. “A seleção cuidadosa desses materiais não apenas complementa o design do ambiente, mas também contribui significativamente para o resguardo dos moradores e a acessibilidade”, avalia Pietro.
Por fim, o projeto pode optar por deixá-los em evidência ou mais discretos. “Corrimãos de madeira são mais visíveis e tradicionais, enquanto os de vidro ou embutidos na parede são mais discretos e contemporânea“, conclui.
Sobre Pietro Terlizzi
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Pietro Terlizzi atua na área de arquitetura desde 1999, tendo passado por diferentes escritórios nos mais diversos segmentos (desde paisagismo até engenharia estrutural), absorvendo experiências e amadurecendo até abrir o seu próprio escritório, o Pietro Terlizzi Arquitetura. Com trabalhos nas áreas residências, comerciais e corporativas, o escritório se compromete com todos os detalhes do projeto, desde a criação do conceito até a escolha dos objetos e móveis. Para Pietro, a preocupação com a atividade e o impacto que o espaço projetado poderá causar, tais como a relação entre as escalas, a luz, a temperatura, as texturas e as cores, bem como a diversidade de percepção e experiência que cada um terá dentro dele, são os fatores que impulsionam cada nova criação.
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Autor:
Alex Sander